6.2

120 7 1
                                    


Uma criatura pequena e verde apareceu e disse palavras que não entendi, mas seja o que fosse, fez a mulher desaparecer e os animais acordarem. A dor de cabeça passou, usei minha blusa para secar o sangue, eu precisava agradecer o garoto, mas acontece que ele fugiu. Pode notar que ele deixou uma espécie de bolsa com os entalhados escritos D E N D Ê, provavelmente é o nome da criança. Corri atrás dela, na verdade, tentei correr, cada passo faziam a contração dos músculos parecer infernal, só que não posso parar, ele viu tudo, ele sabe de tudo... Se eu o achar o que eu vou fazer?

Mate.

- O que?? - olhei pelo corredor e só havia eu, aquela mulher fez alguma coisa? - Quem é você?

- Eu sou você, a parte que você enterra no fundo do seu coração.

É a minha voz que estou ouvindo, mas não sou eu que falo.

- Eu não tenho nada enterrado no meu coração!

- Certeza? Vamos ver... A culpa pela morte do Yancha, do Kuririn, ah minha querida ... A inveja da sua única amiga, inveja o amor dela por Kakarotto e o prato principal, o ódio por seu filho!

- Ele não é-

- Sim, ele é, você sente o crescimento dele, sente sua energia sendo sugada mais rápido do que você pode repor! Você sente soluços internos que não são seus, você o sente crescendo e sabe que quando ele nascer você vai morrer e se transformar em nada. Porque você não é nada! Nada para o príncipe, nada para o rei, nada para ninguém!

- Saia da minha cabeça!

Abri a porta e dei de cara com um rei irritado, um príncipe irritado, duas criaturas que se deliciavam com os quitutes da minha mãe.

Provavelmente eu não deveria estar aqui, não, com certeza eu não deveria estar aqui! Fechei a porta sem virar as costas e continuei pelos corredores. Meu abdômen estava doendo e consequentemente minhas pernas começaram a formigar, apoie-me nas paredes feitas de tijolos vermelhos e continuei, eu precisava achar Dendê, tinha que conversar com ele...

Mas, aquela voz que estava ecoando na minha cabeça era minha. Foi estranho, é como se uma presença assombrasse minhas memórias a procura de algo, estanho, não vi em nenhum dos relatórios alguém ou algo com uma habilidade parecida. Dendê... Onde está você?... O que ele disse a ela? Ele disse alguma coisa e ela desapareceu, foi como magia... mas magia não existe.

Parei no meio do corredor.

- Você foi sequestrada por seres extraterrestres e não acredita em magia?

Ser sequestrada por eles não significa que a magia exista, magia é apenas uma ciência incompreendida. Apenas. Afinal, o que Dendê disse a mulher? Parecia que ele estava preocupado, da onde ele veio? Ele não é parecido com os saiyajins, ele é verde e pequeno. Eu tenho que acha-lo, mas como vou procurar se eu estou em um castelo? Ele pode estar em qualquer lugar e eu não posso sair gritando por ele, seria fácil me evitar.

Sons de batalha estavam vindo da janela e movida pela curiosidade, olhei, o príncipe estava com os braços cruzados e olhos fechados, se defendendo e atacando seus guerreiros com as pernas, ele conseguia desviar e atacar, pelo que parece, os guerreiros não são páreos para ele. Se fossem, ele estaria com os olhos abertos e em posição de batalha, o que claramente não é o caso. Ele é.... Lindo. Isso eu não posso negar.

O príncipe estava ficando entediado, ninguém estava ao seu alcance e estava brincando com eles de olhos fechados. Guerreiros patéticos e fracos! Seu povo deveria ser o mais forte do universo, então porque ele sentia como se não fossem?

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora