Zack
-NÃOOO!
Seu pai grita em desespero e eu apenas observo a cena.
Nic tentou atirar contra si mesma, ela decidiu morrer ao invés de matar o próprio pai.
Ao notar que não morreu e seu pai ao perceber que não perdeu sua filha, ambos se olham demonstrando imensa confusão.
-Achou mesmo que eu iria te dar uma arma carregada?-Puxo o revolve sua mão brutalmente-Pensou o quê? Que eu fosse idiota? Você poderia tentar ME matar!
O sarcasmo preenche meu tom enquanto retiro, desta vez, uma arma carregada.
-Zack, entenda! Ele é meu pai, nunca farei isso não importa o que ele fez.
-Nem mesmo quando entrava no seu quarto de noite quando tinha apenas 11 anos? Nem mesmo nos dias que ele te fazia dormir no porão, ou os dias que por apenas ele trancar a porta seu corpo estremecia e você começava a orar por piedade do que estava por vim?
Novamente seus olhos se banham em lagrimas, seus lábios tremem e em um movimento inconsciente ela fecha as pernas.
-Como sabe de tudo isso?
-Querida, eu sei de muita coisa.
Seu "pai" permanece quieto, ao menos consegue olhar para sua filha ou a mim.
Aproximo-me dele causando impacto ao seu corpo quando o puxo pelas cordas que predem suas mãos e o levo até Nic.
-Ajoelha!- Sem contestar ele conduz o ato sobre os pés de sua filha-Peça desculpas. Desculpas pelo merda de pai que você foi-Seguro a arma em suas costas-Pela merda de pessoa que você é- Destravo ouvindo o delicioso click-E pela merda de pessoa que você nunca mais vai ser- Foi possível ouvir segundos antes ele se desculpar com sua filha e abaixar a cabeça e então puxo o gatilho.
-Nic?- A garota levanta o olhar, sua face molhada me pega em cheio- Já passou, ele nunca mais vai tocar em você, te machucar ou a qualquer pessoa.- Abraço seu corpo que permanece encolhido mas aceita meu toque.
"Papa de mierda!" (pai de merda!)
Solto-me de garota que permanece do mesmo jeito, me ajoelho olhando para o corpo morto, em um momento de desprezo cuspo em sua face.
Me levanto retirando as cordas que prendiam Nic, pego-a no colo com cuidado e a levo para o cômodo ao lado me certificando de fechar a porta para que ela não precise ficar encarando seu falecido pai.
Repouso seu corpo na cama e ela permanece calada me olhando atentamente. Mesmo com os olhos inundado ela analise todo o quarto, talvez até mesmo planejando realmente me matar desta vez.
Pego uma caixa de primeiros- socorros que deixei ao lado da cabeceira e um banco, sentando-me na sua frente.
-Você... Você planejou tudo isso? Sabia que eu não iria mata-lo.
-Óbvio, você é boa demais e eu não mato inocentes.
Puxo seu braço para meu colo, retiro uma das gases da caixa e a encharco com anti-inflamatório, seu olhar atento e concentrado em todo momento, limpo com cuidado seu corte e ouço um leve murmúrio de dor mas mesmo assim ela não me impede.
Retiro uma agulha da caixa e enquanto coloco a linha percebo sua inquietação.
-Diga de uma vez!
-Precisa mesmo de uma agulha tão grande?
-Considerando que você tem três camadas de pele-Finjo pensar- Então sim. Por quê? Está com medo?
-Talvez...
-Bom, morrer você não vai, fique tranquila. Nem parece que minutos atrás tentou meter uma bala na própria cabeça.
-É diferente!
-E mesmo!?- De relance a olho com o cenho franzido e ela apenas encolhe os ombros dando o assunto por encerrado.
Bolos, doces, decoração, vestidos, convite. Trabalho, trabalho e mais trabalho!
-Srta. Zantinni?-Levo meu olhar até a voz que me chama, depois de dias sendo chamada pelo sobrenome do seu noivo você acaba se acostumando a olhar.
-Sim?
-O design do bolo já está pronto, basta a senhorita analisar e aprovar.
Acompanhando o chef do buffet, andamos por todo o salão no qual eu também estava analisando. O dia de hoje foi extremamente exaustivo, o dia de prova é um dos mais cansativos para a noiva ou para quem esteja organizando o casamento.
Ao entrarmos na cozinha dou de cara com o bolo mais extraordinário que eu já vi! O bolo em si possui três andares em glace branco com detalhes em alto relevo, flores azul traçam um caminho por todo o bolo.
-Mio Dio! Isso está perfeito! Com toda certeza pode aprovar, esse definitivamente é o bolo mais lido que já vi.
-Gracias señora (Obrigado madame)
Seu rosto fica corado de vergonha por receber um elogio, o que é muito fofo considerando que idade poderia ser de meu avô.
-Você fez um ótimo trabalho!
***
-Princesa...
-Zack, por que está me ligando?
-Sabe, princesa, eu só liguei para perguntar o dia do seu casamento.
-Por que quer saber, Zack? Você ficou tão irritado só de ver o anel.
-Eu não fiquei irritado, nunca me irritaria com você!
-E que cena toda foi aquela?
-Foi magoa, dor! Eu não me irritei com você mas não significa que você não me partiu.
-Zack, eu apenas seguir minha vida!
-Com meu irmão! Sabe como doía todas as vezes que eu ia para casa e te via com ele? Como doía ver que ele te tem nos braços, beija seus lábios, acaricia seu corpo, tudo que já foi meu e que eu deveria fazer.
-Você me traiu...
-Você apenas partiu, sequer me deu uma chance, sequer me ouviu.
-Zack, por favor!
-Tudo bem, só queria saber a data mesmo. Só quero te ver uma última vez feliz mesmo que não seja comigo ou eu que tenha te feito. Só quero participar desta parte da sua vida, te ver entra no altar esnobando brilho e felicidade, exalando beleza por todo aquele caminho. Só quero ter essa lembrança, por favor, não tire isso de mim também
-Tudo bem, será daqui dois meses, eu te enviarei um convite com o endereço mas só tem uma coisa...
-O quê?
-Lorena estará lá... Com Daya.
-Não vejo problema, ela também está feliz e isso que importa. Daya merece ela e ela merece a Daya, elas se fazem bem e isso é o suficiente para mim.
-Elas realmente se fazem bem, Lorena passou por tanto e Daya em nenhum momento deixou-a sozinha.
-Eu acompanhei tudo, sei de cada momento delas. E eu torci por isso.
-É, eu também.
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Assim na Terra como no Inferno-Meu Mafioso
RandomEra para ser só mais uma secretária para o Allaric Ashley nunca esperaria que entrar na Empresa Zantinni poderia mudar drasticamente a sua vida. Um dia comum na vida de alguns mas não na de Ashley e Allaric. Um emprego concorrido, um chefe rígido e...