Ela não tinha

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Meu coração palpitava em adrenalina, a ansiedade me percorria como um atleta em maratona

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Meu coração palpitava em adrenalina, a ansiedade me percorria como um atleta em maratona. Ao ouvir de Zack que poderia pegar qualquer livro eu me sentir aproveitadora mesmo estando muito feliz por ele se dedicar tanto a me fazer feliz a todo momento.

—E então? –Zack me olhava com brilho nos olhos e só então eu sentir minhas bochechas doerem pela força do sorriso que eu mantinha em meu rosto.

Em um movimento involuntário vou até o garoto em minha frente e passo meus braços pela sua cintura, sem nenhuma surpresa ele corresponde o abraço e repousa seu queixo no topo de minha cabeça.

—Obrigada, mas não sei se seria certo –Digo por fim fazendo com que ele me solte para olhar em meu rosto.

—E por que não seria? –Ele realmente parecia confuso.

—Eu estarei parecendo que me aproveito de você.

—Princesa, eu posso e estou me oferecendo a pagar. Sei o quanto gosta de ler e que já leu todos aqueles livros da biblioteca. O que custa te dar novos livros? 

—Olha, considerando aqui, vai te custar algumas notas –Disse em ironia pela sua fala.

—Isso já não é problema, agora vá e escolha logo seus livros.

Dando-me por vencida me afasto dele e sigo pelos corredores em busca dos livros que me interessem.

Por fim escolho cinco livro e penso ser o suficiente por enquanto, mesmo ele podendo ele não precisa gastar tanto comigo.

—Tem certeza que isso basta? Você vai terminar de ler isto em dois meses.

—Sim, tenho certeza, não preciso de mais por enquanto.

Ele apenas dar de ombros e me leva até o cacha, paga pelos livros e por fim me leva até a sorveteria.

Ao sairmos do shopping já estava escuro, as luzes das ruas eram vindas dos postes ou dos diversos comércios que haviam no local. Zack não me leva diretamente para casa, ele muda a rota e começa a adentrar em uma trilha, se eu não o conhecesse essa hora seria na qual eu entro em desespero achando que ele vai me sequestrar, me matar e vender meus orgãos no mercado negro.

Na verdade, ele me levou até a praia andamos pela areia apreciando a maresia e o vento frio da noite. Sentamos a beira da água, com os sapatos em mãos e uma garrafa de vinho que eu sequer reparei de onde surgiu.

—Eu te fiz feliz?

A pergunta me faz congelar com a garrafa entre lábios e o coração em um compasso acelerado e nem um pouco ritmado.

Olho para Zack e ele e fita com os lábios, agora secos, abertos. Sua respiração levemente ofegante indicando sua apreensão e ansiedade, ele me encara e fica ali, parado, esperado minha resposta que demora mais do que deveria a vir.

—Óbvio que me fez, por quê me pergunta isso?

 Ele desvia o olhar mas ainda posso ver suas bochechas corarem.

—Eu apenas pensei sobre, você partiu tão rápido e sem remorso que por algumas vezes pensei que eu não tivesse sido bom para você. –Ele volta a me olhar e agora seus olhos tem um brilho a mais pelas lágrimas que ele seguram —Porque eu entenderia se eu não tivesse sido bom, eu entenderia, mesmo que eu tenha me tornado um fodido apaixonado eu entenderia.
Eu sempre dei meu máximo por ti e te amei até quando julguei ser incapaz mas mesmo assim você se foi. E eu entendo, eu também iria se estivesse no seu lugar, eu também iria se visse o filme na sua percepção. O problema que a sua percepção não era a única.

As palavras fluem de sua boca como se não tivesse filtro, seus olhos agora já derramam as lágrimas que ele desistiu de controlar, eu não sabia o que fazer ou responder então fiquei apenas ali ouvindo ele desabafar, coisa na qual eu deveria ter feito a muito tempo.

—Eu não tive culpa, princesa –Desde que a gente terminou toda vez que ele bebe esse é o único assunto que ele fala, como se  peso disso foi sempre maior —Eu juro que não, naquele momento, naquele mísero momento, ela era você e eu me odeio todos os dias por não ter notado.
Ela nem ao menos tinha seu beijo, ela não tinha seu gosto. Quando eu te beijei, quando eu a beijei, eu não sentir a eletricidade percorrer meu ser como sempre acontecia com a gente, minhas mão não se encaixaram perfeitamente na cintura dele como a minha se encaixava a tua.
Por um segundo eu exitei mas ao abrir os olhos você estava bem na minha frente com as mão na minha nuca, como eu poderia te rejeitar? Mesmo quando você chegou e eu ouvir seu chorar, ainda assim eu vi duas de você e cogitei a hipótese de que tu tivesse uma irmã gêmea ou eu só não queria aceitar que fui um grande filho da puta ao confundir a minha namorada com uma qualquer, ELA NÃO TINHA NEM SEU CHEIRO, PRINCESA!

Zack já tinha o rosto completamente molhado de lágrimas, meu peito doía pela possibilidade eu ter sido a grande filha da puta nisso tudo. Sem necessidade de falar nada eu apenas puxei sua cabeça para meu colo e fiquei ali, com um Zack choroso e magoado em meu colo e um garrafa de vinho pela metade.

Ao tempo que acariciava seu cabelo na intenção de acalma-lo eu dava leves goles no liquido rubro, o mar estava calmo, diferente do nosso interno que se agitava tanto quanto um tsunami.O vento levava meu cabelo e as lágrimas de um rosto que já teve o mais belo sorriso.

O tempo parou, era somente nós naquele instante, eu e um amor que já não era tão meu, a magoa pela partida, o desespero pela brusca ida e mil pensamentos de outras vidas que poderíamos ter tido.

—Eu sinto muito por não entender sua dor mesmo que eu tenha te amado tanto quanto a mim. –A frase que Lorena disse no jantar de anunciação ainda percorre minha mente, e eu o respondo, digo do fundo de minha alma mesmo sabendo que talvez ele nem tenha escutado já que parece ter dormindo no meu colo em meio ao caos. —Eu sinto muito mesmo e espero um dia que possa me perdoa assim como te perdoei, e talvez ser até mesmo tão feliz quanto era antes de tudo. Me perdoe por te partir, eu só não conseguir. 

Assim na Terra como no Inferno-Meu MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora