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O rei repousou o rosto nos dedos e encarou a garota, é engraçado o jeito que ainda tinha esperança de uma vida melhor, o jeito que achava e sonhava em ser livre. Era no mínimo... hipnotizante sua esperança.

Uma fêmea, suas feições estavam magras comparadas a primeira vez que a viu. A humana provavelmente não se acostumou com a comida de seu planeta, que ao ser comparada com a comida da bola de lama azul, é extremamente forte. Teria que dar um jeito de fazer com que comesse.

- A comida de Vegeta-sei é forte para você?

Bulma abaixou a cabeça e se levantou bruscamente. – Se me der licença, majestade.

Não esperou que respondesse para sair. Saiu batendo as pernas para um lado qualquer, quando se afastou o suficiente para que ninguém a ouvisse foi inevitável que suas pernas perdessem as forças a fazendo cair. As lágrimas não paravam de cair, não conseguia nem soluçar.

O grito silencioso e o choro angustiado finalmente estavam saindo de dentro do seu peito, ela se sentia uma miserável e desgraçada. Suas mãos tamparam a boca para impedir seus gritos, mas nada poderia tapar o vazio que crescia no peito conforme os dias se passavam, não conseguia soluçar ou respirar.

O jeito que o feto a consumia, sugava suas forças e esperanças... Não conseguia respirar, não conseguia chorar, não conseguia fazer nada.

Vegeta foi para o lado oposto ao seus aposentos antigos, seu pai havia parado de ir até eles então era tranquilo treinar na antiga sala de treino. Sempre treinava lá quando precisava pensar ou refletir sobre alguma coisa.

Naquele dia havia um silêncio reconfortante, mas havia algo estranho no ar, um cheiro familiar, havia barulhos estranhos na direção do cheiro. Suas pernas caminharam mais rápido do que deveria, antes de virar o corredor parou, o que ele estava fazendo? Seu peito bombardeada sons estranhos, sentiu algo diferente do que sentia nas batalhas, se fosse vê-la esse sentimento pararia?

Só que suas pernas pararam quando a viu ajoelhada e encolhida, a ouvia engolir os gritos e a viu se desesperar, ele sabia que era por causa do feto. Causava tanta dor a ela... Carregar seu herdeiro? Mesmo que ambos não quisessem ou concordassem com os planos de seu pai, o que estava feito estava feito e não havia nada para se fazer. A angústia que vinha dela estava começando a toma-lo, começou a andar sem saber o que exatamente estava fazendo e se repreendendo por isso.

Foi até o corpo encurvado e o pegou, se dirigiu ao seu antigo quarto. Se deitou e acariciou os cabelos azuis, na segunda passada contra os fios macios, as mãos trêmulas seguraram seu uniforme e gritaram contra, diferente de antes, ele podia sentir a dor que transmitiam, o desejo de ser livre, o desejo de se livrar do ser que crescia em seu ventre. Vegeta ouvia a súplica escondida através dos gritos.

Trouxe a cabeça para mais perto, por que ele estava fazendo isso? Ele não deveria se importar, não deveria nem estar tentando fazer com que a angústia dela sumisse. Mas então porque demônios estava fazendo? E porque se sentia tão ou até mais angustiado que ela?

- Você é um bárbaro, você é cruel...

As palavras fracas o cortavam como mil raios. Ele é cruel, já havia se conformado com isso, então porque se sentiu engasgado com as verdades que saiam da garota? Porque se sentia incomodado?

- Sim... Eu sou o príncipe dos saiyajins.

Sussurrou. Porque estava sussurrando?

- Eu odeio sua raça. – A voz fraca se tornou amarga.

- Sim. – A sua também estava baixa. Porque ele estava falando baixo?

- Eu odeio o que seu pai fez comigo.

- Sim.

- Eu odeio o sentir crescer.

- Sim.

- Eu odeio saber que eu vou ter um filho seu.

- Sim.

- Acabe com isso.

Os olhos azuis o encaravam, depois de muito tempo ele viu o azul se misturar com o vermelho da raiva, as lágrimas caiam e encontravam o rosto neutro com olhos negros que a analisavam. Vegeta queria saber o que fazer, queria saber o que dizer ou o que sentir, mas ele não sabia e a única coisa que poderia fazer é apertar o corpo pequeno contra o seu.

Bulma se irritou, ele não a estava ameaçando de morte dias atrás? Ele não é seu pior pesadelo? Então porque a tratava dessa maneira? Porque dava brechas para que ela ficasse curiosa e quisesse conhecê-lo? Porque ele deu brechas para que ela sentisse compaixão? Porque dava brechas para que um sentimento poderoso brotasse?

- Você é desumano!

As lágrimas de Bulma caíam sobre seu rosto e Vegeta apenas as sentiu derramar como se fossem suas.

- Você é cruel! Você é um bárbaro! Você é mal! Você é ruim!

Ele sabia de tudo isso, sabia disso e muito mais.. ele é um monstro e sabia disso. Estava conformado com isso. Mas naquele momento não queria ser um príncipe, não queria ser um carrasco, um assassino, não queria ser nada além de um saiyajin com sua fêmea.

- Então porque? Porque?! Você já pegou meu planeta, minha tecnologia, então porque continua tirando tudo de mim?! Porque continua sendo cruel comigo Vegeta?!

Ele não sabia responder. Ouvir seu nome sendo dito por ela nessas circunstâncias não foi algo que o agradou.

- Me responda príncipe! Porque está sendo horrível comigo? O que eu fiz a você?

Pela primeira vez, depois de muito tempo, se sentiu encurralado. Sentia as lágrimas caírem e escorrerem pelo seu rosto, lágrimas que não eram suas, ouvia e guardava as perguntas sem respostas. Também queria ter respostas. Principalmente queria saber porque a terráquea não saia de seus pensamento e principalmente... do seu peito.

- Porque você?

Bulma esperou sem perder a raiva, o escutaria e devolveria tudo o que jogasse nela, mas Vegeta só fez uma única pergunta e isso a deixou com mais raiva!

- Como você pode ser assim?

Ele também não sabia. E desejou saber para poder responder.

- Você é o príncipe dos saiyajins, então reaja como tal!

Ele fez.

Seu desejo o levou a erguer o corpo e encontrar aquilo que secretamente desejava, os lábios macios e carnudos que seus pensamentos enterrados desejavam desesperadamente sentir o gosto. Como imaginou, a maciez é sem igual, nunca havia provado e gostou. Sua língua invadiu o complexo macio e molhado que é o interior da boca humana e encontrou a língua, a obrigou a dançar com a dele, enrolando e se esfregando.

Se separaram e os olhos azuis encaravam os negros encurralados. O que ela estava fazendo? O que ele estava fazendo? O que ambos estavam fazendo? E porque ambos desejaram mais?

Ela tentou sair de cima dele, mas o rabo a impediu se entrelaçando no braço pálido. Ele não queria fazer, só que aparentemente depois de oitenta anos seu rabo decidiu ter vida própria. Os dois olharam surpresos para a cauda que apertava o braço sem dar indício de querer soltar. Vegeta cortaria sua cauda por tamanha insolência, se não ficasse fraco e pelado sem ela.

- Você vai ser cruel comigo?

Os olhos agora estavam tristes e ansiosos, podia ver a ansiedade e o medo crescendo, ele deveria parar, mas estava tão intoxicado pela humana e por seus encantos que não pensou nas consequências de seus atos e no quanto isso mudaria sua vida drasticamente.

- Não espere menos.

Ele mesmo nunca havia ouvido a rouquidão que suas cordas vocais estavam fazendo.

Bulma tomou a iniciativa de beija-lo, os lábios grossos e secos combinavam com ele. As mãos de Vegeta desenharam seu corpo e subiram até o zíper da roupa azul e o puxou, tocando sua carne flácida e pele pálida.

Por sua vez sua cauda desceu o restante do zíper, suas mãos entraram no tecido e puxou tocando a pele até expor seus seios redondos e aparentemente macios, os tocou e eram macios, os esmagou contra sua mão e mordeu o outro fazendo com que a garota gemesse, um som que seus ouvidos adoraram. Queria mais. Vegeta quer muito mais.

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora