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- Príncipe. O que o trás aqui?

Uma empregada da ala médica o cumprimentou, logo em seguida entendeu o motivo da chegada do soberano, uma criança estava no colo de uma fêmea sendo levada pelo príncipe, soube o que tinha que fazer e precisava fazer o mais rápido possível.

- Tragam duas macas e preparem dois tanques regeneradores, IMEDIATAMENTE! - Gritava para a equipe enquanto pegava alguns instrumentos no canto da enorme sala. 

As enfermeiras correram e trouxeram o que lhes foi pedido, Vegeta colocou a mulher na maca, a enfermeira tentou tirar a criança dos braços da terráquea que respectivamente abraçou o garoto mais forte, o que acarretou em mais sangramento.

- Ela não vai soltar o pirralho, faça o que tiver que fazer. - Vegeta resmungou irritado.

- Ele é a prole dela?

- Não! – Respondeu rápido demais. – Ela só o protegeu. - Terminou a frase em um tom abaixo do que começou.

- Entendo meu senhor... é que é comum ver esse tipo de comportamento em quem pari o filhote. 

Vegeta observou a mulher cortar os restantes de pano no corpo da mulher, seus olhos se firmaram no braço que agora começara a tornar arroxeado, como o corpo da criança, mas diferente do menino. O veneno no corpo da terráquea se espalhava de uma maneira incrivelmente e perigosamente rápida, o veneno agora estava indo para o seu seio e correndo pelo pescoço. A enfermeira pegou algum instrumento em forma de cristal, o colocou sobre o ferimento, rapidamente o veneno começou a retroceder e se armazenar no cristal – antes transparente. 

Não soube o motivo de estar prendendo o ar, mas o soltou, relaxou momentaneamente quando viu o veneno ser tirado do corpo e observou a garota. Seu pai o havia colocado em uma situação indescritível, alguma coisa estava acontecendo com ele, no momento em que seu pai contou que ele estaria esperando um filho.

Vegetar sabia o que era, o instinto paterno. Não conhecia o sentimento, mas agora que o estava sentindo pela primeira vez, odiou. E por mais que odiasse as ações que o trouxeram até esse quarto, seu corpo se recusava a se mover e ir para outro lugar, então contra sua vontade ficou observando a mulher arfar com dor.

Um terráqueo extremamente frágil e fraco, como um recém nascido. A mulher emana medo e pavor a cada segundo que passa, mas ela não sentiu medo ou hesitou quando viu o garoto saiyan em perigo. A terráquea insistia que não se adaptaria aos saiyajins, mas o que ele viu naquela arena, foi uma mulher saiyan desesperada. Mulher saiyan? Vegeta se repreendeu amargamente. O que essa mulher está fazendo com ele? O que seu pai fez com ele?! Por causa dele, ele está pensando em bobagens sentimentais e por um segundo a  julgou como se fosse uma saiyan.

Seu pai logo o encontrou na penumbra da sala atento, observando, analisando, era comum de seu filho estudar um inimigo antes de dar o bote e o submeter completamente, conhecia o estilo de batalha de seu filho, mas ali, nesse campo de ser um pai, ele é o expert. Apesar de estar em conflito consigo sabia que era o melhor para ele e para seu povo, se Vegeta continuasse a pensar como um sanguinário, ele levaria o seu povo a destruição e extinção antecipadamente.

Talvez, talvez, apenas um pequeno talvez, ele estivesse começando a mudar, a ação que vira de seu filho hoje, o desespero que se instalou no negro de seus olhos apenas por um segundo, ele vira e tivera certeza, Vegeta aos poucos estava mudando. Não foi uma má decisão, fora insensível com o filho e o traiu? Sim. Mas isso não importa. Se perder a confiança de seu filho fosse o preço para a libertação de sua raça, ele pagaria com prazer.

-Filho.

-Pai.

-Como está o diagnóstico?

-Um minuto a mais e ela estaria morta.

-Bom.

-Hm. - Vegeta suspirou. - Ela não soltou o garoto. Ela o ajudou. Ele está desclassificado.

-Creio que não.

-O que?! - O rapaz o encarou com raiva. - Como não? Todos viram a explosão de energia do garoto, ela o ajudou de alguma forma! 

-Você tem certeza? - O rei o fitou. - A viu fazer algo ou até mesmo uma oscilação de energia vindo da garota?

Sabendo das leis, ambos se encararam, qualquer tipo de ajuda externa para com o garoto, o mesmo estaria desclassificado e não teria o direito de exercer suas habilidades de luta durante trinta anos. Tirando a parte que sua família seria desonrada e cairia na desgraça pelo resto da eternidade.

- Que tipo de provas você tem contra a garota? Se tiver provas contra a garota, vamos levá-la ao julgamento. Caso contrário...

-Você viu! - Vegeta rosnou e mostrou a carranca severamente parecida com a de seu pai. - Ela fez alguma coisa!

-Eu vi, uma mulher preocupada com uma criança. Mesmo sendo de outro planeta, ela sentiu compaixão por uma criança. Ninguém, nenhum saiyan ajudaria a criança, nós o deixaríamos morrer, mas ela teve compaixão, ela teve amor.

- Amor nos torna fracos.

- Não foi o que eu vi.

- Você está velho!

Seu pai o observou, o garoto não se aproximaria da garota por conta própria então teria que fazê-lo se aproximar, o veneno ainda estaria no corpo da moça, então nada mais do que juntar o terrível do que o agradável. É claro que para Vegeta, o agradável seria um terror.

-Você vai ficar de olho na humana.

-O QUE?! - Vegeta pateticamente gritou. - Eu não vou.

-Você vai.

-Não! Eu tenho deveres como príncipe e como general.

-Você está suspenso para com seus deveres como general e como príncipe você deve cuidar de sua prole.

-Você só pode estar brincando!

Vegeta estava um misto de emoções, raiva, surpresa, indignação e outros tantos que não sabia nomear, seu pai o estava encurralando e isso o estava fazendo ficar arisco, se ele saísse da linha com a terráquea seu pai o puniria, mas até onde seu pai iria por ela?

- Você quer que eu, o príncipe dos saiajins, o guerreiro da mais alta classe, o líder do exército mais poderosos do universo-

-São TÍTULOS Vegeta! - Seu pai esmurra a parede. - Títulos que foram dados a você por um tirano, um escravocrata! Você tirou incontáveis vidas, dizimou planetas e tirou familiares de seus lares. Você é um assassino, um ceifeiro, um anjo da morte! MAS! Esse tempo acabou.

Seu pai disse a última parte com uma seriedade que Vegeta sabia que se o desafiasse agora, a punição perduraria por longos dias, ele já tem muito com o que lidar, uma punição agora o deixaria estressado e Vegeta odeia ficar estressado. Seu pai o encara de uma forma que ele julgou ser compreensão e até mesmo culpa, se seu pai quisesse seu perdão ou compreensão, ele jamais teria.

- Esse tempo acabou! Chega de escravidão, nosso povo vai ser livre e tudo isso vai acabar, aquele amontoado de células que está crescendo no ventre da terráquea, é nossa salvação! Aquela criança terá a inteligência de um terráqueo e a força de um saiyajin que atingiu sua forma perfeita. O seu filho trará a derrota de freeza e para isso os pais tem que estar, no mínimo em sintonia para tal, por isso, vá cuidar da mulher que carrega seu filho! É uma ordem Vegeta!

-Você me colocou nessa situação, eu não tenho NADA a dever aqui! - Rosnou. 

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