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Vegeta estava se arrumando e viu os trapos largados, havia um certo contentamento em ver os panos e também houve uma repreensão por sua parte. Terminou de se vestir, a energia de seus subordinados estava se aproximando, a garota começou a ouvir vozes, mas não soube dizer de quem. Vegeta estava praticamente pronto quando se abaixou para pegar a capa que ela estava em cima, suspirou, ela não poderia sair sem nada, se repreendeu, deveria ter mais alto controle.

A pegou pelo braço e a levantou, Bulma se sentiu uma boneca, seus braços se apoiaram nele já que o saiyajin sabia com tirar as forças de suas pernas. Vegeta pegou sua capa e a cobriu, fez uma esfera de energia para olhar o contraste, pálido, azul e vermelho, gostou disso. Segurou na cintura da garota e a trouxe para mais perto, Bulma sorriu e ronronou.

- Você ainda não gosta de abraços?

- Não. - Respondeu irritado.

- Está fazendo muitas coisas que não gosta ultimamente. - Vegeta passou o nariz pelo pescoço dela. - Porque você gosta de me cheirar?

- Não gosto. Seu cheiro me enoja.

- Sério? Eu sou bem cheirosa, você que tem cheiro de sangue e tripas. - Reclamou e Vegeta sorriu.

- É o cheiro de um saiyajin mulher. Eu não sou um filhote.

- O que quer dizer? - Bulma ficou curiosa.

- Filhotes tem o cheio do sangue das mães.

- Aí... Credo Vegeta! - Reclamou e ele bufou com diversão.

- Credo porque mulher? Eles saem de vocês, não é estranho.

- É claro que é estranho!

- Você que tem um nariz limitado mulher.

- Meu nariz não é limitado!

- Ah não? - Ironizou.

- Não!

Agora que está mais perto, pode ver que as vestes do príncipe estão velhas e provavelmente rasgariam com facilidade na próxima luta, com os materiais certos poderia ajudá-lo.

- PRÍNCIPE? - Kakarotto se pronunciou.

- Ele não está aqui. - Raditz estava com ele.

- Eu sinto a energia dele... e outra também.

Bulma ficou vermelha e Vegeta apenas suspirou.

- Eles sabem que estamos aqui? - Sussurrou e Vegeta concordou com a cabeça.

- O que é?

- Vegeta? Onde você está?

- Não interessa, o que é?

- Já estamos preparados para ir para Boras.

Vegeta havia esquecido das coisas que tinha que fazer. Ia se distanciar quando ela pegou em seu braço e ele a olhou, ela mordeu o lábio antes de sibilar perguntando se voltaria e ele nada respondeu. Bulma ficou cabisbaixa, Vegeta nunca sabia se conseguiria voltar de uma missão, poderia morrer, mas vê-la triste por não saber se iria voltar, é... Atencioso da parte dela. Vegeta acariciou sua bochecha e depositou um beijo no lugar.

Kakarotto estava confuso e desistiu de achar o esconderijo do príncipe, até que o príncipe saiu de uma porta escondida na parede e junto com ele um forte cheiro de sexo e poeira com um resquício de sangue. O cheiro de sexo extremamente forte que atordoou os irmãos, qualquer saiyajin ficaria atordoado com o cheiro. O mais novo se afastou e o mais velho esperou o príncipe passar para segui-lo, o menor estava quase se afogando no cheiro de hormônios.

O irmão mais velho teve que puxar o mais novo com a cauda para que continuasse andando, assim que começou a seguir um novo cheiro chamou a atenção dele e se virou, viu a terráquea sair coberta pelo manto real, achou estranho, o príncipe não ligava para a estranha terráquea, então qual o motivo de acasalarem?

Vegeta estava ansioso, queria ter ficado mais tempo com Bulma, não podia negar que a compatibilidade de seus corpos era, no mínimo, boa. Raditz estava percebendo a irritabilidade e ansiedade do príncipe e não é bom, é de senso comum que quando um saiyajin tinha as emoções fora de controle, ele se tornava uma ameaça aos companheiros e Vegeta nunca havia sentido essas emoções e isso o tornava extremamente perigoso. De acordo com suas experiências passadas, o príncipe não era de ficar apegado nas coisas ou pessoas, então porque estava tão agitado? Será que o príncipe estaria se importando com a fêmea?

Os três rapazes chegaram a sala de trabalho do príncipe, havia um relatório em cima da sua mesa junto a um bilhete dizendo para encontrar seu pai na sala de trabalho real. Ele deu as ordens para os subordinados e seguiu para encontrar o pai onde havia pedido. Ao chegar seu pai estava analisando e conferindo relatórios, assim que entrou seu pai o encarou e ordenou que seu empregado saia, Vegeta senta e começa a comer alguns petiscos e seu pai demora a falar, a paciência do príncipe estava acabando.

- O que é?

Seu pai cerrou os olhos e agora que prestou mais atenção seu filho, notou que ele estava ansioso e sem sua capa, tirando o cheiro de acasalamento extremamente forte... seria com a humana? Eles já haviam acasalado antes e seu filho havia tido um comportamento estranho quando os incomodou. E também havia a barreira que nenhum dos dois não sabia explicar, se seu filho estivesse acasalando com a terráquea só havia uma forma de ter certeza.

- Você vai em uma missão no planeta Boras.

- Sim.

- Acontece que irá um pouco mais tarde.

- Por quê?

- Você tem andado meio tenso ultimamente, providenciarei que seja tratado.

Ele viu a impaciência crescer. Se controlou para não deixar transparecer seu sorriso de satisfação.

- De quem você acha que é a culpa? - Seu filho reclamou.

- A terráquea tem dado muito trabalho? - O rei brincou com o cálice de vinho.

- O que? O que a terráquea tem a ver com isso?

- Mandarei que ela seja retirada de seus aposentos, creio que já encontrei o aposento ideal para a cientista.

- Ela é minha!

Pela segunda vez em longos anos, o rei viu seu filho o ameaçar com sua energia. A primeira vez que ele viu seu filho assim, fora quando ainda era criança e queria monopolizar a mãe enquanto estava amamentando, naquele tempo o rei sempre tinha que submeter o filho. Era fácil colocar seu filho no seu devido lugar, como queria que os filhotes não crescessem. 

- Eu posso ser o rei, mas eu sou seu pai em primeiro lugar, olhe como fala comigo.

- Você-

Vegeta se levantou e seu pai também, todo o castelo sentiu a briga de energia dos familiares.

Bulma, mesmo longe da sala de trabalho real, foi mais afetada já que sua cabeça estava fraca e a criatura sentiu, mais que imediatamente ela foi atrás da terráquea, iria fazê-la pagar por ter tirado o príncipe dela e iria fazê-la pagar da maneira mais dolorosa possível. Como sua velocidade é superior à de quase todas as raças ali então procurou a terráquea de cabelos azuis, seu corpo vibrava com a emoção de ter sua vingança e de ver em primeira mão, se deliciaria com tudo o que tiraria dela, a veria definhar e estaria ali para consolar o príncipe, para então tomar o que é seu por direito e mostraria a todos que ela nunca foi e jamais será fraca!

Achou a garota andando pelo corredor coberta com a manta do príncipe, a raiva nasceu do seu íntimo e percorreu todo seu corpo transformando a cor de seus olhos de preto para o mais puro vermelho. Foi até a criatura desprezível que tomou o que é seu e a pegou pelo pescoço, no momento que a levantou do chão o manto caiu revelando as marcas que futuramente irão ficar roxas, a raiva cresceu ainda mais, ela tocou no seu príncipe, tocou no que é seu e não deixaria barato! Seus olhos brilharam e qualquer tipo de defesa mental que ela tivesse iria cair, ela se deliciou quando não encontrou nenhuma e brincou na sua mente, colocando pavor em momentos felizes, colocando ódio no amor, a colocando em situações que jamais aconteceram, confundindo seus princípios e sua alma. Ela se prendeu em uma memória específica onde ela recebia um prêmio e seus pais estavam comemorando com ela, elogiando, brincando e fazendo coisas felizes. Então trocou.

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