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Ela abaixou a cabeça só que o rei a conhecia bem demais para não saber que ela estava sorrindo, a levou para a segunda cápsula de cura na nave em que Kakarotto havia colocado seu irmão, Nappa aparece entre eles ofegante.

- Senhor temos que ir agora.

- Porque?

- O planeta vai explodir, seja lá o que o príncipe fez, desestruturou o núcleo do planeta.

- Ele estava q-quente. - Kakarotto comentou. - O núcleo desse planeta... é frio não é?

- Parabéns Kakarotto, soube o básico.

- O que ainda está fazendo aqui Nappa? Tire-nos daqui.

Segundos depois da ordem, o gigante foi até o painel de controle e digitou alguns comandos e percebeu seu erro, para poderem sair as duas chaves precisavam ser giradas no mesmo instante e seus braços não alcançavam a chave e mesmo tentando com sua cauda, a chave não era alcançada, o chão começou a desabar e da terra vapores gélidos explodiam e encontravam o ar e trincavam os céus, tinham que sair. Agora!

- Eu preciso de ajuda. - Murmurou irritado.

- Parabéns Nappa, soube o básico.

Kakarotto apareceu com um grande sorriso no rosto irritando o mais velho, contou com os dedos até três e ambos giraram no mesmo tempo fazendo com que a nave usasse o propulsor de emergência e caso demorassem mais um segundo para girar a chave, seriam engolidos pela explosão do planeta, mesmo com a nave a quilômetros de distância, o impacto chegou até eles e fez com que a nave perdesse potência. O rei olhou para seus subordinados e suspirou pesadamente antes de virar as costas e sair. Os rapazes se encararam e o menino ainda tinha um grande sorriso no rosto que depois desapareceu dando lugar a uma feição tristonha e Nappa conhecia muito bem essa expressão, o garoto pediria um favor a ele que com certeza se arrependeria mais tarde.

- O que é Kakarotto?

- Eu queria que Chichi pudesse ver.

- Ver o que?

- As explosões.

Nappa entendeu.

- Era por isso que você estava explodindo os bichos! Você queria se exibir!

- Eu acho que ela não viu...

Nappa conhecia esse gesto de cauda, cabeça baixa, ombros baixos, deuses, a criança iria chorar. Qual é o problema de Kakarotto? E porque ele caia nesse truque todas as vezes?

- O que você quer?

Em instantes o garoto devolveu um sorriso genuíno, Nappa ainda tinha calafrios da penitencia que o rei havia dado a ele quando ajudou Kakarotto a entrar na sala de reunião quando ainda era um moleque. Talvez ele estivesse sendo coração mole e deveria parar de ajudar os rapazes quando eles precisavam, quando terminava sobrava para ele.

- Ainda tem alguns prisioneiros que precisam ser executados, não é?

- Você os quer explodir para se mostrar?

- É!

A cauda balançava um pouco frenética demais para um adulto, o mais velho suspirou e concordou com a cabeça seguida por um gesto para que o menino saia. Sentou na cadeira e encarou o vazio.

- O rei vai me matar.

Os olhos se abriram pesadamente e lutando para que não se abrissem, seu corpo estava muito pesado como se estivesse saído da academia e treinado por sete horas seguidas e depois do treino foi correr uma maratona de quinhentos metros e no fim do dia se preparar para lutar em uma guerra sem parar para um descanso ou recuperar o fôlego. Havia um peso na sua cintura e ela nem precisava olhar para saber que era Vegeta. Vegeta... O que o poder de um deus fez com ele? Ele iria matar seus companheiros em um piscar de olhos por seus filhos e por ela também. O poder que havia desperto nele é perigoso demais para ficar nas mãos de um saiyajin, principalmente o príncipe da raça mais forte de todo o universo, se lembrou da conversa que teve há muito com dendê.

- Elas possuem o poder de realizar qualquer desejo.

- Qualquer desejo?

- Até mesmo reviver os mortos.

Se as esferas possuíam o poder de reviver os mortos talvez elas... Não, ele estava falando das esferas maiores, ele deu a ela uma pequena pulseira que lembrava o pequenino de casa, ele disse que ainda estava em treinamento, pelo que ela se lembrava ele era psíquico e tinha o poder de entrar e sair na mente de qualquer criatura porque foi ele quem a salvou da empregada esquisita. Ela tinha uma única chance e esperava que Dendê fosse forte o suficiente para suportar seu desejo.

O que a menina não sabia era que quando Dendê foi tocado pelo anjo e seu poder passou por ele, as esferas aumentaram seu poder pela energia angelical de Whis, diferente das maiores, aquelas explodiriam ao serem usadas podendo machucar em estava por perto, Bulma não sabia desses detalhes meramente importantes. As esferas de Dênde seguiam o coração do dono, o coração de uma criança pura que havia conseguido fazer esferas com o poder de uma entidade cuja intenções nunca foram boas. As esferas realizariam seu desejo e o preço que pagaria a deixaria miserável.

Seu peito ansiava pela força de Dendê e rezava para que ele pudesse suportar seu pedido, abriu seu coração e sua alma para pedir o único desejo que desejava não para ela, mas para todos os saiyajins. Então ela rezava para que o pequenino pudesse sobreviver e atender ao seu pedido, voltou e pegou a pulseira que estava junto com sua troca de vestimenta e a deixou no parapeito.

- Por favor... faça com que todos os seres vivos esqueçam da existência do deus super saiyajin e que toda a prova escrita ou vista seja apagada da existência.

As esferas levitaram, giraram e explodiram, ela se protegeu com os braços e esperou o impacto que não aconteceu, os cacos de vidro estavam flutuando em sua frente e logo explodiram em mil pedaços se transformando em poeira levada pelo vento. Ela se lembrava do deus super saiyajin, então seu pedido não havia funcionado, seu peito apertou, como ela lidaria com Vegeta na forma de um deus? Olhou para trás e seu companheiro estava com o punho fechado em sua direção, ele evitou que os cacos chegassem até ela, atencioso da parte dele, pensou.

A cauda balançava no ar como se tentasse a hipnotizar e fazer com que voltasse para perto do seu corpo, quando estava voltando para perto dele notou que um dos olhos ainda estavam em vermelho carmesim assim como alguns fios de seu cabelo e cauda. Ela acaricia seu rosto e nota que ainda estava muito quente, engoliu em seco e usou o polegar para acariciar a bochecha, ela não precisava nem ouvir o laço para saber o que ele estava perguntando.

- Não se preocupe, eu só sai para tomar um ar.

Ele estreitou os olhos.

- Ninguém tentou me machucar, a pulseira que eu ganhei de Dendê explodiu quando eu a coloquei no mármore.

O rapaz virou a cabeça enquanto a cauda se enrolava na perna dela e agora ela notou, seu filho não estava do outro lado da cama, então onde ele estava? O desespero tomou conta do seu corpo e a cauda dele apertou na sua coxa.

- Vegeta! Vegeta!

Ela tocava seu ombro enquanto se levantava e se sentava, o rapaz a fuzilou com o olhar e sua cauda aumentou o aperto a apertando, seu estômago afundou e o coração disparou.

- Nosso filho! Cadê nosso filho?!

- Faça silêncio mulher. - Rosnou irritado. 

- Não Vegeta! Cadê nosso filho?! Eu preciso saber!

- Eu disse para fazer silêncio mulher.

Levantou um pouco o corpo e a garota se surpreendeu ao ver não um, mas dois pequenos filhotes encolhidos em baixo do seu corpo. O que eles estavam fazendo ali? E porque dois? Ela se lembrava de dar à luz apenas a uma criança, então da onde surgiu o outro?

- Eu..

- Você é um humano, sua temperatura é baixa demais até para um filhote, quem dirá dois. O mínimo de calor que pode até chegar perto do calor de um outro filhote saiyan, é dentro de você. Você não conseguiria acolher um, quem dirá dois.

- Mas Vegeta? Dois...? Eu não me lembro de ter dado à luz a duas crianças.

Ele levanta uma sobrancelha para ela e depois fecha o cenho, seus olhos brilham em vermelho e alguns fios de seu cabelo também ficaram vermelhos e de novo, ela sentiu medo do poder dele e dele também.

- Está negando um filhote? Está negando meu filhote? - A voz de Vegeta se tornou terrível e Bulma ficou marcada com aquele tom. Bulma não sabia, mas aquele tom de voz a amedrontaria por longos dias.

E se?Onde histórias criam vida. Descubra agora