Pode parecer fácil mas não é, as dores que ele me causou ainda estavam aqui.
Não era somente fisica, do toque peguei repúdio, da figura masculina agora se tornou uma figura que tenho medo.Ontem quando abracei Allaric não pareceu mas sentir medo do seu toque mesmo eu tendo criado.
—Bom dia! O café será servido em 15 minutos - Allaric disse atrás da porta.
—Bom dia! Já irei descer.
—Tudo bem, não precisa ter pressa.
Levantei e tomei um banho e peguei uma roupa qualquer do armário, não queria causar despesas.
Assim que descer a mesa estava farta e com muita variedade.—É, eu não sei do que gostava então pedi para a Dona Zélia fazer coisas diversas.
—Não previsava se preocupar com isso, qualquer coisa já está bom.
—Claro que não! Você hoje irá me dizer suas preferências e eu deixarei a lista com a Dona Zélia.
Antes que eu pudesse discordar uma senhora alta, olhos escuros e de cabelos loiros com a raiz preta entrou na cozinha.
—Bom dia, criança! Desculpe, estava preparando o suco. - Sorri com a forma educada de se dirigir conosco.
—Bom dia Dona Zélia! - Eu e Allaric dizemos em uníssono.
Durante o café Allaric me perguntaram sobre o que acontece e eu respondi com certo medo.
—Ele me batia, me obrigava a faxinar tudo sozinha, me usou e muitas vezes até sem comer e beber ele me deixou - Disse após outra pergunta.
—Ele te estuprou? - Extremeci porque apesar de tudo ele não chegou nesse ponto e nem queria pensar se tivesse chegado.
—Não, uma vez ele me fez usar a boca mas nunca mais me tocou desse tipo!
—Pelo menos isso. - Disse soltando um suspiro de alívio.
—É...
—Não se preocupe! Ele nunca mais irá mexer com você.
— Eu sei disso e lhe agradeceu do fundo de minha alma. Aliás, quando for para a empresa poderia me dar carona?
—Realmente já quer voltar ao trabalho? Afinal você voltou de um cárcere ontem!
—Quero, melhor manter minha mente ocupada, meu pai sempre dizia "Mente vazia é oficina para o Diabo" e eu não quero dar jus a essa frase.
—Se prefere assim tudo bem mesmo que eu prefira que fique aqui, aliás, onde estão seus familiares?
—Estão no Reino Unido, eu sou de lá como pode ter visto no meu currículo. Os deixei lá e vim assim que terminei minha faculdade e ganhei a vaga na tão renomada Zantinni.
Ele sorriu com a última parte e eu relaxei, fazia tempo que não via alguém rir por espontaneidade durante esse tempo foi somente sorrisos frios e maldosos.
Tive um estralo e lembrei de algo.—O senhor poderia me levar até meu apartamento? Preciso pegar algumas coisas e saber se minha cachorra está vivo apesar de tanto tempo.
—Primeiro: Não me chame de "senhor". Segundo: Posso te levar com seguranças até lá e em questão do animal ele está vivo.
O porteiro quando viu que não apareceu dois dias ele o pegou e cuidou até hoje.Anotei de agradecer o seu Carlos, ele sempre foi muito bom comigo desde que cheguei no país.
Minha cachorra era uma Calivier marrom, igual aquela do filme "A dama e o Vagabundo" e se chamava Zoe que significava "vida" pois era isso que ela era para mim.
A adotei após vim para cá e me sentir extremamente sozinha.—Se quiser podemos trazer o animal para ficar aqui.
—Sério!? - Perguntei atônita, eu realmente queria muito mas essa não era minha casa.
—Claro, tudo que te ajude a se sentir melhor. - Sorrir em êxtase.
—Não se preocupe, ela vai ficar no meu quarto, vou limpar tudo que ela sujar e eu a adestrei então ela não faz muito barulho.
—Não me importo com isso, essa agora é sua casa também e ela pode ficar livre aqui no andar de baixo fazendo companhia para Zélia.
Zélia adrenta no local no mesmo momento para limpar.—Estávamos falando da senhora agora a pouco.
—Jura? E sobre o que seria?
—Gosta de animais, dona Zélia?
—Claro que gosto, filho!
—Pois a partir de hoje terá um para lhe fazer companhia.
—Sério!? - Perguntou dando pulinhos com a mão juntas sobre o peito —E como é?
—É uma Calivier branca com marrom e se chama Zoe. - Disse com orgulho.
— Como a do filme?
—Exatamente, delicada como a do filme.
—Que filme? - Perguntou Alarric com uma expressão de confusão.
—Já assistiu desenhos animados? A Dama e o Vagabundo?
—Não, nunca tive tempo.
—Ô minha filha, não ligue ele sempre foi uma criança muito agitada para sentar e assistir algo. - Disse a Zélia
—Podemos assistir então? Eu amo esse filme.
—Claro, ainda temos tempo até eu ir trabalhar.
—Zélia pode ficar também? - Ela me olhou com brilho nos olhos e aguardou a resposta tão ansiosa como eu.
—Pode sim!
—Eu vou preparar pipoca. - Ela disse e saiu em direção a cozinha
—Eu vou colocar o filme. - Disse o Zantinni.
—E eu vou lá em cima pegar algumas cobertores para a gente. - Eu disse já que estava frio e era ótimo assistir filme entre as cobertas. —Onde é o seu quarto Sr. Zantinni?
—O último no fim do corredor é já disse para não me chamar assim.
—Desculpe.
—Na terceira porta do corredor tem uma dispensa, pode pegar os cobertores lá.
Disse e assim eu fiz, a casa era enorme, andei devagar apreciando cada cômodo.
Cheguei na dispensa e era grande para uma simples dispensa, tinha de tudo para a casa desde produtos de limpeza até mesmo toalhas e jogos de cama.
Mas, claro, tudo separando no se devido lugar.
Peguei três cobertores e voltei para a cozinha e Zélia voltou ao mesmo tempo com baldes de pipoca.-Tinha dois tipos do desenho e eu coloquei o "live-action" já que o outro parecia antigo demais- Disse meu chefe e eu rir pois o desenho era realmente antigo.
-Esse ainda não vi mas deve ser legal.
Todos se acomodamos, Allaric e eu em um sofá e Dona Zélia em outro. O filme era mágico, chorei horrores na cena em que o Vagabundo é pego pela carrocinha e chorei ainda mais quando os outros foram salva-lo.
Não sei quando me entrei para a escuridão e nem sei ao certo mas acabei dormindo durante o filme sobre os ombros do meu chefe.
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Assim na Terra como no Inferno-Meu Mafioso
RandomEra para ser só mais uma secretária para o Allaric Ashley nunca esperaria que entrar na Empresa Zantinni poderia mudar drasticamente a sua vida. Um dia comum na vida de alguns mas não na de Ashley e Allaric. Um emprego concorrido, um chefe rígido e...