72 ~ O jantar.

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Can

A morena realmente tinha me transformado em um adolescente, pois eu me via a todo instante procurando oportunidades parar ter minhas mãos em qualquer parte de seu corpo. Trouxe Demet para minha casa para que pudesse se recompor depois do que rolou dentro do carro. Claro que não foi a minha primeira experiencia assim, mas o fato de ser com Demet, fazia tudo ser diferente e especial.
Ela iria sair com Gülliz e Samantha essa noite, enquanto eu iria tentar seduzir e obter alguma vantagem sobre Kara.
Nos despedimos e ela insistiu em pegar um taxi até o restaurante que encontraria as amigas, e eu fui tomar um banho e me preparar para estar mais uma vez frente a frente com a mulher que eu pensei ter me destruído para todas as outras mulheres.
Sorri, me encarando no espelho. Quem diria que uma mulher de 21 anos me dobraria no meio e me guardaria no bolso?
Eu estava rendido por Demet. Na real, quando senti a química no primeiro beijo de Can e Sanem eu sabia que estava perdido. O processo de negação foi doloroso, mas necessário... Desta vez eu tive a real certeza que eu não serviria mais para nenhuma mulher, e esse pensamento me fez lembrar de sua surpresa de aniversário e no pedido que fiz a Gülliz, para que mantesse a boca fechada e mesmo bebendo demais não falasse sobre o que eu estava planejando.
Faltava pouco para às 19:00 quando parei na frente do hotel em que Kara estava, observei o carro do detetive logo atrás, estavamos a postos e com tudo preparado. Me surpreendi, ao ver Samia descer com Kara, segurando na pequena mão de Emin. Os três se aproximaram do carro. Eu não poderia jogar com o menino, então desci do carro e o abraçei, realmente sentindo o peso do que eu estava prestes a fazer.

- Parece que realmente se apegou ao menino... - Disse Samia.

Não me dei trabalho de responder. Abri a porta para Kara, que antes de entrar, beijou meu rosto, perigosamente perto da boca. Controlei com toda a força do meu ser, a vontade quase incontrolável de limpar o beijo com o dorso da mão. Antes de entrar no carro, voltei a me aproximar de Emin e me Abaixei para ficar mais proximo dele.

- Irei levar sua mãe para jantar, mas daqui a pouco ela estará de volta.
- Não tenha tanta certeza! - Gritou Kara, de dentro do carro.

Mantive meu rosto impassível e pisquei para Emin que me devolveu um sorriso.
Levantei e encontrei os olhos observadores de Samia.
Falei baixo, proximo de seu rosto, apenas para que ela ouvisse.

- Espero um dia saber porque escondeu Emin de todos nós, Samia.
- O segredo não era meu para ser contado.

Concordei com a cabeça. Passei a mão nos cachos de Emin e entrei no carro, antes que eu falasse alguma besteira. Dei partida no carro, me dirigindo para o restaurante mais discreto e distante de Istambul.
O silêncio dentro do carro, onde a algumas horas atrás a mulher mais lindo do mundo estava, agora tinham dois estranhos. Eu não sabia como passar por cima de todo ressentimento e raiva que sentia por Kara.
Ela tomou o primeiro passo, se aproximando e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Sabe que esse estilo rústico combina muito com você, Can?

Desviei meus olhos da estrada por alguns segundo, observando a mulher me devorar descaradamente.

- É o que dizem.
- Meu lado obsessivo quer saber exatamente quem diz...
- Kristen é uma delas.

Pude perceber que ela tinha fechado o rosto, e encostou as costas no banco, agora colocando o cinto dela que eu não tinha me importado de verificar.

- Essa modelinho ainda ronda sua cama? Achei que você estivesse cego pela ninfeta.

Obriguei um sorriso sair de meus lábios. Tentei tornar aquele momento o mais convidativo possível e ao mesmo tempo, mostrar que Demet não tinha importância.

- Foram momentos divertidos com Demet... Mas o que ela quer, eu não posso dar.

Agora eu tinha toda a atenção dela.

- E o que seria?
- Ela estava muito insegura sobre minha relação com Emin... E estava me pressionando para ter algo mais sério.

Kara arqueou as sobrancelhas, e ia dizer algo quando finalmente chegamos ao restaurante.
Desci do carro entregando a chave ao manobrista e dei a volta no carro para abrir a porta para Kara, que estava vestida para impressionar, claro... Se eu ainda não conhecesse seu pior lado e não tivesse a mente tomada pela minha morena, talvez a achasse atraente, como a anos atrás.
Seguimos juntos para a mesa em que fiz a reserva. Pedi o melhor vinho da casa e deixei a escolha dos pratos para Kara.
Quando eramos noivos, ela adorava essa parte das refeições, e essa pequena atitude de deixá-la escolher esta noite, surtil o efeito que eu desejava... O de recordar como eramos antes e fazê-la sentir que poderiamos voltar a ser.
O garçon nos serviu o vinho, e quando ele se retirou, rapidamente uma das mãos de Kara tocaram a minha, que descansava proximo a taça em cima da mesa.
Estavamos de frente para o outro, e eu sabia que os angulos das fotos ficariam bem visíveis.

- Fiquei curiosa sobre a pirralha... O que exatamente ela queria?
- Você não consegue adivinhar?
- Sim... Mas queria que você dissesse.

Tomei mais um gole do vinho e molhei os lábios, encarando minha ex noiva.

- Ela queria algo que eu somente posso ter com meu filho... Uma família.

Kara sorriu e também levou a taça aos lábios, sem nunca desviar os olhos dos meus.

- E me diga... Eu estou inclusa nessa família?

Desta vez, eu que me aproximei, chegando pelo lado da mesa mais perto dela, bem proximo ao seu ouvido.

- Isso depende de você.

Kara foi abusada, enquanto eu falava ao seu ouvido, uma de suas mãos acariciou meu cabelo pela nuca.

- Era tudo que eu precisava ouvir.

Me afastei, fingindo me preocupar com os olhares, quando na verdade eu estava desesperado para sair correndo dali o mais rápido possível. Me recompus, imaginando que esses breves contatos seriam suficientes para esfregar na cara do maldito amante dela.

- Mas me diga... Como podemos tornar isso possível? - Os olhos de Kara, que eram esverdeados brilhavam em expectativa.
- Conversaremos sobre isso com mais privacidade, o que acha?
- Emin ira dormir na casa dos meus pais. Teremos a noite inteira para discutir sobre isso.
- Infelizmente, ainda hoje tenho uma reunião com Kaan, sobre alguns projetos futuros, já que Erkenci kus esta quase chegando ao fim.

A expressão decepcionada apareceu em seus olhos, mas logo foi tomada por malícia.

- A conversa não precisa demorar... - Kara, como a sedutora profissional que era, mordeu o labio inferior e fez um bico nos lábios avermelhados, que antes eu acharia encantador, mas hoje não me alterava em nada.
- Teremos mais oportunidades.

O prato escolhido por Kara chegou, jantamos e conversamos sobre Emin e ela não cansava de dizer como ele se parecia comigo, como era metódico e organizado e que com certeza tinha puxado para mim.
O sentimento de tristeza por Emin, novamente me pegou, mas logo tratei de disfarçar.
Depois de uma garrafa e meia de vinho e uma ex noiva falante e ruborizada, nos retiramos no restaurante. Eu sabia que ela tentaria algo no carro então quando o primeiro taxi passou eu chamei para mandá-la para casa.

- Como assim vou embora de táxi?
- Bebemos uma quantidade significativa de vinho e eu também não posso dirigir. Assim que acabar a reunião eu te ligo, para combinarmos algo.

Pisquei para ela, e paguei o motorista, lhe passando o endereço onde ela estava hospedada.
Alguns minutos depois dela ir embora, Ozan, o detetive, entrou no restaurante e eu o segui. Nos sentamos na bancada do bar.

- As fotos estão otimas. Lhe entregarei amanhã no primeiro horário.

Concordei com a cabeça, e pedi uma dose de whisky.
Ozan saiu logo depois, com a promessa de que tudo se resolveria.

Notas da autora: A COBRA MORDEU A ISCA! O QUE SERA QUE FURKAN VAI DIZER AO DESCOBRIR QUE MAIS UMA VEZ ESTA SENDO TAPEADO? KKKKKKK. Como será que esta indo a noite das meninas de Demet? Volta na segunda! Beijinhos de luz!

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