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Ele se afastou e foi encontrar os soldados para mandá-los se prepararem para partir, o príncipe não seria dissuadido e ele nem tentaria, se fosse com Chichi ele partiria agora. Kakarotto até entendeu o motivo de partirem ao anoitecer por causa da batalha que tiveram, ele só não entendia o motivo do príncipe querer esperar até o anoitecer.

Vegeta levantou voo e foi para o palácio branco onde os saiyajins estavam reconstruindo, ele os dispensou e entrou em seu quarto onde eles estiveram horas antes, seu peito batia descontroladamente e seu corpo doía, não pela batalha, não, batalhas nunca o incomodaram tanto assim. Seu corpo doía porque sua alma estava quebrada, porque diante dele, diante dos olhos do príncipe Vegeta, sua Kha'lhasee foi levada, invadiram sua casa e levaram sua alma. E foi tão fácil como roubar doce de uma criança!

- O que está fazendo terráquea?

- Ahn... massagem? - Sorriu amarelo.

- E o que diabos é massagem? - Perguntei irritado.

- Só... não se mova, ok?

- Quem você pensa que é para me dar ordens?!

- Não é uma ordem Vegeta, é um pedido. Então, não se mova.

Suas mãos pressionaram minhas costas e ombros, a sensação dormente das minhas costas me fez relaxar, ela continuou a massagem até chegar perto da minha cauda.

- Eu posso tocar?

- Faça o que quiser.

Bulma usou os polegares para rodear minha cauda e o som que saiu da minha garganta me fez enterrar o rosto no travesseiro, isso foi... delicioso.

Gritar, socar, matar, nada adiantava para apaziguar sua dor. Era culpa dele! Ele a perdeu! Ele a deixou! Ele não pode protegê-la! Ele ficou tão cego de desejo que não viu o óbvio! Ele foi tão estúpido! Tão idiota! Estúpido! Ele perdeu a única coisa que tinha! Ele não era bom o suficiente e nunca vai sair!

Conforme seus pensamentos o culpavam sua mão sofria, a cada pensamento ele socava ainda mais a parede, destruía cada bloco e porcelana, sentia a ardência dos músculos e ossos e não sentia nada. Nada parava com sua dor. Apenas ela. Somente ela. Vegeta então começou a destruir tudo o que via pela frente, nada escapava da sua raiva, ele estava destruindo o castelo de dentro para fora, tudo o que via lembrava os olhos profundos e marejados, tudo o que sentia lembrava do cheiro dos cabelos azuis, o pobre quarto, testemunha do amor do príncipe agora fora testemunha da sua crueldade. Não havia sobrado nada, nem mesmo a poeira dos objetos pulverizados havia restado. Tudo estava destruído e quem estava quebrado era ele.

- EI!

- Já disse para não LEVANTAR A VOZ MULHER!

- VOCÊ QUE ESTÁ GRITANDO!

- EU NÃO ESTOU!

Bulma começou a rir e se sentou na cama, os guardiões correram para seu colo e ela os acariciou.

- Porque está rindo mulher? Perdeu a sanidade?

- Não, não é isso. - Diz sorrindo. - É que você me lembra um gato.

- O que infernos é um "gato"?

Ela me olhou dos pés a cabeça. - É parecido com você. - Sorriu com os dentes.

Não importava o quanto Vegeta tentasse e quebrasse as coisas, nada passava ou diminuía a dor para que ele ao menos pudesse respirar. Ele sabia! Sabia, no instante que colocou os olhos nela, sabia que aquela mulher era um problema e que lhe daria muita dor de cabeça. Ele sabia que a maldita humana era algo a mais, era muito mais que problema e era. Bulma era sua perdição. Ele encarou o companheiro de batalha que o esperava na porta, e jurou silenciosamente que passaria pelo inferno e mataria o próprio diabo para ter sua Bulma de volta, ele já havia dito uma vez e ninguém ouviu, até o diabo pediria perdão a deus pelo que iria fazer com ele e esse diabo tinha um nome.

"Eu te amo."

- Eu não sei o que significa.

- Na terra significa que você se importa com a pessoa.

- Temos dois significados para isso. Te contarei quando retornar.

As naves dos saiyajins decolaram levando equipe de saiyajins para todos os cantos do universo, onde eles estavam encontravam soldados de Freeza e nenhum ficaria vivo, os saiyajins mataram cada soldado, destruíram cada nave e posto avançado do imperador do universo. Eles estavam alerta sobre o massacre dos saiyajins e mesmo que se preparassem, tentassem fazer armadilhas, nenhum sobreviva. Vegeta já havia perdido a conta de quantos soldados havia matado e de quantas vezes havia ficado coberto de sangue que nem mesmo a água os tirava, ele não podia dormir, se fechasse os olhos tudo que enxergava era ela. Ele a via e sentia sofrendo, ele tentava tomar a dor dela, mas acordava sempre que estava quase para tocá-la. Então ele parou de dormir e foi nesse momento que sua vida piorou de tal maneira que ele nunca achou possível, se ele ficasse um minuto sequer fora de uma batalha, seu peito acelerava e doía como se fosse explodir, o ar faltava, seu corpo tremia a todo instante, ele não tinha apetite, o que começou a preocupar Kakarotto.

Ele tentou falar com o príncipe e foi surpreendido pelos ataques de fúria da realeza, ele já estava com o príncipe há muito tempo e nunca o vira assim, estava se preocupando com o príncipe porque já fazia quase dois momentos que ele não via o príncipe dormir. Vegeta cochilava alguns minutos e nunca dormia profundamente, eles estavam indo de planeta a planeta atrás de cada soldado de Freeza e matando todos. É claro, eles eram os guerreiros mais fortes do universo, mas não adianta nada você levar seu corpo e mente ao limite e não deixar que se recupere desse limite para que possa criar um novo e você o superar novamente. A perda da Kha'lhasee estava matando o príncipe e ele seria um péssimo amigo se deixasse que Vegeta se matasse por estar sem ela. Tomado por uma coragem fantasma, foi até a área de treino do príncipe e o encontrou socando um peso de treino.

- Vegeta, precisamos conversar.

- Já encontrou?

- Ainda não, mas-

- Então já terminamos.

- Mas Vegeta-

- Eu disse. - Vegeta usou seu poder para afundar o rapaz ao chão e bloquear a entrada de ar no corpo de Kakarotto. - Terminamos.

O rapaz se levantou com tamanha dificuldade e tentou encarar o príncipe. - E-eu-

- Kakarotto você tem passado dos limites.

O garoto estava ficando azul.

- E é bom você se lembrar do seu lugar.

Seu braço foi quebrado apenas com a energia direcionada contra ele.

- Saiba que eu fui muito complacente com você.

Agora foi a perna.

- Mas isso acaba agora.

Raditz sentiu uma pontada no peito e Nyx estava dormindo ao seu lado, se não era ela então era... Ele correu até o irmão e o encontrou ajoelhado segurando o braço e tentando se levantar, houve um brilho branco e Raditz fora rápido o suficiente para pegar seu irmão e sair da mira do príncipe. Ele corria com o irmão até uma câmara de recuperação.

- Seu imbecil! O que você pensa que está fazendo?

- Eu só pensei que-

- Seu idiota! Você não pensa!

- Raditz!

- Escute Kakarotto, o príncipe não está bem e mesmo ele sendo seu kyak'asee ele não vai hesitar em te matar quando se trata de sua Kha'lhasee.

- Mas eu só... queria ajudar.

- Quer ajudar? Deixe-o sozinho!

Raditz chegou na sala e antes que seu irmão apagasse com o gás, o menor usou a cauda para puxar a do irmão, ele já estava sonolento e o mais velho sabia que o irmão ficava grudento quando estava com sono.

- Como você... sabe disso?

Raditz viu o irmão mais novo adormecer enquanto seu corpo se curava e só respondeu quando teve a certeza de que ele já não o escutava mais.

- Porque eu faria a mesma coisa.

"Se Nyx me pedisse... eu mataria até você... irmão." 

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora