Contas a pagar

362 25 1
                                    

Zack

—Pai– Nic tem os olhos imediatamente repleto de lágrimas— QUE MERDA VOCÊ FEZ DESTA VEZ?– Tanto eu quanto sua pai ficamos surpresos com a reação, não imaginávamos o quão forte ela podia ser.

—Minha filha...

—VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME CHAMAR ASSIM! O perdeu quando tirei tudo de mim...– Nic abaixa a cabeça parecendo se lembrar de algo e posso ver uma lágrima escorrer de sua bochecha.
Vou até a cozinha e pego um copo de água, voltando e o colocando de frente para a boca dela que me olha desconfiada mas segundos depois aceita.

Ao terminar de beber complemente o líquido transparente ela me olha com pesar e pergunta—É por ele que estou aqui? –Maneio a cabeça em concordância—O que ele te fez? Ele te partiu também?

Dessa vez é pela minha bochecha que escorre uma lágrima e nisso se torna o suficiente para que ela entenda a resposta.

—Espera aí cara.–Viro meu rosto em direção da voz do velho que me chamava, o ódio sendo nítido em meu olhar.— Eu nem te conheço, como te fiz algo?

Sem dizer nada saio do cômodo e vou até o quarto ao lado, abro uma pequena gaveta na cômoda ao lado da cama e retiro duas fotos, uma de Lorena e outra do seu carro no acidente.

Retorno para onde os dois se encontro e se Nic tivesse raios laser provavelmente o cara já estaria totalmente queimado.

Entro na frente de seu olhar e primeiro mostro a foto de Lorena e o mesmo parece não se lembrar de nada porém porém mostrar a segunda seus olhos se arregalam e ele me olha em desespero.

—E-eu não fiz nada, não tive culpa.–Ele tenta argumentar mas se cala imediatamente ao notar meu olhar.

—Meu filho...–Ele parece confuso, deve ter notado antes de fugir que não havia criança no carro— Ela estava grávida e VOCÊ MATOU MEU FILHO!

Seus corpo se estremece e ele abaixa o olhar temendo olhar tanto para mim quanto para sua filha.

—E sabe...–Começo a dizer enquanto caminho até uma pequena mesa de metal—Algumas contas devem ser pagas.‐ Levo a mesa ao seu lado observando atentamente cada item em cima dela.

—Zack...–Nic me chama, brevemente a olho sem querer adiar ainda mais isso.—Por favor, não!

Não lhe dou atenção e pego uma pequena agulha com um viscoso líquido na seringa.

Abaixo, ficando de frente para o rosto desse verme, seu olhar intercala entre a agulha e meus olhos, vez ou outra ele arrisca olhar para sua filha que neste momento está forçando seus olhos para não ver o que está prestes a acontecer.

—Oh, você acha que isso é para você? Não, não!–A confusão fica evidente—Você merece sofre mais que isso.

Puxo o braço de Nic observando a pulsação de cada veia e artéria, acelerado por medo.

—Não! SEU DESGRAÇADO! Deixa minha filha em paz.

—Em paz? Você por acaso deixou a minha família em paz? Você por acaso pensou um pouco antes de entrar na merda de um carro enquanto seu corpo se entorpecia em álcool? Pensou por um mísero segundo antes de ser um ser humano desprezível como foi?

Seu silêncio foi o suficiente para a minha resposta, retomo meu olhar para a garota em minha frente com os olhos banhados em lágrimas não derramadas.

Presando pela sua misericórdia injeto o líquido em seu corpo, assisto ela perdendo a consciência lentamente.

Por minutos fico apenas observando seu corpo, delicada até em momentos cruciais. Seu pai, por sua vez, não existe um pingo de delicadeza nele. Sua alma, seu corpo e ele por completo exala repugnância.

—O-o que você fez com ela?

—Relaxa aí pingüino (pinguço), ela está bem, meu assunto é com você.

—Se é comigo por quê trouxe ela? O que quer com minha filha?

—Você faz muitas perguntas, não gosto disso. Definitivamente não gosto!

—¡lo va a joder! (vai se foder!)

—O que disse?

—Eu mandei se foder!

—Grande erro, hijo de puta.

Eu enxergava vermelho, meu maxila estava travado e eu podia ouvir meus dentes rangendo de ódio.

Me aproximo novamente da mesa e retiro uma pequena faca, passeio com a lâmina pelo corpo delicado como neve, seu corpo se arrepia com o leve contato do metal gélido.

Paro na palma de sua mão, em seus dedos e com um pouco mais de pressão faço um corte superficial em sua palma, pouco a pouco gotas de sangue caem no empoeirado chão.

—Por favor–Ele chora— Deixe-a em paz, ela não tem culpa.

—E meu filho tinha? Ele tinha? Ao menos tinha nascido ainda!

—Olha, cara, me desculpa mesmo. Eu não quis matar ninguém!

—Você ao menos chamou ajuda, VOCÊ FUGIU!– Nesse ponto lagrimas banham meu rosto e sinto mais dor do que ódio.

Em um momento possesso pelo rancor corto o pulso de nic, um corte que se estende por todo seu antebraço.
O sangue jorra de si e seu pai entra em desespero pela vida da filha.
Entro no outro cômodo e volto com um balde a água com gelo, jogo por cima da cabeça da garota e também em seu pulso.

Seu pai e nem mesmo ela sabe, mas tudo está esterilizado e tenho tudo planejado para que ela não sofra nenhum dano grave.

Sentindo o contado da água Nic desperta, recobrando a consciência ela entra em desespero e isso apenas piora ao ver seu pai em prantos e notar o sangue em seu braço.

—O que você fez?

Não digo nada, apenas lhe entrego a arma e me posiciono atrás do seu corpo.

—Você tem tempo antes de ter hemorragia, você tem uma escolha. Ou morra ou atire nele! Ele matou um inocente, agora basta você decidir se mais um inocente irá morrer ou ele irá pagar.

Seu pai fecha os olhos e abaixa a cabeça em rendimento, já se entregando para a morte que te espera segurando os ombros.
Ela me olhar com pesar, temendo por sua decisão e o que isso irá afetar no futuro.

—E-eu, eu não posso. Ele é meu pai!

—E um assassino, a escolha é toda sua.

Então Nic intercala seu olhar entre, eu, seu pai e seu braço machucado.
Levantando a arma e fechando os olhos ela parece pensar por alguns segundos.
Momentos depois seus olhos se abrem e vejo determinação em sua face, certeza em seu olhar e sagacidade em seus movimentos.
Com uma agilidade extrema ela destrava a arma, posiciona o dedo no gatilho e então dispara.

—NÃOO!

Assim na Terra como no Inferno-Meu MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora