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- Isso é um scooter. – Colocou na orelha da garota. – Foi feito para leituras, comunicação, rastreamento, é só dizer a ele qual sua língua materna e ele irá traduzi-la como achar melhor. Agora que já te mostrei o seu aposento e seu local de trabalho, mais tarde eu lhe mostrarei a sala de jantar. E antes que eu me esqueça, o rei irá falar com você.

Bulma mal ouviu o que ela disse, estava se deliciando com os conhecimentos gerais e sobre metais do planeta Vegeta-sei. Horas depois, papéis estavam largados em cima da mesa com cálculos desenhos e projetos, ela pode perceber que o sistema de conexão de eletrodos não era muito complicado para se aprender. Então como teste, pegou uma caixa que possuía alguns tipos de materiais necessários para fazer o pequeno robô. Um metal chamou bastante a atenção de Bulma fora o negrite, um material prateado que suporta o calor de duas estrelas superiores – o que ela supôs ser muito já que não conhecia esse termo. 

Maleável e resistente. 

Mais algumas horas se passaram e ela pode criar um pequeno cachorro de outro material chamado adamn, o que ela supôs ser muito próxima de ferro com alumínio, em algumas tentativas percebeu que ele não suporta muito calor chegando a derreter. Era muito bonito, as cores azuis e verdes brincavam naquele metal e o pequeno cachorro que ela construiu ficou muito belo, adicionou códigos e um sistema de leitura e voz.

Chegando o tempo noturno ela já estava com um novo companheiro, um cachorro azulado esverdeado que dependendo do ângulo para se olhar, se transformava em uma nova cor. A criação podia compreender e entender a língua saiyan e converter para o básico terráqueo. Seu corpo então começou a lhe cobrar as emoções vividas, tirando o fato de que estava ofegante e cansada mais que o comum, então descansou a cabeça na mesa de pedra enquanto acariciava a pata metálica do robo a qual ela nomeou Shenlong, o dragão do desejo, de acordo com um livro aleatório que leu. 

Vegeta havia chegado em Vegeta-sei muitas horas antes do anoitecer, sua presença fora solicitada para resolver uma questão com lorde Freeza. Sua cabeça pensou nas milhares de coisas que havia feito em momentos anteriores e isso o deixava ansioso, aquele inferno sempre achava algo para punir sua raça e já estava ficando cansado. Ao chegar na sala do concelho, encontrou seu pior pesadelo na ponta da mesa com forma de raio e seu pai em outra ponta juntamente com o general Bardock, os companheiros estavam sérios diante da presença da lagartixa. 

- Ora, estou surpreso. – A voz gélida e desgostosa do imperador foi ouvida e o príncipe se segurou para não fazer uma expressão de desgosto. – Não sabia que se juntaria a nós Vegeta.

- Acabei de chegar. – O Príncipe se sentou. – Quais os negócios que temos que discutir?

- Direto ao ponto. Gosto assim. – O lagarto pálido respondeu. – Em um planeta não tão distante, eu achei um minério interessante. Até hoje, esse minério foi o mais resistente contra o frio absoluto e contra projéteis. Entretanto para pegar esses minérios eu teria que enfrentar criaturas feitas pelo mais puro gelo, criaturas jamais vistas.

Ele aponta para o painel que mostra um tipo de baleia pálida com nadadeiras longas e estreitas, quatro em cada lateral, com dentes afiados e um sopro mortal e congelante, tirando os pequenos animais em forma humanoide que tinha a pele coberta pelo minério que o denominado lorde desejava. 

- Então, o grande Freeza deseja um exército de saiyajins para exterminar esses animais, para que suas tropas não sofram perdas. – Bardock comenta.

- Tão perspicaz general. – Ele ironiza

- O que ganhamos com isso? – O rei se pronúncia. – Afinal, não vejo como lucramos com isso imperador.

- Excelente pergunta macaco. Eu já levei muitos soldados para tentar exterminar esses animais gelados, mas o resultado foi um infortúnio e uma grande perda de soldados. O que lhes dou é: Se conseguirem exterminar esses animais e pegarem os minerais, posso ceder dez por cento do minério e dar a vocês macacos.

Os três saiyajins se estremeceram com ódio e a lagartixa sorriu diante de tal ação.

- Temos um acordo, meus queridos macaquinhos?

O rei pendurou antes de responder que sim, encerrando a reunião com Freeza. Seu primogênito não deixou de expressar sua irritabilidade no momento em que o imperador saiu.

- Dez por cento?! Você perdeu a cabeça?! – O príncipe bateu os pulsos na mesa de pedra negra. – Essa missão vai matar nossos soldados e você os entrega de mão beijada para Freeza?!

- Olhe seu tom comigo rapaz! Você é príncipe, mas não é rei. - O rei também controlou o seu tom, o ódio estava transbordando do seu corpo, mas ele não deixou transparecer.

- Eu sou o Príncipe dos Saiyajins e estou agindo como tal! Estou guiando nossos soldados para prosperarem no campo de batalha enquanto você os joga de MÃO BEIJADA para a MORTE! – Uma veia saltou de sua testa.

- Você não sabe dos meus planos rapaz, não me questione!

- Então me diga pai, qual é EXATAMENTE o seu plano? – Sua voz soava como um raio em dias noturnos e rouca como um cantor depois belos shows ao anoitecer. – Porque aparenta estar mais preocupado em SOBREVIVER do que LUTAR!

- Estamos sobrevivendo com o que temos garoto!

- Nós só temos MIGALHAS! - Seu filho explodiu. - Somos saiyajins, não escravos, lutamos por nossa conta e risco! No passado tomávamos o que podíamos e não dávamos a ninguém o nosso prêmio e agora? Nossa honra foi jogada na lama! Nossos guerreiros são reduzidos dia após dia! E tudo isso para que? Por migalhas?! - Seus punhos quebram as pedras negras. - Nós TOMAMOS para NÓS! NÃO PARA OUTROS!

- Não existirá um "nós" se estivermos extintos! Você não sabe a LAMA a qual eu rastejei garoto. Você não sabe a MERDA que eu tive que aguentar até achar o que é preciso para DERROTAR Freeza! 

O garoto se afasta da mesa. – Então, QUE SEJA! Continue aceitando essa merda de ser um escravo, mas não conte comigo para isso. - O príncipe cuspiu.

- Onde vai Vegeta?

- Caçar.

As portas batem quando o Príncipe de Vegeta-sei sai pelas portas, em direção as portas laterais do castelo.

Dentro da sala Bardock suspira fundo e se senta em cima da mesa, suspirando e olhando para o vitral esculpido com um macaco Oozaru dourado e em seu meio um saiyajin com uma transformação diferente de tudo o que já vira na vida e até mesmo as transformações douradas do fundo. Essa transformação, um guerreiro saiyan estava com a parte superior do corpo coberta de pelos avermelhados e os cabelos negros mais longos que o comum, de acordo com a lenda, era o domínio total da transformação de Oozaru.

O general suspira pesadamente e olha o amigo que observa sua cidade em um dia comum, mas por trás ele podia ver a raiva e desgosto das palavras do filho, ele não entendia o que seu pai estava fazendo e seu pai não fazia questão de explicar, então sempre havia um grande impasse na relação dos dois.

- O que eu faço Bardock?

- Você já deu início ao plano, não pode voltar atrás. - Bardock suspirou.

- Ele é cruel. Você o vê. A transformação de Oozaru só pode ser alcançada por um saiyajin com ambições puras. – Outro suspiro pesado. – Aquela terráquea é nossa única salvação.

- O que você viu nela? - O general realmente não entendia o que uma humana teimosa poderia mudar no príncipe, afinal, ele também é teimoso.

- O mesmo que vi em Sarada. Determinação. Confiança. Paciência. Amor. Sentimentos que nós saiyajins não estamos acostumados a sentir.

O rei dizia palavras que seu amigo sabia que não era comum de ouvir e por isso se atentava a cada palavra, Bardock é o único Saiyan que o compreendia quando se tratava de um relacionamento. 

- E você acha que isso vai ser o suficiente para muda-lo?

- Essa é minha última esperança.

- Eu espero que esteja certo meu amigo. Eu espero. 

Bardock nunca foi alguém supersticioso, mas dessa vez, ele estava rezando para qualquer deus que o ouvisse.

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora