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- Chichi olha. - Bulma começa a brincar com os dedos e encara a paisagem lá fora. - Com a chegada dos saiyajins eu perdi o Yancha e o Kuririn, meus pais foram levados de mim e eu não sei se minha irmã está viva, eu estou grávida do príncipe e toda vez que estamos juntos eu... fico irritada só que não tanto irritada quanto deveria. Eu e ele... nós... transamos algumas vezes e quando fazemos eu me sinto... bem.

Chichi acompanha o arrependimento no rosto da garota.

- Eu achava que éramos diferentes, mas ele também... tem suas inseguranças em relação a criança. Eu não quero perdoar o que ele fez...

- Mas está. - Chichi a encara e vai até a amiga. - E está tudo bem. Bulma o que ele fez é imperdoável, mas se ele não fizesse o povo dele sofreria as consequências, você não sabe o quão impiedoso Freeza pode ser. E os saiyajins podem não admitir, mas eles têm medo das ações do imperador, eles são como nós, tem sentimentos e por mais que odeiem admitir, eles não querem morrer.

- Chichi...

- Bulma, os saiyajins são criaturas que se entendem por meio de lutas e demonstrações de força e eles respondem a isso, quanto mais forte o desafio..

- Mais desesperadas são suas ações. - Bulma sussurrou entendendo o raciocínio.

- É.

Elas ficaram em silêncio por alguns segundos até que o som do estômago de Bulma a lembrou do motivo de estar ali.

- Está com fome?

- Estou morrendo de fome.

- Vem, vou te preparar algo.

- Eu não consigo.

- O que?

- Por isso eu vim aqui, por sorte eu estou conseguindo ficar bem só com a água.

Chichi deu uma boa olhada no corpo da amiga e entendeu o que ela quis dizer, a perplexidade que ficou no seu rosto fez Bulma ficar envergonhada. - VOCÊ ENLOUQUECEU? Você não pode ficar bebendo água!

- Eu não consigo Chichi, tudo que eu como volta e eu estou ficando fraca.

- Você esta desidratada! Meu deus Bulma! Porque você não veio aqui antes?

- Eu-

Chichi estava resmungando mal ouvindo o que ela estava dizendo.

- Chichi!

- O QUE? 

- Respira. Eu preciso que você me explique as composições dos alimentos para que eu possa criar uma vitamina.

- Vitamina?

- É, eu vou reduzir o nível de proteína e nutrientes que meu corpo vai receber até que eu consiga me acostumar.

- Tá bom...

Ambas ficaram conversando até tarde do momento e Bulma notou que estava anoitecendo e que hoje o dia havia sido produtivo, havia aprendido muita coisa e poderia criar um tônico para poder se sustentar, é claro que ela não ficaria bonita, mas estaria nutrida. Antes que fosse Chichi deu a ela um pedaço do que lembrava uma melancia e por incrível que pareça o gosto era muito semelhante, essa enganação permitiu que se alimentasse sem devolver. Bulma estava voltando quando ouviu a voz do rei e se inundou em fúria e tentou desesperadamente disfarçar, mas o rei sentia a intenção assassina da humana que parou e fez uma reverência rápida antes de sair para o quarto, realmente, a humana era divertida.

Humanos... sua cabeça o levou a lembrança daquela manhã onde tinha ido na cozinha esperando ver a terráquea de cabelos loiros, ele a viu, mas o que chamou a atenção foi uma outra humana de cabelos encaracolados e castanhos, ele não a viu antes então quem era ela? Seu cheiro era peculiar porque o fazia lembrar da névoa quente de quando saía do banho, de certa maneira ele se sentia afogado pelo cheiro. Se afastou e viu que ambas estavam se divertindo fazendo algum tipo de doce no forno e não havia um cheiro marcante, mas quando provou se deliciou com a textura simples e que derretia na boca. Seu estômago o incomodou para comer o doce novamente e estaria mentindo se não dissesse que o doce não havia ficado na sua cabeça.

- Terráquea?

- S-sim majestade?

- Onde está sua parentela?

- Minha o que? Ah sim, claro. Eu não sei.

- Eles não vieram visitá-la?

O rei podia sentir a áurea assassina vindo dela e estava realmente se divertindo, o tom de voz calmo e lento, os punhos fechados, mandíbula trincada eram todos os sinais que ele estava esperando encontrar e se a mulher fosse uma saiyan, talvez ele se sentiria no mínimo ofendido pela sua reação, mas sério, os terráqueos eram muitos divertidos.

- Não senhor.

- Entendo, caso queira saber eles podem ir a visitar e você a eles. - Ele se aproximou e sussurrou contra sua orelha. - Mas saberá o que dizer.

E saiu. Bulma ficou irritada e não controlou suas próximas ações.

- Majestade?

Ele se virou.

- Se não for atrapalhar, teria um tempo para conversar mais tarde?

- Veremos.

Bulma voltou para o laboratório e começou a preparar um chá, não havia muitas ervas, mas havia um saquinho com uma xícara e fumaça saindo o que provavelmente era para fazer chá e levada por esse pensamento ela começou a preparar o chá. Quando ela estava desistindo de esperar o rei, ele aparece e observa a terráquea que oferece a ele uma xícara de chá e em seguida o convida a sentar. O rei senta e toma o chá.

- O que quer comigo terráquea?

- Quero informar que os seus scooters já estão prontos. E também que já fiz alguns reparos nas armaduras dos soldados.

- É claro.

- Pode mandar pegá-los amanhã de manhã.

- Certo.

O rei terminou o chá e olhou para a moça, ela não estava se alimentando e sua energia prova sua suspeita, ele se concentra na criança e percebe que seus batimentos estão mais fracos, cerrou os olhos, ele tinha que fazer alguma coisa ou a terráquea mataria seu neto sem perceber. Já que ele e a terráquea não tinham mais nada a conversar, se levantou e saiu.

No caminho ele começou a se sentir quente e levemente incomodado, teria a ver com o chá que acabara de tomar? Não. A terráquea não era louca de tentar envenená-lo e quase nenhum veneno funcionava com os saiyajins. Um baque o tirou de seu pensamento, olhou para ver o que havia batido nele, é a terráquea de antes e agora que estava bem perto notou a semelhança entre os olhos e os cabelos, eram iguais.

- Majestade? Me perdoe eu estava distraída e não o vi.

O rei apenas a encarou e notou a vermelhidão que crescia em seu rosto, ele continuou encarando sem falar nada e a terráquea abaixou a cabeça e ele gostou da submissão voluntária, alguma coisa nele ficou atiçada.

- Nome. - Ordenou.

- Nome? O meu nome?

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora