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Bulma sentiu a falta de seus filhos e em um piscar de olhos cansados viu uma criatura pegar seus preciosos bebês, tentou se levantar e até mesmo fazer qualquer tipo de som, mas seu sangue quente jorrava para fora de seu corpo formando uma poça de sangue ao seu redor, se não morrer de frio morreria de hemorragia e acima de tudo morreria uma fracassada por não conseguir proteger seus pequeninos. Ela se sentia fraca, miserável e até mesmo desgraçada, mesmo com a invasão em seu planeta ela não se sentiu assim, é como se seu corpo fosse uma torre que estava desmoronando a cada segundo, sem seus filhos é como se sua vida fosse apenas uma existência passageira sem propósito ou valor. Ela é um ser vazio sem seus filhos. Ela era inútil e não tinha propósito, tudo o que passou havia sido por nada? Para nada? Do que adiantava seu sofrimento? Qual era o seu propósito? Havia tido seus filhos e não tinha nenhuma força para protegê-los, então porquê? Porque teve seus filhos se não tinha determinação ou coragem para protegê-los? Porque? Porque ela havia se tornado mãe se esse fardo era pior que a morte?

Kakarotto estava lutando, na verdade ele estava brincando de explodir criaturas geladas porque se encantava com os efeitos que fazia, entrava em êxtase ao ver o sangue de diversas cores brincar no ar e se espalhar molhando a terra gélida, se ele pudesse levar essa beleza para Chichi, ele levaria. Será que ela gostaria de ver pessoalmente? Será que ela se encantaria como ele? Será que ela também entraria em êxtase? Será que assim, ele a conquistaria? Ele testaria depois, agora ele tinha algo mais sério para resolver, a princesa dos saiyajins estava com um olhar aterrorizado e ele já havia visto esse olhar antes, foi o mesmo que viu em sua mãe quando Freeza desceu para seu planeta, o puro desespero e falta de força. Correu até ela e deslizou no gelo para não deixar que os cabelos azuis batessem contra o vermelho gélido. Se assustou porque nunca havia visto um corpo humano ficar gelado daquela forma, a trouxe para o colo e aumentou seu poder aumentando o calor corporal para que tentasse aquecê-la. Ele se tremeu, com aquele poder, Vegeta o mataria com um olhar, mas ele morreria cumprindo seu dever, protegendo sua realeza.

- Kaka... rotto...

A voz dela estava perigosamente fraca, ele precisava ajudá-la ou ela morreria em seus braços e seu príncipe o torturaria por toda a eternidade se ele deixasse acontecer.

- Ele... ele-

- Princesa? O que aconteceu? Ele quem? Eu tenho que te levar daqui você está sangrando muito. - Deslizou o braço para baixo das pernas e o outro para as costas. 

- NÃO!

Ela aumentou o tom de voz e o garoto focado nela, não notou uma presença desaparecer, um ser humanoide com a pele do mesmo tom da cor do vazio do universo cujo poder é aquecer o corpo e fazer com que o calor se tornasse físico e disparasse da pistola que sempre usava, seu plano seria perfeito se um ser não o tivesse visto, acontece que ele fora visto e seu observador estava curioso para saber o motivo dele estar levando duas crianças recém nascidas no colo e uma semelhante até demais com o príncipe. Olhou para a terráquea e olhou de volta para o ser que fugia, entendeu e disparou atrás dele, teve que segurar muito para não atacar suas costas e acertar os filhotes do príncipe. Parou na frente e não se surpreendeu ao achar o rato que havia em seu exército, o lado bom é que ele não passaria de hoje, o lado ruim é que ele estava com os filhotes que já estão ficando pálidos, eles precisam do calor de um saiyajin familiar, se o príncipe encontrasse os filhotes com o cheiro de outros saiyans não sobraria poeira para contar a história deles.

- Um rato preto e amarelo, engraçado.

- Tenente. - O soldado tremeu a voz e o pavor cobriu seus olhos e sua voz outrora calma e fluída agora se assemelhava ao raspar de espinhos no metal. - O que faz aqui?

- A pergunta certa é porque você está com os filhos do príncipe.

- Não me ameace tenente.

Ele apertou os filhotes e um deles grunhiu em descontetamento, ela tinha que tomar cuidado, muito cuidado.

- O que quer com os filhos do príncipe?

- Eu não vou matá-los se é o que está pensando, eu não sou cruel como você!

- É claro que não. Mas ainda há um motivo e eu quero saber qual é.

- Eu estou aqui pelo mesmo motivo que você está aqui tenente. - Ela cerrou os olhos. - Família.

- Você tem família?

Ele não deveria ter entregado seu ponto fraco, não deveria mesmo, porque ela se lembrou! Se lembrou totalmente do que tinha feito com o planeta dele, se lembrou de cada detalhe sangrento e do sorriso que ficou em seu rosto durante vários momentos.

- Eu não fui tão negligente com meus deveres antes, será que estou amolecendo? - Nyx voltou com o sorriso cruel e o ser negro ficou apavorado. 

- Sua... - Rosnou. - Não! Eu não vou cair em sua armadilha!

- Cair em minha armadilha? Do que você está falando? - Seu sorriso cruel aumentou. - Eu só quero uma coisa que você pegou.

Eles sentiram a explosão de poder e logo um vento gélido os pegou fazendo com que a visão ficasse embaçada e essa é sua chance, voou até ele e desferiu um soco que por milésimos ele escapou e se afastou.

- Esperta, usando a fumaça para esconder um ataque, é típico de você tenente, espreitando pelas sombras esperando a oportunidade para matar! Perfeito de um saiyajin nojento!

- É claro, insultos e mais insultos, você só sabe fazer isso Ka'el Gh'ez? - Ele hesitou e ela sorriu. - Não, peço desculpas, eu confundi você com seu gêmeo.

- Sua...

- Como foi? Ir ao funeral do próprio irmão e saber que seu tenente o matou?

Ela via o rapaz se tremer e sua energia oscilar, ele estava quase lá, notou a energia de seu companheiro e o chamou pelo laço. Ela deu um passo à frente e o subordinado recuou, ela sorriu ainda mais. Raditz viu a situação como um todo e ficou a postos, no momento que sua companheira desse o sinal, ele faria o que fosse preciso fazer para resgatar os filhotes do príncipe. 

- Como é se sentir humilhado? Sentir um inútil e desnecessário? Saber que o saiyajin que matou seu irmão te dá ordens e te faz sentar e rolar? Deve ser humilhante.

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