Circo

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—Tem certeza do que está dizendo? – Arthur está em êxtase com o que ouviu, seus braços estão cruzados em frente ao peito, o tronco rígido deixando o tecido do terno ainda mais marcante entre seus músculos.

—Tenho, está tudo em baixo do meu nariz eu só não queria enxergar.

—Caracol, isso é serio! Precisamos fazer algo.–Arthur tirou uma mecha de cabelo do meu rosto enquanto falava.

—Tenho alguns alguns planos em mente. –Disse de modo vago.

—Me mantenha informado, agora preciso ir–Dando um pequeno beijo na minha testa, como se estivéssemos de volta a faculdade, Arthur se despede e sai sem que eu possa dizer algo a a mais. 

Sinto algo peludo se acomodar entre minhas pernas e nem preciso olhar para saber de quem se trata.

—Olá bebê, o que foi? –Pergunto vendo as orelhas de Zoe baixas, como em resposta ela olha para o escritório de Allaric —Eu sei, meu amor, mamãe vai dar um jeito. 

***

Os dias se passam como flashes e logo já está chegando meu casamento, minha mente não para um segundo ao saber que logo estarei com uma aliança entre os dedos e um contrato matrimonial assinado.

E a constante pergunta nunca esvai : Eu realmente quero isso? Mas acredito que seja uma pergunta que todas as noivas fazem, não? 

—Caracol, você precisa decidir logo! Não temos mais tanto tempo. –Arthur desde que soube do que eu  tanto escondo vem me pressionando a escolher, sei que ele quer me proteger mas também me sufoca.

—Eu sei, eu sei...

—Sabe mesmo? Porque pelo visto você está muito bem acomodada, não se monotoniza e aceite isso, só irá te machucar.

—Eu não consigo, não sei o que fazer! – Sinto lágrimas queimarem meus olhos e antes o rosto de Arthur que continha razão está preocupado.

—Eu sei, Caracol mas não podemos aceitar. Você já entrou em risco demais. –Seus braços contornar meus ombros e sua mão faz um leve carinho em meu cabelo

—E se der errado? Se descobrirem? 

—Não vão!

Passamos mais alguns segundos ali em silêncio, no silêncio mais ensurdecedor que eu já pude presenciar. Quando nossos ouvidos pediam por piedade decidimos nos retirar, Arthur voltou para seu posto e eu fui ao meu quarto. Local esse que praticamente não saio.

Acordo ao som da voz de Allaric, ao abrir meus olhos vejo ele sentando ao pé da cama, seus dedos se enrolam em meus fios e seu rosto tem um leve sorriso, podia jurar que vi um olhar mortal em um fração de segundos mas é apenas sono.

—Bom dia, pequena–Ric analisava cada minúsculo movimento que eu praticava- Dormiu bem? 

—Mm-hm–Balbucio enquanto me espreguiço sobre a cama.

—Daya saiu com a Zoe, disse que iria leva-la em algum evento animal, não sei direito–Seus olhos agora focam no teto como se quisesse se lembra de algo.

—Ah sim, a feira canina, ela já havia me dito mas obrigada.

—Por quê não foi junto? 

—Acabei me esquecendo.

—Quer dar uma volta? Essa semana o circo está aberto no centro e também tem aquele parque que fomos da última vez.

—Claro, por que não!? 

Me levanto lentamente, aproveitando a preguiça que me reina. Allaric apenas permanece sentado me observando.

Vou até o closet, hoje o dia está fresco então não preciso me preocupar nem com o calor ou com o frio. Vejo uma saia que Daya havia me dado e que eu nunca usei, ótima oportunidade.

Assim na Terra como no Inferno-Meu MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora