- Você me chamou atenção.
Bulma notou a verdade ridícula nas palavras do rei e não evitou de ficar perplexa, era isso? Só porque ela chamou a atenção? Apenas chamou a atenção? Bateu os punhos na mesa e agora o rei a encarava, seu olhar estava sério. Bulma não controlou a raiva em suas palavras
- Isso é mentira!
- Que desrespeito!
O rei rosnou e deixou sua aura assassina cobrir a sala, afogando a garota. Bulma já havia sentido o pavor e o horror, mas sentir os dois juntos é uma sensação inesquecível e horrenda. A garota estava afogando em seus próprios medos e angústias, o rei a assustou e deixou uma marca na sua cabeça e coração, ele é o rei e ela é uma escrava, ela deve saber o seu lugar.
- Você carrega a semente de meu filho, mas não ache que eu preciso de você inteira. Ouse me desrespeitar novamente e verá o que posso fazer.
- Desculpe... Majestade.
Bulma percebeu que se não fosse cuidadosa com seus atos e palavras, eles seriam impiedosos e cruéis com ela, teria que maneirar seu temperamento se quisesse sobreviver. Uma coisa extremamente difícil para ela que sempre teve um pavio curto e sempre fora impulsiva com as palavras. Mas nesse lugar Bulma Briefs não passava de uma escrava e uma encubadora humana para o filho do príncipe, se não cuidasse de suas palavras, com certeza perderia um braço ou uma perna.
- Bom. - Continuou com os olhos estreitados e com a voz raivosa. - Você não precisa saber o motivo.
Iria responder, mas achou melhor não provocar a ira do rei. Voltou a se sentar e a estudar o relatório enquanto o rei saia e a deixava com sua devida privacidade.
É injusto com ela, há algo dentro dela contra a sua vontade e não há nada que possa fazer sobre isso. Por mais que pensasse nisso, sempre chegava a uma conclusão, o emaranhado de celular não tem culpa de estar sendo formado. Essa coisa que vai ser tornar um pequeno ser, não pediu para nascer e nem para ser fecundado, ele é inocente nessa bagunça. Mas nem sempre inocentes são puros, já havia se olhado no espelho e notado sua gordura desaparecer, principalmente na região das costelas. A cada dia ela sentia-se mais fraca e menos disposta a fazer qualquer coisa que não seja deitar naquela cama mais e quente.
Voltou a estudar os relatórios. De acordo com eles, o metal é extremamente difícil de se moldar e por mais que os escravos da forja tentassem moldar o metal com fogo e até mesmo a brisa do sol, nada derretia aquela coisa.
Se nem mesmo a brasa do sol, o que Bulma supôs que não era literalmente uma brasa solar, como conseguiria fazer aquela coisa desconhecida derreter?
Continuou a estudar a fundo o relatório e percebeu um nome Akay um funcionário saiyan que estava na primeira expedição, mas voltou por ter sido dado como incapacitado para continuar as missões, sua recompensa é que seria mandado para um lugar onde suas habilidades fossem necessárias, que é uma forma bonita de dizer que seu tempo como explorador havia terminado.
De acordo com o relatório ele estava nas fazendas do castelo, deve ser uma humilhação, pensou a garota, de acordo com Kakarotto " não criam, eles tomam" isso deve valer para a comida também, certo? Bom, só havia uma maneira de descobrir.
Naquela tarde o rei havia mostrado a ela o caminho das plantações. Para não se perder resolveu levar Shen 2.0 para guardar o caminho de ida e volta. As roupas saiyan causavam raiva no seu peito, ela era escrava e o uso constante da roupa a fazia se sentir pior do que realmente é.
Será que poderia colocar a capa? Ou era limitado a realeza daquele planeta? De certo modo ela agora também fazia parte da realeza, então não teria problema... Rezava para que não. Colocou a capa carmesim que se arrastava pelo chão, apenas naquele momento se deu conta do quão pequena ela é, mas tudo bem, nunca se esqueceria que, para uma terráquea, seu tamanho é normal.
O pequeno Shen acompanhava escondido no carmesim, no caminho alguns dos empregados desinformados se curvaram perante ela, enquanto esperava que passasse para continuar as obrigações. Se falasse algo poderiam desconfiar e falar para um superior que provavelmente a mataria, com o motivo de plágio para com a família real, e sobre nenhuma circunstância poderia falar sobre o herdeiro que crescia em seu ventre, caso contrário morreria duas vezes. Mas que coisa! Porque sua vida se tornou tão complicada?
Shen a alertou e ela observou a enorme plantação de legumes e vegetais estrangeiros, porém com uma aparência próxima aos que conhecia. Um enorme caminho levava até uma casa bem, bem distante do castelo, não se importou de andar, pelo menos não ficaria entediada ou algo do tipo.
O cheiro da plantação era amargo e suave como um jiló cozido em um almoço de domingo, se lembrou da sua mãe cozinhando para ela e seu pai, seu coração relaxou com a memória e com a certeza de que ambos estão bem. Continuou sua caminhada se deliciando com as memórias felizes de sua casa. Bulma ama sua família mais que tudo e saber que estavam seguros deixava seu fardo mais leve.
Depois de uma longa manhã repleta de assuntos reais com o mesmo tópico, a missão de reconhecimento e busca pelo minério Kaal ficou decidido que os mais fortes da elite Saiyajins iria na missão.
Ele reconhecia os mais fortes colocando-os em uma sequência do mais forte para o mais fraco entre eles, Kakarotto estava sempre páreo com sua força e se ele desse mole o filho do general o passaria em força e ele nunca deixaria acontecer. Depois vinha a disputa do seu irmão e a mulher saiyan, a situação deles eram realmente parecidas com a situação que estava vivendo, é claro que se tirar a tensão animalesca que misteriosamente aparece quando estão no mesmo cômodo.
Vegeta tinha a certeza de que se eles ficassem sozinhos por mais de dez minutos, iriam acabar tomando um ao outro antes do festival e isso resultaria em uma bagunça sem tamanho. Por último vinha Nappa, ele não era relaxado com seus deveres, apenas preferia supervisionar os novos recrutas e os diretores de missões, era mais administrativo em seu tempo livre do que um treinador.
Sua cabeça estava latejando e estava irritado, os velhos do concelho só queriam saber de um jeito para se libertar da tirania do imperador do universo e seu pai não fez menção da gravidez da terráquea. Vegeta já sabia que seu pai não confiava nos velhos, então as únicas pessoas que possivelmente sabiam do plano eram a sua tenente, seu general e ele, tirando a terráquea. Parou na janela para poder respirar e pensar no seu próximo passo, ainda tinha que decidir quais mineradores iria para a missão com eles, teria que fazer um relatório e deixar na mesa de seu pai antes de ir, a missão começaria em algumas horas e ele queria ir treinar ao invés de fazer o relatório.
Vegeta queria estar em qualquer lugar que não fosse a sala de trabalho real.
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E se?
FanfictionE se o rei Vegeta se recusasse a trabalhar com Freeza? E se uma rebelião causasse a morte de meio planeta? E se o rei se submeter as ordens de Freeza como um cachorro na coleira? E se um rei rastejasse na lama implorando por seu perdão? E se Freeza...