E se?

4.10

- Sim, pai. As perguntas foram respondidas. – Disse enquanto levava a garota para um cômodo longe do painel de controle.

- O que foi isso? – Nyx perguntou enquanto estava sendo puxada por Raditz.

- Nada.

Parou e Raditz a olhou.

- O que aconteceu lá atrás? Seu pai me encarando, você me encarando, que perguntas? O que está acontecendo?

Ele ficou receoso de contar seus desejos profundos e medos para sua companheira, ela não zombaria dele, zombaria? A puxou para um dos quartos e trancou a porta e ligou o aquecedor, para que ninguém os escutasse.

- Raditz?

Se ajoelhou diante dela, um ato que para muitos significaria fraqueza, mas quando um saiyan se curva perante a fêmea esse é o ato mais íntimo e verdadeiro que se poderá ter. O crânio do saiyan macho se tornava exposto e a fêmea poderia matá-lo se bem entendesse, ou poderia consolar e acalmar seus desejos.

- Eu... sinto coisas que não deveria sentir. – Inspirava o ar da maneira mais forte que podia. – Eu... não consigo pensar em lutar sem ter você ao meu lado. Eu não consigo mais... Pensar em você como uma saiyan livre, quando eu penso em você, você é minha guerreira, minha saiyan.

- Raditz...

Ele a encarou e por mais que deveria dizer isso no Kalhanei, mas seu coração pesava demais e não podia esperar.

- Kh'alhesee... Corate'see.

Pela primeira depois de muito tempo, Nyxxy chorou.

Raditz contorceu seu rosto, porque ela estava chorando? Ela não havia gostado? Ela o rejeitaria? Achou tão estranho que chorava por isso?

- A última vez que isso aconteceu...

Ela também abaixou a cabeça e deixou as lágrimas caírem.

– A última vez que eu chorei de felicidade... foi quando meu irmão nasceu...

O encarou e pela primeira vez em muito tempo ela conseguia dizer palavras sorrindo com todo o coração.

– Kh'alhesee.... Corate'see.

Raditz nunca se sentiu mais feliz em toda sua vida, mesmo que ganhasse inúmeras batalhas, ganhasse inúmeras guerras, derrotasse o príncipe e o rei, dominasse um planeta sozinho, nada se comparava e se compararia com esse momento. Se levantou e a puxou para um abraço, apertava a garota que sorria contra seu abraço.

Sua. sua Kh'alhesee.

Seu. seu Kh'alhesee.

Raditz foi puxado para a cama e ficou em cima de sua companheira, ela não parava de sorrir e isso o fez sorrir também. Tão bonita. Colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, se surpreendeu quando ela mordiscou sua orelha e viu o desejo e felicidade misturada em seus olhos. A tomaria novamente.

Vegeta encarava o caminho negro que os conduzia até o destino incerto, ele resgataria a terráquea e a traria de volta, isso é uma certeza. Observou pelo reflexo, o pai dos irmãos se sentar enquanto o outro saiu do cômodo levando a tenente consigo, eles iriam acasalar, de novo. Se irritou.

Não havia nada mais para fazer? Eles iriam lutar contra o exército de Freeza e o que eles estavam fazendo? Acasalando? Que belo exército ele tinha, um idiota sorridente, um general sem exército, um guerreiro que treinavam crianças e um casal com desejos intermináveis de acasalar. Porque se sentia incomodado com aquilo? Porque se sentia tão irritado? Porque ... Estava tão inquieto?

Seu pai é o culpado, culpado por sua inquietação, culpado por sua... sua...

Era mentira.

Ele estava inquieto porque a terráquea, sua terráquea havia sido tirada dele, em baixo do seu teto, sua casa foi invadida por um parasita que tomou seu bem valioso e isso o deixava irado.

E ninguém toma de um saiyajin.

Até quando teria que esperar? Até quando precisaria se segurar? Até quando seria humilhado? Até quando seus pertences seriam tirado dele? Até quando... a agonia de ser um escravo o atormentaria?

- Príncipe? Estamos chegando.

Concordou e saiu, precisava colocar a cabeça em ordem, precisava saber pelo que estava lutando, até recentemente era por seu povo, pela liberdade dos saiyajins... Mas agora? Pelo que estava lutando? Pela liberdade do seu povo? Sim... Mas sentia que não era apenas isso, tinha algo a mais que tinha que descobrir. Seu herdeiro? Ele nunca fez questão de ter ou de pensar em um, então era pela terráquea? Ela é sua propriedade e foi tomada abaixo seu teto, isso ele não aceitaria, era por isso, seu orgulho nunca deixaria que Freeza saísse impune dessa.

Estava andando pelos corredores quando ouviu sons familiares, familiares até demais, porque ele se deu o trabalho de imaginar Raditz e Nyx transando? É uma imagem que nunca mais vai sair da sua cabeça, maravilha! Era tudo o que ele precisava, com certeza seu dia apenas melhorava. Foi para um quarto qualquer bem longe dos gemidos intermináveis do casal, o macio do colchão relaxou suas costas, estava cansado.

"Pesado é a cabeça que suporta a coroa."

Um ditado que há muito leu em um dos livros antigos, não havia sentido naquela época, mas agora fazia total sentido. Ele deveria aceitar o herdeiro? Ele deveria aceitar a humana? Ele não foi feito para criar, ele foi feito para tomar, para saquear e roubar, não para criar, para ser parte de uma família, para ser... pai. Sim, a linhagens dos saiyajins precisava continuar, sim, ele precisaria de um herdeiro, sim, ele precisaria ser rei e pai, mas tudo isso aconteceria em um dia distante, não agora!

Agora ele precisava focar em libertar seu povo, libertar sua raça, ser livre. Há quanto tempo ele sonhava com isso? Há quanto tempo ele desejava a liberdade? Em acordar um dia e perceber que não havia mais correntes em seu pulso, esse fio de esperança... o atormentava. Porque a cada dia que passava, sentia que estava cada vez mais longe de seu destino, cada segundo sentia que ele nunca iria conseguir, isso o tornava um miserável, porque ele não acreditava em si mesmo, então como faria seu povo acreditar? Como... ele se tornaria mais forte?

Havia se tornado um super saiyajin, mas para que? Ainda não era o suficiente para acabar com Freeza, é tudo o que ele queria, tudo o que sempre desejou foi ser livre, era tão difícil? A esperança estava acabando e quando menos espera seu pai, o trai da pior maneira possível, colocando seu último fio de liberdade, sua semente, em uma humana!

Uma humana! Um ser fraco e asqueroso, um humano! Um ser que não conseguia erguer dez vezes o seu peso e que estava na última fileira da cadeia alimentar da galáxia. E olha para ele agora, se preparando para lutar pelo ser mais fraco do universo, quando sua vida havia se tornando esse inferno?

Encarou o teto e sua mente trouxe um azul pulsante, o azul que se chocava contra seu corpo e se movia conforme sua força, o sons que vinham abaixo dos cabelos, a curva da cintura, costas e bunda. Suas mãos tocavam a carne e apertava se deliciando com a maciez perfeita da carne humana, a maneira que seu corpo se sentia bem dentro dela, o jeito que a sentiu chegar e se contrair contra ele, a maneira que se desfazia contra o próprio.

Ele a queria de novo, queria sentir o calor, ouvir, ver, ela é sua e vai traze-la de volta. Havia um incômodo no meio das suas pernas e ele não seria baixo o suficiente para se libertar enquanto pensava nela, iria se desfazer dentro dela e isso ele jurou a si mesmo.