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Vegeta saiu irritado, Bardock foi até a garota que estava soluçando e com o rosto virado para a parede. Estava chorando e o corpo estava rejeitando o sangue do príncipe, se continuasse assim seria difícil mantê-la viva até que chegassem em Vegeta-sei e o príncipe não tinha a mínima intenção de apoia-la ou dar qualquer tipo de suporte.

Então teria que fazer isso no lugar do príncipe. Ao vê-la dessa maneira se lembrou de como Gine ficava quando ficava doente ou perto da morte em dias de luta, ele simpatizou com a situação da garota e como estava sozinho com ela, ninguém saberia que fora cortês.  

- Onde dói mais?

Se sentou ao lado dela e começou a trocar os curativos dos músculos, sem fazer muito movimento bruscos ou fortes. Por sorte, as bandagens não grudam e nem deixam fiapos o que facilita seu trabalho evitando ter que puxar caso algum ficasse preso no sangue seco. Ele imaginou que ela não iria responder, mas moveu sua mão e deixou perto da pele aberta, notou que estava ficando ressecada e teria que molhar de algum jeito, essa situação complicava ainda mais sua vida e conforme via suas feridas, a certeza cruel de que ela não tinha tempo se tornava evidente.

- Eu... não... estou bem... não é..?

- Você vai ficar bem. - Mentiu. 

É o que podia fazer por agora, tentar dar esperanças para que ficasse firme e não desistisse. Humanos costumavam se agarrar em palavras afetuosas, aprendeu isso com o homem velho que trabalhava com a tecnologia, um ancião pequeno com cabelos estranhos e uma genialidade incomparável.  Havia aprendido como funcionava a tecnologia saiyan e se tornou um dos melhores cientistas que já havia visto, que pelo que havia descoberto, ele era o pai dela. Em algumas de suas inspeções acabou observando o trabalho do velho que trabalhava com criaturas negras e pequenas. 

 Se lembrou!

Correu para seus aposentos e encontrou o príncipe deitado, começou a procurar seu cinto pelo quarto, não estava encontrando, não importa o quanto revire o quarto, não está lá. Correu para a sala de controle, revirou toda as gavetas, moveu as coisas e não estava lá!

Nappa perguntou o que tinha de errado, mas ele não tinha tempo para explicar. Procurou pelos quartos, sala de treino, entrou na enfermagem e encontrou a tenente em cima do seu filho, essa seria uma visão que jamais esqueceria, preferia não ter visto a tenente e seu filho naquela posição, teria uma enorme dificuldade em tirar essa imagem da cabeça. Por Oozaru, nunca deveria ter aberto aquela porta.

- Pai! - Seu filho tirou as mãos dos seios da garota e a cobriu com o corpo. 

- Viram minhas coisas?

- Não!

O rabo do filho mais velho estava eriçado e Bardock não queria ficar ali mais do que o necessário. 

- Merda.

Estava preocupado demais em achar suas coisas para notar a raiva do filho ou notar que a tenente mudou de cor no instante que abriu a porta. Foi na cozinha e seu outro filho estava comendo e na frente dele estava vários pratos foi atrás dos pratos e não havia nada lá, procurou aos arredores da mesa e achou seu cinto na cintura do filho.

Puxou e procurou uma caixa branca, abriu e nessa caixa havia outras várias cápsulas e pegou uma cápsula branca. Correu de volta para a garota, uma sensação ruim estava crescendo no fim da garganta, precisava se apressar. Virou o corredor e bateu em Nappa fazendo que a capsula caísse e rolasse, estava brigando com Nappa quando notou que a capsula não estava na sua mão, seu peito gelou e a sensação amarga que crescia no estômago o fez entrar em desespero e procurar por todo o compartimento, e graças a um ser maior achou a cápsula.

Voltou a correr e teve que segurar na porta aperta para não passar direto por ela, no momento que entrou a sensação se transformou em pesar porque encontrou o príncipe em cima dela lançando rajadas de energia.

- O QUE ESTÁ FAZENDO?

Gritou e correu para perto, o garoto estava pálido e suando. Tinha algo errado, segurou o pulso procurando por pulsação e não achou.

- PORQUE TIROU OS OLHOS DELA? – O príncipe gritava. – VOCÊ TINHA QUE PROTEGÊ-LA! – Continuou gritando sem parar de bombear energia. – É O SEU DEVER CUIDAR DELA! E VOCÊ FALHOU! ESSA FOI A ÚNICA TAREFA DESIGNADA A VOCÊ E VOCÊ FALHOU! 

Bardock sabia que não era para ele essas palavras, puxou o príncipe de cima da garota e apertou a cápsula, os pequenos projetos negros caíram em cima da menina e ele os eletrizou levemente, os fazendo brilhar.

- Ativar.

Os pequenos entraram pela abertura e costuraram músculo com músculo, pele com pele e não demorou para que ela inspirasse uma quantidade exagerada de oxigênio e tossisse. Sua cabeça e seu corpo estavam doendo, estava assustada e confusa e na sua frente tinham dois homens extremamente lindos mas que estavam completamente aterrorizados. 

- Quem são vocês?

Os machos se olharam, não é possível que isso estava acontecendo! Está certo, ela morreu, mas não era o suficiente para que ela perdesse a memória... Ou era?

- Porque eu-

Ela gemeu e colocou a mão na barriga, encarou o sangue e se assustou. Quem eram eles? O que haviam feito com ela? Onde estava seus pais? O que aconteceu? Como ela foi parar ali? Onde ela estava?

- O QUE VOCÊS FIZERAM? – Gritou.

- Nós não fizemos nada.

- NOSSA QUE VERDADE! – Ela Rebateu gritando. – Porque eu-

Ela não conseguia falar, a dor que subiu do estômago para o resto do corpo a impediu de fazer qualquer coisa, estava sangrando muito, seu corpo todo estava doendo, mal conseguia ouvir o que estavam falando ou enxerga-los corretamente. Havia acontecido alguma coisa, seu corpo era a prova disso, tinha uma sensação amarga no fundo da boca, a prova para sua certeza, seja o que quer que tenha acontecido, eles eram os culpados, estava estampado em seus rostos.

A ardência nos olhos e o salpicar no nariz denunciou sua vontade de chorar, ela estava longe de casa, longe de seus pais, do seu namorado, estava assustada e machucada, queria sua casa, queria sua família.

O garoto com cabelos que desafiavam a gravidade estava chocado com a sua reação, ela deveria saber alguma coisa? Ela o conhecia? E aquele que tinha uma cicatriz no rosto também estava incrivelmente chocado! Ela estava cansada e com calor, fora a dor insuportável que estava em seu abdômen, não, não no abdômen, no seu útero. Eles sabiam o que aconteceu com ela, estava estampado no rosto deles, a questão é, eles iriam contar a ela?

- O que aconteceu... Comigo?

A porta abriu e um outro homem bonito e musculoso apareceu, diferente dos outros, sério semblante é suave.

- Estamos chegando. – Olhou para ela. – Oi Bulma, você está bem?

- Quem é você?

- Eu sou Kakarotto, não se lembra?

- Não.

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora