Ficou na base da escada e notou que a estátua apontava para o vidro do segundo andar e não para a biblioteca em si, então ela seguiu e agora estando perto o suficiente podia ver que havia formatos nos vidros que pareciam fazer parte de um conjunto maior, desceu as escadas e ficou perto da primeira estátua e viu que realmente formavam um símbolo, correu para Vegeta, pegou seu scooter e voltou para o lugar e tirou uma fotografia. Continuou seguindo o corredor do segundo andar e não havia nada, poderia ser apenas imaginação? Uma curiosidade passageira? Uma forma de passar o tempo? Estava voltando para o salão principal quando a luz do sol bateu na estátua e a sombra fez outro símbolo, tirou a foto e seguiu andando, definitivamente não era fruto da sua imaginação.
Continuou seguindo até que encontrou uma miniatura no meio do salão do segundo andar, se aproximou e não viu nada demais, nenhum símbolo ou setas, era apenas um castelo em miniatura. Então ela se afastou e percebeu que não formava um símbolo porque não estava completo, ela tirou uma foto e voltou para baixo procurando por mais alguma pista, mas não encontrou nada, então voltou para a primeira estátua. Realmente parecia que estava apontando para a biblioteca só que de acordo com o ângulo que olhasse, a estátua apontaria para a escadaria. Foi para biblioteca e começou a organizar as fotos que havia tirado, as copiou em um papel que estava em branco e as organizou e por mais que pensasse em alguma coisa, nada fazia sentido. Os papeis estavam espalhados quando Vegeta chegou e a encontrou mexendo no scooter.
- O que está fazendo?
- Eu não sei.
Ela achou que ele estava falando dos papeis, mas ele estava falando do seu comunicador.
- Você já morou aqui? - Ele afirma com a cabeça. - Sabe se existe alguma coisa escondida?
Vegeta suspirou e foi até a mesa central onde pegou a chave e flutuou até o teto e girou fazendo que um compartimento em uma das lacunas se abrisse, havia uma caixa pequena nele e Vegeta entregou a ela.
- Encontrei quando era mais jovem.
A garota pegou a analisou a caixa, aparentemente não tinha como abrir por não ter fechadura, então teria que ser de outro jeito.
- Porque tanto segredo por uma caixa?
- Não sei, nunca procurei saber.
- Nunca? Você não ficou curioso?
- Não.
Bulma suspirou e pegou a caixa, notou que havia alguns símbolos e que eles se moviam, ela conhecia os símbolos, os havia desenhado. Testou algumas combinações até que a caixa abriu e dentro dela estava um livro com a escrita saiyan, pegou o scooter novamente, traduziu e leu em voz alta.
"Deus Super Saiyajin"
"Uma criatura mística jamais encontrada, tal criatura possui um poder inigualável cuja velocidade e força jamais poderão ser alcançadas pelo mais puro e árduo treinamento. Sua áurea se torna mais explosiva e se assemelha a uma chama ao redor de seu corpo, seus cabelos se tornam o mais puro carmesim e sua pele se transforma no mais puro fulvo, seus olhos se tornam vermelho e até mesmo seu tamanho cresce.
A lenda do deus super saiyajin começa com Yamoshi, um saiyajin de coração justo que com seus cinco companheiros lutou contra os saiyajins corrompidos. Yamoshi evoluiu seu poder, porém o número dos saiyajins corrompidos eram grandes demais, ele lutou até seu último suspiro e morreu honrado. Entretanto, seu espírito continua a vagar procurando por seis saiyajins de corações justos para que um deles possa se tornar o Deus Super Saiyajin."
Vegeta ouviu as palavras da garota atentamente, então existia um poder supremo que não era possível ser alcançado com treino e perseverança, isso o irritou porque ele precisaria de seis saiyajins de coração justo e ele conhecia bem demais a sua raça para saber que não havia corações puro entre eles. Mas ele ficou atiçado com uma única palavra que saiu da boca da terráquea.
"Kh'alhesse"
"Um laço superestimado por sua própria raça, acreditado que são laços místicos e que só podem ser concluídos por seres destinados um ao outro. Mas a verdade é que qualquer ser vivo pode ter um laço. O verdadeiro laço é um estado onde ambos os corações, mentes e almas estão conectados, onde existe tal confiança que nem mesmo a distância, o tempo e até mesmo as piores desgraças poderão os separar.
Para a raça guerreira o laço de um parceiro é feito quando estão conectados com os corpos em perfeita sincronia e com apenas uma respiração e nem mesmo o silêncio irá impedir as palavras que surgem no íntimo do coração e passa pela alma e termina sendo ouvida."
Bulma parou e observou Vegeta, isso era da cultura deles e por sua feição era perceptível que ele não sabia disso, como havia lido "raça guerreira" eles não se preocupam com sentimentos e ela já havia aprendido isso, mas essas palavras... era impossível não estar falando de sentimentos.
- Um laço feito entre parceiros... Você acredita nisso?
Vegeta demorou a responder. - Não existem coisas assim, são apenas lendas e crenças esquecidas.
- É claro. - Ela murmura. - Mas você ainda não disse se acredita ou não.
- Mulher o que você quer? - O príncipe rosnou.
Bulma demorou a responder. - Nada.
"Realeza."
"O sangue da realeza possuí propriedades diferentes das propriedades dos saiyajins comuns. A realeza, por ser uma raça mais próxima do deus Oozaru, tem sua velocidade, força, desejo e até mesmo a sua crueldade é superior as de um saiyan comum. Com o tempo a realeza esqueceu, mas ainda há aqueles que lembram dos rituais antigos, da maneira que devem ser tratados e respeitados, principalmente da essência do seu ser.
O sangue real, quando compartilhado, podendo ser com seu Kyak'asee ou sua Kh'alhesee, a ligação é aprofundada e sustentada além do tempo e morte pela confiança entre os parceiros. Para que a ligação se aprofunde ambos os parceiros devem estar conectados de coração e alma em um único momento, quando essa sincronia existir e ambas as almas estiverem conectadas, a troca de sangue deverá ser feita e então o poder oculto de Oozaru e sua linhagem será atingida."
O casal se encara e Bulma abaixa o olhar para a próxima página e fica receosa de ler em voz alta, então ela mostra a página para ele que assim que leu segurou na morda da mesa com tamanha força que pode se ouvir os estalos do mármore e seus dentes rangeram com tamanha força que ela poderia jurar que ele os quebraria. Ele leu a primeira frase e se arrependeu amargamente de ter feito, ele jogou o livro e Bulma o pegou e começou a ler em voz alta, imaginando que ele não gostaria de ler.
"Meu querido príncipe Vegeta.
Tenho certeza de que se está lendo esta carta eu já não estou mais entre os vivos, ao escrever essa carta tenho a certeza de que meu coração já estará em paz por te deixar. Quando soube da gravidez do seu irmão, eu sabia que iria te deixar e que isso iria transformar você."
Bulma suspirou antes de continuar.
"Você já deve ter se tornado um dos maiores guerreiros que a população saiyan já teve o privilégio de presenciar, seu amadurecimento já está no ápice e sei que pensa que é um soldado perfeito.Você é um bom soldado, seu pai o treinou muito bem, o criou para ser seu general e seu descendente sem coração que os saiyans esperam que você seja. Mas você não é perfeito."
Ele praticamente queimou a carta com os olhos.
"Você é um soldado perfeito, mas não tem emoções, não se importa se seu povo vive ou morre. E isso o faz fraco, porque você não tem pelo que lutar, por quem lutar. Um dia o destino lhe trará algo importante e quando receber, não o perca, o proteja com todas as suas forças e você descobrirá que não existe limites para que seu poder cresça. E até esse momento meu filho, peço que me perdoe pelo que terá que fazer comigo. Quando ler essa carta quero que saiba que nem mesmo a morte me fará deixar de amar você."
VOCÊ ESTÁ LENDO
E se?
FanfictionE se o rei Vegeta se recusasse a trabalhar com Freeza? E se uma rebelião causasse a morte de meio planeta? E se o rei se submeter as ordens de Freeza como um cachorro na coleira? E se um rei rastejasse na lama implorando por seu perdão? E se Freeza...