xxxxxxxxvii. RHOE ARCHERON

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RHOE

Oh, you think I'm gone 'cause I left
But l'm in the trees, I'm in the breeze
My footsteps on the ground
You see my face in every place
But you can't catch me now
Through wading grass, the months will pass
You'll feel it all around
I'm here, I'm there, l'm everywhere
But you can't catch me now

Lyria não era minha irmã e minha parceira.

Eu que não era filho de Aelin e Rowan.

Entre a confusão de palavras que aquela masmorra se tornou, acabei entendendo isso quando todos os fragmentos daquele quebra cabeça finalmente se juntaram.

Meus olhos violeta. Meus poderes. As asas illyrianas. O porque dos seres do Meio me respeitarem. O porque do Livro Negro me chamar de Grão Senhor, me chamar de Nyx.

Nyx.

Eu não era Rhoe Ashryver Whitethorn Galathynius, o terceiro na sucessão do trono de Terrasen. Eu não era quem deveria ser.

Se não tivesse acontecido o que diabos aconteceu para estarmos aqui hoje, eu seria Nyx Archeron. Nyx. Não Rhoe.

Isso explicava tanta coisa. Rhoe Galathynius estaria se revirando no túmulo nesse momento.

Explicava o porque deu conseguir abrir a barreira de Velaris. O porque da noite sempre me chamar. O porque de Clare ter os olhos iguais aos meus.

O porque deu não conseguir abrir um portal. Naquele dia do Beltane eu tinha feito com o sangue de Sam, um verdadeiro Galathynius com pedra de Wyrd no sangue. O Suriel me disse que eu precisava da ajuda da minha parceira para conseguir abrir.

Mas não era exatamente uma ajuda, já que só ela conseguiria.

Lyria Galathynius. Foi como ele a chamou. E eu, estúpido, achei que o feérico estivesse falando de casamento.

O Senhor do Norte tinha aparecido para ela, para ela, e não para nós. A verdade esteve na minha cara desde o princípio, a constelação da Corte Noturna sempre brilhando no dia do meu aniversário.

Eu não conseguia pensar, não conseguia sentir o chão sobre os meus pés. Ainda por cima tinha deixado escapar sobre o laço de parceria e, por debaixo da confusão que os meus pais, quer dizer, Aelin e Rowan, estavam arrumando, Lyria me olhava magoada.

Olhei para Sam, o bastardo estava com um sorriso no rosto. Aquilo ferveu o meu sangue com uma magia que não vinha de Aelin, mas sim da Corte Outonal.

Ele sabia de tudo, desde o começo. Ele quase tinha deixado isso claro pra mim.

Eu me abaixei diante dele, ignorando o cheiro de ferro e suor, e segurei seu rosto entre minhas mãos. Ele tentou se esquivar, mas as correntes o mantinham preso.

— Saia da minha mente, Rhoe — o macho que eu achava ser meu irmão exclamou quando comecei a rastejar para dentro da sua cabeça.

— Não até eu saber o que você sabe — ele gostava de joguinhos e eu não estava com paciência para isso, não quando o meu mundo estava desabando sobre os meus pés.

E então mergulhei.

A primeira coisa que senti foi dor. Um peso esmagador, sufocante, como se eu estivesse sendo comprimido por mil toneladas de escuridão.

Ele praticamente não se lembrava da vida antes do mundo sem Sol, as poucas cenas sendo aquelas com uma garotinha de cabelos negros e olhos dourados com uma manchinha azul.

DARK PARADISE; tog + acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora