Tabuleiro

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Já se passaram 1 mês, meus treinamentos são constantes e eu não descanso um dia sequer. Meus olhos queimam em vingança, meu sangue ferve em fúria e meu corpo mal se segura na espera do pior.
Eu quero a cabeça de Allaric Zantinni e nada poderá me impedir!
Eu quero e eu terei, revogarei sua alma como minha, seu corpo se submeterá a mim. Eu serei a rainha nesse tabuleiro, a rainha na qual matou o próprio rei.

Me olho no espelho, ainda vejo as cicatrizes providas do sequestro, minhas coxas tem alguns cortes assim como minhas costas e braços.
Amarro meu cabelo no topo da cabeça em um rabo de cavalo, visto minhas roupas de treino, coloco o tênis e as luvas.
Olho para o relógio 4:45, o sol ainda não fez seu jus e a lua ainda brilha em seu grande esplendor.
Saio do quarto e vou direto para a academia, Pierre ainda não chegou mas isso não importa, início o treinamento me aquecendo com o saco de pancadas.
Desfiro socos e chutes contra o objeto pendurado, a cada soco vejo o couro se moldar com meus dedos, a cada chute ouço as correntes vibrarem.

Meu corpo queima em excitação, meu peito sobe e desce em seu ritmo veloz, uma gota única de suor desce por minha têmpora, meus lábios levemente abertos para facilitar a entrada se oxigênio no objetivo de diminuir a queimação em meus pulmões.

Não vejo o tempo passar até ver a figura alta de Pierre entrar pela academia, nada passa despercebido por mim agora. Os treinamentos me ensinaram a notar cada minúsculo movimento.

-Pobre saco, o que de tão mal ele te fez? -Pierre ironiza pela força que estou usando.

-Ele não fez nada mas se continuar falando posso te colocar no lugar dele, aceita?

Ele não responde, apenas vira as costas colocando as luvas e entrando no ringue. Entendo onde ele quer chegar e abandono o saco entrando no ringue também.

-Espero que não esteja muito cansada, hoje acordei com uma vontade imensa de acabar com uma vadia. -Seu sorriso ladino mostra que ele apenas quer me provocar com suas palavras.

Lembro de seus ensinamentos, se não tiver força contra seu oponente entre em sua mente, o faça ficar tão fraco quanto você. Fecho meus olhos, respiro fundo, é apenas provocações, você pode contra ele. Inclino minha perna direita para trás buscando apoio e dobro levemente meu joelho esquerdo, viro meu troco para o lado, levando meus cotovelos montando a guarda. Abro meus olhos, sorrio para Pierre e dobro os dedos da minha mão o chamado.

Pierre avança sobre mim, desfere um soco em meu estômago e recuo dois passos para trás com o impacto, com o braço esquerdo monto guarda e com o direito lanço um soco em seu rosto. Ele sobe a guarda e dando livre acesso a sua parte inferior do corpo, acerto uma joelhada em seu pau e ele se curva com a dor. Mesmo sendo treinamento não tenho piedade, aproveito sua baixa guarda e acerto um chute no seu joelho o fazendo cair sentado.
Pierre tentar agarrar minhas pernas porém acerto seu nariz e ele cai no ringue, subo em seu colo e defiro socos em seu rosto. Após 3 socos ele dá dois tapas no ringue sinalizando para parar.
Levanto do seu colo e estendo a mão para que ele se apoie em mim, ele segura e se levanta.

Passo ao lado dele retirando minhas luvas e quando estou a 30 centímetro de distâncias da suas costas sussurro em seu ouvido:
-Nunca mais me chame de vadia a não ser que queria sua viajem seja adiada para seu encontro com Lúcifer.

-Talvez você esteja levando isso a sério demais. Eu estou todo roxo por usa culpa!

-Ou talvez você que esteja levando como piada demais.

-Afinal, por quê quer tanto lutar?

-No nosso casamento ele me disse "Assim na Terra como no inferno", no altar no meio de todos e ninguém percebeu. Agora eu irei mostrar a ele o inferno na Terra, não terei piedade assim como ele não teve perante a mim.

Pierre segurou meus ombros e me virou em direção a ele e me entendeu uma venda.

-Coloque-a -Sinalizou e eu coloquei, ele segurou meus ombros e me direcionou pelo caminho que ele queria.
Mesmo ele sendo meu instrutor e segurança eu aprendi a não confiar, meus ouvidos estavam atentos a cada som, os passos ecoando pelo grande de espaço, uma porta se abrindo, o som dos dedos dele tocando o tecido da minha roupa, nossas respirações, tudo eu podia ouvir. -Pode retirar.

Retiro a venda e estou de frente kara o armazém de armas, eu aprendi a atirar como cada uma delas, desde a facas e soco inglês até mesmo a mais potente arma.

-O que foi? Vai atirar agora? -Perguntei sem entender onde ele queria chegar.

-Não, nós não vamos. Stef, eu como seu instrutor vejo a fúria no seu olhar, vejo o ódio em cada movimento seu. Sinto o cheiro da sua vingança a quilômetros de distância e isso, sem dúvidas, me torna seu fiel seguidor.
Em um mês você pode fazer o que muito em um ano não poderam, sua força fez seu pés caminharam na velocidade da luz em direção a vitória.
Você quer a cabeça de Allaric? Você a terá, porquê agora eu vejo que está pronta, sua vingança será feita e todos ajoelharam perante a ti.

Pierre caminha até uma arma específica, ele nunca me deixou tocar nela, era uma KALASHNIKOV AK-47 ASSAULT RIFLE, ele dizia ser sua arma preferida. Pierre ergue a arma e me entrega.

-Tem certeza disso?

-Nunca tive certeza maior, você é merecedora.

Pego a arma e sinto a textura metálica e gelada, o preto brilhava de tão limpo de certa forma me hipnotizado.

-O que fará agora Stef?

-Eu irei esperá-lo. Ele vai vim atrás de mim e eu estarei pronta para ele, ele ainda pensa que sou a garota inocente que ele conheceu mas ele está horrendamente enganado. Eu irei esperá-lo e deixarei ele pensar que está no poder mas ele vai seguir cada maldito passo que eu comandar, esse jogo é meu e eu nunca perco um jogo.
A morte de Allaric está chegando e quem vai tomar sua alma será eu.
Nesse xadrez a rainha não precisa do rei, eu farei meu jogo!


Nota da autora:

Como houve mudança no nome da personagem, preferem que eu deixo a introdução dela com o nome original ou mude para o atual nome?

Assim na Terra como no Inferno-Meu MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora