E se?

4.7

O irmão mais novo ria enquanto saia da sala e se dirigia ao arsenal real sendo seguido pelos companheiros de batalha.

Algo sobre a ligação o deixou inquieto, aquela palavra o fez pensar muito na sua cozinheira particular, Chichi ultimamente estava sendo negligente com ele e isso o deixava incomodado, sua comida estava estranha, não tinha o gosto alegre que sentia antes e queria sentir novamente, tinha algo acontecendo com ela e queria saber o que era.

O príncipe esperava um herdeiro da terráquea... Encarou suas mãos. Será que ela queria também? Herdeiros, será que ela queria também? Será que ele queria? Estava preparado para entrar nessa guerra com o desconhecido, entrar no terreno paternal, ele seria capaz de ser um bom macho? Essas perguntas causavam um aperto no começo do estômago e não possuía resposta clara e seu futuro era incerto. Estava nervoso, suando pelas mãos e coçando a cabeça.

Seu irmão estava nervoso, estava coçando a cabeça demais, olhando para as mãos, havia algo com ele e provavelmente era sobre a ligação.

Ligação.

Ligação.

A palavra ecoava pela sua cabeça, desde quando havia ficado pensativo e sentimental? Herdeiro. Desde quando pensava nisso?

Herdeiro.

Herança.

Ligação.

Família.

Raditz queria uma família? Um saiyajin podia ter uma família? Um saiyan podia se ligar a alguém e ter paz? Um saiyan poderia viver em paz?

Paz.

Silêncio.

Solidão.

Sozinho.

É tudo o que ele sentia quando estava longe dela, o turbilhão que ficava quando estava ao lado dela, a gritaria que seu corpo ficava quando o cheiro o invadia, a maneira que pensava nela em baixo de seu corpo, arranhando sua pele, baforando contra seu peito, pedindo por mais.

- Rad?

Gemendo por ele.

- Rad?!

Gritando para que fosse mais forte e mais fundo.

- Raditz!

- O que?!

A olhou e ficou atiçado com o que viu, a saiyan estava com o uniforme preto, o peitoral branco com o símbolo saiyan em dourado e uma espécie de short que usava para circular sua cauda, combinava com ela. O preto, branco e dourado juntamente com a capa carmesim davam a certeza de que Nyxxy Ak'krantes é uma guerreira saiyan.

- Vai ficar me olhando ou vai vestir a armadura?

Se aproximou e ajustou o colete branco, seu subordinado é realmente alto. O cheiro forte que vem dele é o mesmo da plantação de Azil, uma flor de três pétalas com miolos verdes. Na noite do Kalhanei, as azils florescem e liberam um cheiro particularmente similar ao dele, o cheiro de dança, comida, tempero e brasas ardentes misturados com um toque suave de suor e treino. Isso a agradava, muito. Tomada pelo sentimento nostálgico sua cauda desenrolou da sua cintura e preguiçosamente ficou ao lado do corpo, esperando. Seria possível? Conseguir algo a mais? Ter algo a mais?

Vegeta saiu sem querer ficar perto demais dos companheiros, Kakarotto sem querer ficar sozinho com o casal, seguiu seu príncipe até o hangar para ajudá-lo com as notificações.

Seria possível? Eles? No Kalhanei? Raditz tocou sua cauda na dela que se entrelaçou rapidamente. Encontrou os olhos castanhos que escondiam a ansiedade de ir em uma missão sem ser mandada pelo rei, havia contado sobre o segredo do rei e ele sabia que teria uma punição severa e sabia que ela estava com receio, mas nunca admitiria. Raditz já havia notado o respeito que a saiyan tinha para com o rei, muitas vezes sentiu uma irritação no peito em relação a isso, Nyx o chamava de tolo quando isso acontecia.

Toda a população saiyan sabia que Nyxxy é o cachorro adestrado do rei. A guerreira gostava disso, ela e Bardock são os únicos que tem a confiança do rei além do sangue real. Nyx se sentia honrada por isso e nunca fez algo sequer para desrespeitar essa confiança, mas agora, por causa da sua boca grande, estava desrespeitando uma ordem do rei. Como poderia encarar o rei? Como poderia ser digna de sua confiança? Se o rei perdesse a confiança nela, o que seria? O que se tornaria? O rei é a coisa mais próxima que ela tem de um pai, se o desrespeitasse seria um ultraje! Ela estaria perdida sem o rei.

- Vai ficar bem.

As mãos fortes de Raditz puxaram a cintura da fêmea, gostava de aperta-la quando lhe convinha e agora lhe convinha muito. Gostava da reação que ela tinha quando apertava sem que ela esperasse, algumas vezes a ouviu gemer baixo e foi assim que ele começou a ter uma obsessão pelos gemidos da fêmea.

Apertou ainda mais a cintura e a ouviu rosnar, em resposta ele a puxou para tomar seus lábios. Sentindo seu gosto, a língua explorava os cantos úmidos e se deliciava com a resposta que dava a ele, brigando, dançando e tentando fazer com que o outro se submeta contra seus desejos. Puxou a cintura contra a sua própria e não escondeu o desejo que se formava no meio das pernas. Raditz estava cansado de esconder, de se segurar, queria estar com ela e não queria esperar o festival.

- Eu quero você. - Ronronou.

- Temos que esperar o festival.

- Para que? – Rosnou e se afastou. – Para que temos que esperar o festival sendo que o próprio príncipe quebrou as tradições?

- As tradições se aplicam a guerreiros e não a realeza. - Nyx respondeu calmamente.

- A realeza é guerreira!

- Raditz você não entende!

- O que eu não entendo Nyxxy?

Ela não podia contar o que o rei havia lhe dito semanas antes.

"Quando um saiyan descobre a paternidade, todos os seus atos serão voltados para o bem estar da fêmea e da prole. Então, eu vou junta-los no festival, para no mínimo eles não desejem se matar depois que o filhote nascer."

"Perdoe minha insolência e ignorância meu rei, mas porque juntar os dois é tão importante para o senhor?"

"Não será um Saiyan que irá libertar nosso povo. Quando a prole do meu filho nascer..."

"Ele irá libertar nosso povo."

"Sim tenente."

"Mas senhor e o festival?"

"É apenas uma oficialização. Não tem muita importância nos meus planos."

- Nyx, o que está escondendo?

Raditz conhecia sua fêmea bem demais para saber que quando ela fica assim, é algo verdadeiramente importante.

- Não posso.

Se irritou e avançou no pescou da fêmea e prendeu seus braços acima da cabeça e encarou os olhos castanhos que se assustaram por curto momento, sua raiva não estava sendo disfarçada.

- Você é minha. – Rosnou.

- Eu não tenho permissão para contar. - Rebateu com a calma raivosa de um tenente.

- Você é minha, você só precisa da minha permissão. – Nyx viu a fúria em seus olhos. – Eu controlo você.

O soldado forçou para sair da prisão feito pelo subordinado e se frustrou porque não conseguia se mover.

- Me solta.

- Não!

Mordeu o pescoço da garota sentindo o fluxo de sangue passar pelo seus dentes e descer como refresco pela garganta, se fosse preciso ele a marcaria agora para todos verem que ela é sua e ninguém pode mandar nela além dele! Nem mesmo o rei. Ela é sua e ninguém a irá tirar de sua posse.

Porque ele estava fazendo isso agora? Porque ele estava sendo possessivo agora? Agora não era hora, depois eles se resolveriam no Kalhanei, mas não agora. Agora não é hora de ficar pensando em ser tomada por ele de maneiras distintas e o fazer sofrer por sua insolência e desobediência mais tarde. Mas agora não é a hora. Não é a hora.

Foda-se a hora.