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De cima o rei e o general viram o Príncipe cavalgar para dentro das florestas do norte, onde criaturas enormes e desprovidas de inteligência se mantinham.

O Príncipe, irritado com a reunião e com a falta de resposta do seu pai quis extravasar, estava indo em direção a floresta do norte onde criaturas longas e com mil pernas ao todo, camadas protetoras e veneno espreitavam suas mandíbulas, criaturas com duas patas dianteiras com garras e dentes em forma de serra que estilhaçavam carnes, pequenas bolas de espinhos que voavam e se alimentavam de cadáveres. Criaturas que possuem seis patas cobertas por pele escamosa com duas caudas, três fendas que podiam abrir e recolher para a respiração e alimento, uma evolução bizarra de seu planeta. 

Se a floresta ficasse quieta, qualquer ser vivo poderia ouvir outro ser vivo. Vegeta se aproximou de algo similar a um tigre terrestre, seus pelos eram macios e listrados de branco e dourado, era relativamente alto e largo, seus filhotes possuíam tamanho inicial de um cavalo e criaturas como essas, nunca andavam sozinhos. Matar filhotes não teria diversão alguma, então atraiu os pais. Estava espreitando quando sentiu o bufar alto das fendas do casal animalesco, não esperou muito e os atacou. A luta foi uma desvantagem para Vegeta que estava sendo atacado com mordidas e patas, cada ataque que ele recebia devolvia em dobro e estava determinado a terminar esta luta usando apenas os punhos. A luta não se estendeu muito.

Quando os animais perceberam que iriam morrer e deixar os seus filhotes para trás recuaram, o que fez o príncipe atacar com mais voracidade e terminar aquela luta em menos de três horas. Ele estava ferido, mas não mortalmente para desistir, procurou então outros animais que pudessem satisfazer a sua necessidade então adentrou nas profundezas da floresta. Pôde encontrar criaturas com larga extensão e muitas patas em suas laterais, sabia que aquela criatura era muito venenosa e que seu veneno causava paralisia instantânea e a morte minutos depois.

Uma forma de matar a sua vítima rapidamente enquanto a fez sofrer, pensou em fazer uma arma em que paralisava os inimigos, mas descartou logo essa ideia, matar alguém que estava imobilizado por terceiros é uma desonra. Ele se espreitou em um dos caminhos e percebeu que não havia somente uma daquelas criaturas, mas cinco, respirou fundo e atacou sem usar a sua transformação, não queria se dar ao trabalho. 

Mais algumas horas se passaram e a sua raiva ainda não havia dissipado, estava começando a se sentir ainda mais irritado. Nada do que matava satisfazia sua ira, então resolveu ir um pouco mais a fundo da floresta procurando criaturas que dessem algum tipo de desafio. Nesse caminho pode encontrar criaturas que rastejavam, voavam e até mesmo grudavam, eliminando todas as que estavam em seu caminho, por mais que conseguisse se virar na floresta, estava se sentindo um pouco cansado mas ainda irado, olhou para o céu e percebeu que já estava anoitecendo, era hora de voltar para casa.

Voltou pelo caminho que fizeram e percebeu que vermes e abutres já estavam fazendo seu trabalho de acelerar a decomposição dos animais recém mortos, rangeu os dentes e tocou seu alazão de seis patas e corpo robusto, podia sentir e ouvir a respiração do animal a cada passo, memórias de dias sangrentos invadiram sua mente e uma ideia lhe ocorreu, estava indo de volta para o palácio e resolveu se amenizar para sentir a energia de qualquer ameaça, não demorou muito e encontrou. 

Alguns pontos de energia juntos e supôs que seriam de desordeiros, deixou o alazão de lado e correu para o local, e lá encontrou tsufurujins e outras raças mais fortes que os inteligentes, não se admirou muito e partiu para o ataque. Os soldados reconheceram a fúria assassina vindo em sua direção e antes que pudessem se defender Vegeta desfere um soco que torce o pescoço do soldado esverdeado, logo ele gira seu corpo e uma de suas pernas acerta um dos soldados que estava distraído anotando algo em uma prancheta.

Os tsufurujins se ajoelharam e se prepararam apontando armas médias para o saiyan, tiros foram desferidos contra ele acertando sua pele e queimando seus músculos e o fazendo recuar, ele rosnou, e atacou. Sons de ossos quebrando e maxilares deslocando, fazia jus a uma batalha, o som de pele rasgando e dilacerando músculos o fez sorrir, ele gostava de ouvir esses sons em particular, o fazia se sentir poderoso, o guerreiro mais forte. 

Os rebeldes estavam com cargas e amarras que faziam sua energia, seu KI, desaparecer, talvez fosse essa tecnologia, mas ele sabia que suas tropas estavam perdendo, seus guerreiros, apesar de serem fortes fisicamente também possuíam uma grande energia, mas não podiam fazer nada quando estavam presos pelas algemas. Depois de terminar a limpeza com os vermes, ele analisou o lugar, encontrando caixas como essa tecnologia, nomes de pessoas importantes, planetas, lugares, postos, talvez ali fosse para ser um local avançado, um local de reunião, pegou todos os papeis, os organizou e os guardou apensar de estar ensanguentado e com pedaços de corpos em seu próprio.

Ao sair, lançou uma bola de KI e explodiu a tecnologia junto com o local. Voltou para casa. Iria ter que conversar com seu pai sobre e investigar se havia traidores em sua corte, afinal, como eles sabiam o ponto fraco dos saiyajins e quando eles saiam e voltavam de missões planetárias.

Vegeta voltou para casa, seus músculos vibravam de excitação e angústia. Vegeta IV, o príncipe dos Saiyajins, mais forte da sua raça, agora estava ajoelhado diante de seu antecessor e pai, logo ele se tornaria Rei de Vegeta-sei e iria mudar o comportamento infantil de seu pai. Saiyajins não foram feitos para se ajoelharem ou se submeterem a guerreiros mais fracos que eles, principalmente a um tirano que massacrou metade da sua raça, que os humilhava constantemente e que se divertia enquanto mais de sua raça morriam.

Ao acordar e ao fechar os olhos, durante toda sua vida, a sensação crescia, o crescimento acontecia de forma natural, o ódio corria com o sangue dentro de suas veias. Essa mistura interna de sangue e ódio emanava de seu corpo, dando ao príncipe uma áurea negra e mortífera. Vegeta não sabia mais o que corria em seu sangue, o ódio líquido ou o líquido vermelho.

Os servos o acomodaram e avisaram que seu pai lhe esperava em sua sala de reunião. O garoto caminhou e sentiu que algo estranho, um cheiro diferente assoava seu sensível nariz, tal cheiro arrepiou seus pelos e atiçou seu rabo. Tinha alguma coisa errada. Algo não estava se encaixando. Alguém não estava se encaixando. Seus pés se apressaram até esse cheiro estranho, ele fora rápido demais, ansioso demais, temente demais.

Suas pernas o levaram até sua sala de cura particular, por onde ele andava, rastros de sangue, miúdos e miolos caíam e deixavam marcas que as empregadas limpavam apressadamente. Seu coração, suas batidas, sua respiração ansiavam para descobrir de quem era esse cheiro. Nunca na sua vida, nada, ninguém, nenhum cheiro, nenhuma sensação, nada lhe dava aquela sensação, a calmaria na tempestade, esse cheiro o deixava perto demais da sensação... de paz. Suas mãos tremiam, ele as apertou, ele estava com medo? Não, era algo diferente, essa sensação o acalmava e ele nunca se acalma! Se irritou com a sensação e abriu a porta. 

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora