EXTRA - SAM&ASTERIN

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Know that I loved you so bad
I let you treat me like that
I was your willing accomplice, honey
And I watched as you fled the scene
Doe-eyed as you buried me
One heart broke, four hands bloody
The things I did
Just so I could call you mine

"Ainda há bondade em você".

O veneno de Orcus ainda corria em minhas veias, fazendo cada músculo, cada fibra do meu ser tremer. Quando ele partiu, sua voz ressoava, uma lembrança do que eu era agora. Algo que não reconhecia, mas que não podia escapar.

"Ainda há bondade em você".

— Lembre-se, Sam. Sua nova irmãzinha não hesitará antes de matar Clare caso percamos essa guerra. Termine logo com isso. Mate a bruxa, mate Aelin Galathynius e Rowan Whitethorn, não é tão difícil assim. Ou seu fracasso será pago com a vida da sua Clare.

"Ainda há bondade em você".

Aqueles malditos olhos frios, a maldição que carregava no peito, não me deixavam. Não me deixava nem um segundo. Cada palavra, cada ordem, era um açoite em minha alma. Eu sentia o peso da lâmina apertada ao redor do meu pescoço, a promessa de morte sempre à espreita.

"Ainda há bondade em você".

E então, a verdade se impôs.

Asterin. O que eu fiz com ela? A dor que causei, a confiança que quebrei. Ela estava ali, caída no chão, e eu a olhava como se fosse uma estranha. Uma estranha que eu destruí.

"Ainda há bondade em você" Aquelas palavras que a bruxa sussurrará para mim quando Orcus estava na minha mente estavam martelando na minha cabeça.

Não, não havia bondade em mim ainda, não era possível haver.

Todas as pessoas que eu matei nesses últimos meses era uma prova disso. Todas as pessoas que morreram hoje por conta dos Valg que eu invoquei eram prova disso. Minha família era prova disso. A própria Asterin também.

Levantei-me com dificuldade, os passos pesados como pedras no meu coração. Cada movimento me lembrava o que eu sou agora: um monstro, um traidor, alguém que não merecia mais estar ali, com ela. Mas eu ainda estava ali. Não sabia por quê. Talvez por essa maldita necessidade de redimir algo que já estava perdido, de remendar pedaços de um coração que não batia mais da mesma forma.

Ela sempre fora o pedaço de casa que eu nunca me permiti odiar. Não importava o quanto eu odiasse que ela tivesse ficado parada enquanto me sequestravam, não importava o quanto eu odiasse que ela pudesse ter uma vida normal enquanto eu estava naquele mundo sem Sol, eu não a odiava. Nunca consegui.

Asterin estava ali, seus olhos dourados semicerrados, a expressão pálida e vazia. O que restava de sua força estava se esvaindo. Seu cabelo, outrora uma cascata escura e alva, agora estava enredado e sujo, como uma sombra que se espalhava ao redor de seu corpo frágil. Eu não sabia se ela estava mais quebrada do que eu.

Eu a vi e um nó apertou minha garganta. O que eu podia fazer agora?

Aquele príncipe Valg, Keish seu nome, estava certo: Orcus ordenara que eu a matasse primeiro e eu tinha falhado constantemente em concluir isso. Ela era uma fraqueza. Eu tinha que eliminá-la, para a segurança de Clare eu tinha que eliminá-la.

Mas como eu faria isso?

Estávamos na propriedade da Guilda dos Assassinos de Forte da Fenda, o novo Rei dos Assassinos, Tarik Darazi, estaria sempre em dívida comigo pois fora eu quem o coloquei nessa posição ao assassinar todos os outros principais assassinos de Adarlan. O gosto do sangue deles, do coração deles, ainda estava na minha boca.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora