EXTRA

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Aelin
Alguns dias antes de Rhoe voltar para Terrasen

Aelin Ashryver Whitethorn Galathynius, a rainha de Terrasen, matadora de deuses, herdeira do fogo, nunca tinha se sentindo tão impotente em toda a sua vida.

E olha que já tiveram diversos momentos nos quais ela se viu sem saída.

Rowan sempre estivera certo: as pessoas que Aelin amava, sempre, não importava que tivessem vencido aquela guerra, seriam armas usadas para ela. Mas ela tinha se esquecido disso, até Sam ser sequestrado.

Eles tinham deixado um bilhete, falando que aquilo era um pagamento pelos crimes que ela cometera no passado, mas seu filho mais velho tinha voltado para casa e tudo parecia estar bem novamente.

Até não estar.

O garotinho dela, seu menininho de cabelos castanhos e olhos violetas, tão diferente de todos, mas que sempre fora aquele que esquentava o coração da rainha, tinha sumido. Agora não havia nenhum bilhete, nenhum crime a mais para que ela cumprisse pena, ele só sumiu.

Quando Sam surgiu no salão de baile e disse que Rhoe não estava em lugar nenhum, que tinha um guarda morto nos túneis onde o traço do cheiro de Rhoe acabará, Aelin achará que perderia o bebê na sua barriga.

Seu maior medo estava acontecendo novamente e, mesmo após ter sobrevivido a morte dos pais, a vida como assassina, as minas de sal de Endovier, aos Valg, ao cativeiro nas garras de Maeve e ao fecho, ela achou que não sobreviveria àquilo.

Não importava quantas vezes ela repetisse para si mesma "meu nome é Aelin Ashryver Whitethorn Galathynius e eu não terei medo", todas as vezes que ela pensava no seu filho, naquele macho com poderes que ninguém parecia compreender, que tinha herdado dela o gênio forte e a vontade de se meter em confusões, ela sentia medo. Medo por ele, por onde ele estava, como ele estava, e medo por ela, de ter que aguentar a ideia de mais um filho seu sendo levado.

Mas se passaram quatro meses e ela sobreviveu. E o bebê na sua barriga também.

Yrene não permitiu que ela saísse de Orynth para procurar pelo filho, da mesma maneira falha que Aelin tinha feito com Sam, e não importava o quanto ela rugisse e brigasse e estapeasse Rowan, não importava que ela tinha parado de falar com o próprio parceiro de tanta raiva, ninguém permitia que ela arriscasse perder o bebê para uma busca insensata: o cheiro de Rhoe não estava em nenhum lugar, era como se ele simplesmente tivesse evaporado.

E ele não tinha morrido, senão ainda sim o cheiro do seu corpo estaria em algum lugar.

Mas depois de quatro meses, Aelin estava cansada de sentir impotente. Ela sabia que seus amigos e seu parceiro apenas queriam protegê-la, proteger o bebê. Fenrys, no auge da sua sinceridade, tinha dito que não adiantava ela perder mais um filho apenas para tentar achar outro, e ela tinha aceitado, mas não ia aceitar mais.

Aelin tinha acordado decidida naquela manhã. Ela não ia procurar exatamente por Rhoe, ela sabia que era estupidez, mas ia procurar pistas, afinal, nenhum crime era perfeito.

E a rainha conhecia uma ótima vidente.

— Lysandra, eu sei que você está acordada, porra — ela já estava exclamando na porta do quarto da amiga haviam uns cinco minutos.

Ela devia estar na própria cidade, mas como Aedion tinha decidido não sair do lado de Aelin enquanto o bebê não nascesse, a esposa dele também decidiu ficar ao seu lado e mandou o filho mais velho, o lindo Gavriel, tomar conta de Caraverre, mesmo que isso fosse péssimo para Nehemia que sentia falta do primo.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora