- Meu filho.
Seu pai amansou a voz, a única vez que Vegeta o ouviu dizer isso foi para avisar que seu irmão tinha sido levado para longe. O rei se sentou e se serviu de vinho saboreando o aroma fermentado que havia, era mais um hábito do que uma análise.
- Você é muitos anos mais novo que eu e tem mais ambições do que eu quando tinha sua idade, mas eu tenho algo que você só irá ter quando se sentar no trono. A visão do futuro.
Vegeta ia responder quando seu pai o silenciou.
- A visão de um rei que se preocupa muito mais com a sobrevivência do que com a vitória, aprendi isso da pior maneira possível. Perdendo metade da nossa raça, perdendo nosso povo, os vendo morrer um por um, quando você ver seu povo morrer por sua decisão você vai entender.
Ele tomou um gole. Seu pai não sabia nada sobre ele, tudo o que seu pai havia dito já havia acontecido e ele ainda tinha pesadelos sobre esse dia.
- Você está trilhando o mesmo caminho que trilhei, mas você tem uma coisa que eu nem sonhava em ter.
- Você só pode estar brincando. - Rosnou.
- A terráquea é muito mais que uma chocadeira. - O rei provocou, iria cutucar um pouco para ver o que acontece.
Vegeta apertou a mesa e rosnou.
- Olha a maneira que fala.
- Ou o que?
- Vai se arrepender amargamente.
O príncipe saiu e bateu à porta, o rei ainda degustando de seu vinho teve que se segurar para não rir em contentamento, ele havia acabado de ter a certeza de que é um gênio! Mas ainda havia um problema, como ele os juntaria? Ele nunca foi de pensar de forma romântica, então chamou a única pessoa a qual confiava e poderia conversar sobre. Não demorou muito para que Bardock chegasse e encontrasse o rei com um sorriso de satisfação no rosto, se arrepiou, sempre quando via esse sorriso seu corpo se arrepiava da cabeça aos pés pensando nas futuras dores de cabeça que teria. Bardock sempre foi alguém de confiança para o rei, mas algumas vezes, o próprio saiyan queria sufocar o rei para que pudesse ter um pouco de paz, depois que o rei começou seu plano, só levava dor de cabeça para casa.
- Majestade.
- General.
- O que o senhor deseja?
O rei reconheceu o tom cansado do amigo, não poderia fazer nada até que seu filho se unisse com a terráquea.
- Você ainda conhece as lendas que nosso povo ou as esqueceu?
- Algumas, mas conheço pessoas que sabem, porque?
- Eu vou precisar que faça algo por mim.
- De novo?
O rei arqueou uma sobrancelha, eles eram amigos, mas Vegeta ainda é rei de Bardock e algumas vezes o saiyajin esquecia esse fato.
- O que precisa que eu faça, majestade? - Suspirou. - Você vai me dar dor de cabeça de novo, então já me diz o contexto todo.
- Sente-se então. - O rei escorregou uma taça pela mesa. - Isso vai demorar.
Bulma estava no escritório pensando no que fazer, poderia fazer as melhorias que precisava no scooter, mas seria como enfeitar um quebra cabeça já pronto, o rei ainda não havia ido pegar sua encomenda, então sua mente brincou com as ligações, o rei tem acesso aos generais que tem acesso aos tenentes que tem acesso aos guerreiros que tem acesso aos subordinados e essa pirâmide continuava até os confins da hierarquia dos saiyajins. Caso conseguisse acesso poderia saber onde todos eles estavam e com quem estavam, foi ai que começou a brincar com seus projetos de ligação em massa. Demorou muito mais do que esperava, mas conseguiu juntar todos os scooters e colocá-lo em sequência numérica e com os mapas vastos do universo ela poderia saber onde cada um deles está ou irá estar, um arrepio percorreu sua coluna, ela era um gênio e seu corpo reagia a isso, uma das coisas que ela adorava sentir quando concluía um projeto, uma enorme sensação de êxtase.
Ela se sentiu nostálgica se lembrando das suas noites mal dormidas e projetos acabados para serem apresentados, ela tinha orgulho do que havia se tornado. Uma pontada no coração a incomodou. Se lembrou de quando estava sozinha na cozinha de sua casa comendo doces já velhos deixando as lágrimas caírem em um pequeno papel com a mensagem de sua mãe dizendo que não pode esperar porque precisava ir pegar sua irmã e que depois a buscaria e a levaria para casa. Bulma se sentou e esperou na porta da escola, esperou a tarde passar e a noite chegar, decidiu voltar para casa sozinha e durante todo o trajeto se perguntava se não valia o tempo da mãe ou do pai. Havia uma pontada no coração que a incomodava, eles eram seus pais, eles a apoiariam independente das suas escolhas, eles apenas não tinham tempo, seu pai era um cientista renomado e um inventor conhecido mundialmente e sua mãe era presidente do clube das mulheres, uma fachada para uma organização para acolher e ajudar mulheres molestadas. Então era compreensível que seus pais não possuíssem tempo.
Bulma se sentiu culpada por pensar nessas coisas sobre seus pais, eles eram seus pais, deram a ela tudo o que precisava para sobreviver e ser quem hoje, tudo bem que no passado eles não tinham tempo para ela, agora ela é uma adulta e estava grávida. Seus pais deram tudo para ela e não podia ser ingrata o suficiente e pensar que seus pais não a amavam e se orgulhavam dela.
Novamente os criados bateram em sua porta, ela já estava cansada de ter que ouvi-los bater na porta a cada horário de refeição, ela já queria gritar com cada um deles e mandar cada um ir procurar a meretriz que os pariram, mas não podia, é educada, é paciente, ela é...
- O que é? – Praticamente rosnou.
- wow. – O general recuou.
- Kakarotto? O que está fazendo aqui?
Bulma deu um passo para trás e o deixou entrar, o rapaz entrou e olhou o lugar todo bagunçado com papéis e ferramentas de cientistas que ele nem sabia como funciona ou para que servia. Mas ele estava ali, dando a cara a tapa para saber se ela e o príncipe já haviam acasalado, sim, Kakarotto sabia, mas sempre procurou ter uma certeza sobre suas suspeitas. Mas ele não precisava ir até ela para pedir uma confirmação, ele foi até ela para outra coisa, para saber sobre uma pessoa em específica, uma terráquea que o conquistava cada dia mais, ele a admirava sua força, sua determinação e sua maneira de dar ordens sem se abalar pelas pessoas que a desafiavam. Deuses, ele queria muito a fêmea, ele não estava aguentando de excitação.
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E se?
FanfictionE se o rei Vegeta se recusasse a trabalhar com Freeza? E se uma rebelião causasse a morte de meio planeta? E se o rei se submeter as ordens de Freeza como um cachorro na coleira? E se um rei rastejasse na lama implorando por seu perdão? E se Freeza...