5.2

110 9 0
                                    


No caminho as reclamações dos garotos irritaram seus ouvidos, mas não havia muito o que pudesse fazer, então seguiu para o hangar. No caminho encontrou alguns soldados que tentaram impedir mas foi rápida o suficiente para arrancar a cabeça de um e usar sua cabeça para socar o outro, andou um pouco mais e viu Raditz a esperando em um dos corredores, ela por sua vez, jogou irmão contra irmão e carregou o príncipe para dentro da nave.

O príncipe se afastou da fêmea ao estar em segurança e desfez a transformação, limpando o sangue que caia do nariz e ergueu o braço para Nappa que o puxou colocando o membro no lugar. A nave dos saiyajins não demorou para sair e se dirigir de volta para casa, Vegeta olhou aos arredores e seguiu a tenente que estava indo para a sala de cura, antes de chegar, ouviu os gritos da fêmea e se apressou, mas a própria tenente o parou.

Seu peito pulsava uma mistura de sentimentos, a derrota para Freeza, o resgate por uma tenente, e a ansiedade de ver a terráquea e sua prole.

- Senhor... esteja preparado.

- Eu já vi muitas coisas.

- Eu sei senhor, mas...

Vegeta entrou e nada no mundo poderia prepara-lo para a visão que estava tendo, a terráquea estava sendo costurada de dentro para fora, os músculos que Bardock delicadamente segurava e costurava um contra o outro fazia a garota gritar e seus gritos faziam Bardock tremer coisa que não podia fazer.

Pele sem cor, respiração ofegante e quase nula, sem quase nenhum calor corporal, batimentos cardíacos quase nulos, nariz, boca e orelhas sangravam ela estava correndo perigo e o rosto do general só comprovava, suas pernas não o ajudavam, ao invés de se mover estavam paradas o fazendo observar.

- Príncipe!

O general o chamava, mas estava incapaz de responder, estava ofegante, estava tremendo, estava irritado, estava amargo, estava suando, mas que merda estava acontecendo com ele?

- Vegeta!

Ele olhou para Bardock que o olhava ansioso, ainda travado deu alguns passos para dentro, o general chutou uma cadeira para ele que sentou e o olhou. Bardock se lembrou dos filhos perdidos quando quebravam algo da mãe ou quando não conseguiam derrotar um ao outro em batalhas. O rosto de uma criança magoada.

- Eu preciso que você dê seu sangue.

Vegeta estava pálido, provavelmente ele não entenderia se não o forçasse a fazer, deixou a garota que se contorcia contra seu toque, pegou um copo e cortou o braço do príncipe o fazendo perder o transe.

- O seu sangue está nela, por causa de seu filho ela não está morta. – Segurava o pulso do menino sobre o copo. – Seu filho está em risco, ele está exposto e isso pode matá-lo também.

Vegeta não conseguia entender e Bardock sabia disso.

- Você precisa salvar seu filho!

Deitou a garota que gemeu e gritou, o príncipe segurou em seu braço e pela primeira vez, o olhar de uma criança apavorada e perdida se mostrou na face dele. O general suavizou as expressões e soltou a garota, pegou uma coberta fofa e travesseiro e os colocou em baixo do pescoço.

- Você precisa dar seu sangue a ela devagar. – Explicou olhando para os olhos perdidos. – Por enquanto ela não pode se mover e ainda está crítica, então você precisa fazer o que eu digo. – Esperou pela resposta que não veio. – Vegeta!

- Eu sou seu príncipe!

- Agora você é um pai.

Engoliu em seco.

Bardock deu um gole do sangue real para a doente que tentou cuspir, ele tapou sua boca a fazendo engolir, entregou o copo para o príncipe, pegou algumas coisas e saiu deixando o casal a sós.

Vegeta não conseguia falar ou fazer que a menina bebesse o seu sangue. Era simples então porque ela não conseguia fazer? E porque ele estava tremendo? Ela tossiu e o sangue que deveria estar engolindo, estava assustado e ansioso, pegou uma quantidade na boca e beijou despejando o sangue garganta abaixo e a cada vez que fazia, ela devolvia.

- N-não...

- Engole. – Rosnou.

- N-não...

- Engole!

- N-não!

Vegeta levantou e jogou o copo do outro lado da sala assustando a garota, virou o rosto para não vê-lo e ele não ver suas lágrimas, a respiração dele podia ser ouvida, estava com raiva e ela não sabia porque. Respirar estava ficando difícil e já que seu corpo estava rejeitando a "transfusão" de última hora e totalmente improvisada, tentava sugar o ar com a boca e também não estava conseguindo. A cada segundo parecia que o ser estava sendo extinguido de dentro daquele cômodo. Sabia o que a estava esperando e ainda não estava pronta para isso.  

- Você só tinha uma função, FICAR VIVA! E NEM ISSO consegue fazer!

Ela estava chateada, cansada e com dor, não precisava ficar ouvindo as palavras rudes dele, aparentemente, ele não se cansava de falar. Não foi culpa dela se ela foi sequestrada de seus sequestradores, ela não tem culpa de ter sido aberta e seu útero quase se desprender do seu corpo, não era sua culpa, nada disso era sua culpa e ele de alguma forma a fazia de sentir culpada por isso. Ela não consegue revidar ou responder que ele é o culpado, não ela. Que por culpa dele e do pai que ela estava passando por isso

- Por sua causa eu deixei meu planeta desprotegido, os melhores guerreiros de Vegeta-sei tiveram que vir salvar você.

Conforme ele gritava as palavras se transformavam em facas e perfuravam seu corpo, não queria ouvir as palavras ásperas dele. 

A porta abriu, Bardock chegou trazendo remédios e outras coisas, encontrou o garoto alterado com o sangue escorrendo nos lábios e na parede.

- VOCÊ é causa disso, você é FRACA e vai ser um MILAGRE se conseguir sair viva disso!

- Vegeta!

O rapaz olhou para o general e ficou irritado, quem ele pensa que é para repreende-lo dessa maneira? Ele se esqueceu do seu lugar? Quanta insolência!

- E você? Quem você pensa que é?

- Ela está morrendo, não precisa ouvir suas palavras agora. 

Bardock tentou defender a garota. Vegeta rangeu os dentes e olhou para a moribunda. Como alguém daquele tamanho e sem força nenhuma poderia causar tanta desgraça na sua vida? Depois que a conheceu, sua vida se tornou uma tormenta! Ele estava no espaço, com seus melhores guerreiros, para salvar um ser fraco e miserável! Se saísse viva, ele a mataria, seus encantos com ele acabaram! Ele tiraria sua semente antes de mata-la e o colocaria em uma encubadora, já chega das desgraças que essa mulher atrai para sua vida.

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora