Vegeta os observou e notou a drástica mudança entre o casal, eles estavam ligados e nem precisava olhar as roupas para ter a certeza.
Quando um casal saiyan se une, um laço é formado e que nem mesmo Freeza poderia quebrar. Um laço único que compartilhavam e que os tornavam mais fortes, os tornavam um casal saiyan. Mesmo com a cara fechada Vegeta pode ver o brilho no rosto do casal, provavelmente eles haviam acasalado, provavelmente não, com certeza haviam.
O cheiro de sangue era claro como o dia. O casal entrou e foram para seus determinados postos arrumando os últimos detalhes para a partida, Vegeta ficou agradecido quando viu que o casal não ficaria de enrolação. Os guerreiros foram surpreendidos por Bardock e Nappa.
- Acharam que partiriam em mim? – Nappa comentou enquanto ajustava o painel para sua entrada.
- Pai? – Kakarotto se assustou, não é comum seu pai ir em missões de resgate. – O que está fazendo aqui?
- Assuntos reais Kakarotto.
- Que assuntos? – Vegeta começou seu interrogatório.
- O retorno da princesa.
O ar ficou escasso e todos ficaram afogados pela fúria do príncipe, ele odiou a ideia de ter um laço com a terráquea e não escondia o fato.
- Ela NÃO É uma PRINCESA SAIYAN! Ela carrega o herdeiro de Vegeta-sei e é apenas isso! Ela nunca será uma saiyan, então PAREM de achar que ela é uma!
O príncipe bateu no painel e a nave se fechou, ligando os motores, vibrando o interior se preparando para partir. Todos foram para seus devidos lugares nos painéis e se prepararam para o vácuo do espaço. Quando estavam dentro do azulado arroxeado e um negro sem fim zarparam em direção a trilha de Freeza.
Bardock assoviou e seus filhos o procuraram, mas o pai fixou o olhar no mais velho, que entendeu o recado, levantou e foi para o final da sala para conversar em privacidade. Coisa impossível para um Saiyan, principalmente em um espaço pequeno. A tenente ficou curiosa para saber o que estavam conversando e o sentimento aumentava quando sentia o olhares de ambos na sua nuca, não evitou de se sentir ansiosa.
- Nyx?
- O que é?
- O que aconteceu entre você e o meu irmão? Vocês mudaram as armaduras e meu pai não para de olhar para você.
O caçula da família estava curioso, havia visto os dois em uma posição constrangedora por motivos estranhos, eles não podem fazer isso em público, não é? E se alguém pegasse eles? E se alguém visse? Só que... Ele os pegou! Ele os viu segundos antes de mudarem suas roupas e não somente elas, o jeito dos dois de se olhar e sincronia nos comandos, eles estavam ligados!
- Seja o que for que tenha concluído nessa sua cabeça, disfarce.
Não conseguia! Eles estavam ligados! Eles tinham acasalado! Eles tinham se ligado e acasalado depois que ele saiu! Por todas as entidades vivas, eles acasalaram depois que ele saiu! Eles tinham se tocado, suas caudas haviam se tocado, eles haviam... Tinham... Seu irmão e sua comandante.. eles.. o... Na sua frente!
- Kakarotto! - O príncipe o repreendeu.
Tudo bem. Iria se acalmar. Seu irmão havia se ligado e isso não é um fato terrível ou surpreendente, agora eles estavam acasalados, tudo bem, poderia aceitar, poderia aceitar a tenente ao seu lado agora pertencia a sua família. Bom, bom, isso é bom.
Agora ele estava com a família aumentada e não era motivo para alarde, ele é um soldado e daqui a uns tempos ele teria que cuidar da prole do irmão... Como seria? Teria os cabelos longos como o irmão ou medianos como o da nova irmã? Teria os olhos castanhos ou pretos? Seria um guerreiro de alto poder ou seria um soldado de classe baixa?
- Se atente Kakarotto! – O príncipe o repreendeu novamente.
- T-ta.
Alguns segundos depois a espinha de Nyxxy se tornou tão gélida quanto o espaço.
- Nyx.
Raditz a chamou, demorou segundos para que se levantasse e esse dirigisse até o par de saiyans maiores que ela. Raditz era mais alto que seu pai, mesmo que a diferença entre eles fosse por um palmo, ela se sentia um inseto diante de gigantes.
Chegou e ficou ao lado de Raditz e o pai começou a encara-la, é isso? Um jogo de não desviar? Bom, ela não iria perder, já havia visto olhares piores de quando o rei ou o príncipe estava com raiva.
Sustentou o olhar por um tempo, tentando decifrar o que ele estava querendo dizer. Tentava entender o que estava passando na cabeça do general, quando se assustou pelo toque da cauda de Raditz, que olhou para ela e ambas se entrelaçam. Raditz sorria com a lateral dos lábios, um sorriso que demonstrava seu orgulho e olhou para o general que tinha esse mesmo sorriso, franziu o cenho por um segundo enquanto olhava para Raditz.
- Ela será uma boa fêmea. – Seu pai os consagrou.
- Ela é uma boa fêmea. – Raditz o corrigiu.
Seu filho acariciou a bochecha da garota que para outros seria como se fosse retirar um cisco, mas o pai sabia que era uma demonstração de afeto.
O mais velho sempre tentava tocar na sua perna quando criança, geralmente acontecia quando sentia alguma emoção forte. Quando era menor, ainda com alguns dias de recém nascido, ele insistia em tocar em Gine para não ficar sozinho. Esse guerreiro era realmente aquela criança que nasceu de sua companheira? Aquela criança com medo de ficar sozinha, com receio de não saber o que é afeto e saber o que é ser parte de uma família, de saber o que é ser... feliz. Aquela criança estava desaparecendo e Bardock não se importou com isso.
Ainda se lembrava das noites iluminadas e estreladas que passava secretamente com seu filho.
- O que está fazendo?
Perguntei enquanto subia as escadas. Era para o garoto estar dormindo. Amanhã ele se apresentaria para o príncipe e teria que estar no mínimo apresentável.
Raditz estava olhando as estrelas e está chateado, seu rabo está frouxo na cintura e seus olhos estão inchados e avermelhados. Estava chorando antes da minha chegada, o que o incomoda tanto? Está certo de que saiyans não devem se importar muito com os filhos, mas isso é um ato falho, saiyajins com algo para proteger se tornam fortes e saiyajins se tornam impiedosos quando protegem a família.
Aprendi esse ditado com o rei, a única coisa que me disse quando seu segundo filho nasceu e sua Kh'alhesee deixou este mundo, dias depois me encarregou de sumir com seu segundo filho, coisa que se arrependeria dias depois, então o desobedeci pela primeira vez, levando seu filho para um casal de saiyans aposentado que cuidaram dele bem, o ensinaram a ser forte e se importar com aqueles que julga ser da família.
O luto do rei durou um tempo, mas seu filho o observava de longe, desejando secretamente estar ao lado do pai. Me sentei ao lado do garoto e olhei as estrelas, Raditz tentando engolir os soluços, afrouxei minha cauda e quase que instantaneamente sua cauda se entrelaçou na minha.
- Pai.
Esperei que falasse sem desfazer o laço de nossas caudas.
- Eu... vou ser feliz?
Encarou o garoto que ainda olhava as estrelas.
- Eu vou encontrar alguém... que seja para mim o que a mamãe é para você?
- Só o tempo dirá.
Suspirou e me encarou.
- O tempo é um saco.
Não consegui evitar que meu lábio se curvasse em um sorriso curto.
- É, realmente.
- Bardock! Raditz! Venham, Kakarotto está abrindo os olhos.
Pude ver os olhos de meu filho brilharem, depois de muito tempo, finalmente chegou seu tempo de ser irmão mais velho.
- O tempo chegou. – Disse antes de sair e ir para o painel de operações.
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E se?
FanfictionE se o rei Vegeta se recusasse a trabalhar com Freeza? E se uma rebelião causasse a morte de meio planeta? E se o rei se submeter as ordens de Freeza como um cachorro na coleira? E se um rei rastejasse na lama implorando por seu perdão? E se Freeza...