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O rei se sentia aliviado por seu filho ter curiosidade, sabia que o que havia feito foi demasiadamente errado, o rei não se arrependia por ter feito, mas isso não significa que gostou de ser feito.

Vegeta sempre fora reservado e orgulhoso, nunca pensou em nada que não fosse os seus desejos e ambições, nunca vira seu filho poupar ninguém, então estava sendo um milagre a humana estar viva até agora. Vegeta nunca pensou sobre o amor e até mesmo seu pai não dava importância para esse sentimento, mas agora, depois de anos, seu pai estava se arrependendo dessa decisão.

O rei sabia que seu filho tinha um limite quando se tratava de sentimentos, o máximo de demonstração que já vira, eram as repreensões com Kakarotto. Vegeta nunca pensou que seu filho precisava de uma companheira, mas agora ele precisa. O rei precisa fazer seu filho se apaixonar para ultrapassar seu limite físico e mental, Vegeta III faria seu filho se apaixonar de um jeito ou de outro.

- Kh'alhesee.

- O que?

O garoto encarou o pai, se lembrou vagamente da palavra que estava nos livros de história, não entendeu o motivo do seu pai trazer esse tópico para a conversa.

- Um companheiro destinado.

O pai se levantou e foi até a janela onde uma noite avermelhada repousava refrescantemente no planeta estranhamente evoluído. A brisa fria não os incomodava, mas Vegeta tinha a leve sensação de que a garota iria tremer dos pés a cabeça se sentisse essa brisa.

- Eu sei o que é, o que quer dizer?

O rapaz acompanha com uma certa desconfiança. Seu pai nunca mencionou isso, então porque estava fazendo agora?

- A rainha é minha Kh'alhesee.

- Sei. Onde quer chegar, pai?

O progenitor do príncipe sabia que quando o filho se dirigia a ele com esse tom, já estava desconfiando sobre seus planos e provavelmente já havia deduzido seus próximos passos. Algumas vezes detestava o raciocínio rápido de seu filho, muitas vezes seus planos foram estragados pelo raciocínio do menino e não podia repreende-lo porque suas ações sempre eram tomadas como o general e de acordo com o concelho, ele estava certo.

Desconfiava que aqueles anciões o queriam fora do trono e em algumas situações não escondiam o desgosto por tê-lo como rei. Vegeta III pouco se importava com a opinião dos anciões resmungões, mas era extremamente cansativo medir as palavras em cada reunião que acontecia no palácio ou no quartel.

- Existem coisas que só poderá ver no futuro.

- Como?

Vegeta entendeu que sua prole é o assunto da conversa.

- Você sabe o que.

- Eu não vou fazer parte desse plano ridículo!

- Você já faz parte dele.

- Você me colocou nessa situação e vai tratar de me tirar! - Vociferou.

Suspirou. – Não.

- Quer saber? – Vegeta se levantou com raiva batendo os punhos na mesa. – Cuide você dessa cria! Eu não tenho nada a ver com isso!

- Vegeta.

- Não pai, sempre são as mesmas desculpas, você é o rei e logo eu serei, só que eu não vou criar um filhote que eu não quero e nem fiz questão de ter.

Vegeta estava com raiva e como um pai conhece um filho sabia que também estava chateado. O príncipe aprendeu a esconder seus sentimentos atrás da raiva e do ódio, para os outros funcionava, mas seu pai reconhecia a máscara e via através dela.

- Um.

Vegeta se arrepiou e tremeu, mas não iria parar. Esse feto crescendo é um completo desrespeito com ele, com sua herança e com sua coroa! O garoto estava com raiva do pai, das ações do rei, da falta de inclusão, da falta de respeito com ele, até mesmo seu pai não levava em conta sua opinião, então o que diabos estava fazendo naquele lugar onde sua opinião é ouvida e jogada ao vento?!

- Você me deixa de fora dos assuntos da coroa, me deixa de fora dos seus planos e diz que está fazendo tudo isso pelo nosso povo, você não está fazendo isso por nosso povo, por nossa liberdade, mas é mentira! Está fazendo isso por VOCÊ!

- Dois.

A pele de vegeta se arrepiou, estava cruzando a linha e sabia o que aconteceria depois, mas agora ele não importava, estava engasgado com isso e dessa vez não se seguraria. Seu pai o ouviria de um jeito ou de outro.

- Você está fazendo isso por VOCÊ! Porque você não SUPORTA mais ficar acorrentado e quer desesperadamente ser livre ao ponto de usar SEU SANGUE para isso e por causa disso há uma estranha na minha cama que por coincidência carrega MINHA SEMENTE!

O rei iria falar, mas acabou que ficou calado. Porque seu filho está com a razão, sabia que seu filho se sentia invadido e desrespeitado por sua ação desesperada e ambos sabiam que ele não pediria pelo perdão ou compreensão do garoto, então esperar que acontecesse é como esperar um defunto voltar a vida por conta própria.

Observou o garoto sair e bater a porta. Olhou em direção a cama e notou o movimento leve da mulher e estreitou os olhos.

- O quanto você ouviu?

- O bastante. – A voz da menina estava melhor do que antes, ela se sentou e o encarou. – Não gosto disso, mas concordo com seu filho, fazer esse tipo de coisa sem a permissão dele é... Invasão de privacidade.

O rei encarou a terráquea, não podia acreditar que estava tomando sermão do ser mais fraco do universo!

- Vejo que está melhor do que antes. - Se controlou, não podia fazer mal a terráquea.

- Sim, o remédio que me-

Bulma rapidamente se lembrou dos eventos anteriores, do toque rígido e receoso, do jeito que cuidou dela para que melhorasse e principalmente dos seus dedos explorando o seu interior e brincando com a sua língua. Agora que estava pensando racionalmente, foi estranho e... e não odiou porque não foi ruim... foi apenas... Inesperado.

- Se lembrou de algo indesejado?

O rei sorriu cinicamente, não sabia o que havia acontecido antes de chegar, mas aparentemente foi algo que a deixou envergonhada.

- N-não. – Se envergonhou. – Isso não vem ao caso! O que você quer comigo? Você me trouxe e me ameaçou das maneiras mais cruéis que conhece, mas não me disse o que você quer.

É verdade. Ele estava preocupado com o filho que esqueceu que a terráquea é inteligente.

- Os saiyajins são a raça mais forte de todo o universo.

A menina parecia não se importar com isso, agora entendeu que a humana não tem senso de sobrevivendo, suspirou e continuou.

- Infelicidades aconteceram e preciso que você crie uma armas e armaduras mais fortes e aqueles seus pequenos projetos podem ser útil para alguma coisa.

- Só isso?

- "Só isso?" - O rei ficou extremamente surpreso, mas não deixou transparecer. - Você vai construir mais de mil par de armaduras que não possuem falhas de maneira nenhuma e pergunta se é só isso?

Que tipo de humano ela era? Não tinha lógica? Construir o que pediu provavelmente demoraria meses para ficar pronto e estarem perfeitas para atacar o exército de Freeza.

Bulma sabia que demoraria em média uma semana para descobrir e aprender sobre os metais que utilizaria nas armaduras e armas e no máximo ficaria um mês fazendo os projetos. Como já havia começado seus estudos sobre aquele planeta, começou a ficar familiarizada com os metais e isso já dava a ela uma vantagem crucial para o início de seus projetos.

O seu mascote Shenlong era a prova disso e talvez o rei não soubesse que ela já havia começado a vasculhar seu mundo e talvez essa era a chance dela de tentar... Não, ela não podia, a vida de seus pais estavam em risco e ela não podia arriscar, mas precisava ter uma prova.

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora