capítulo 58

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-Como... como se eu tivesse seis anos de idade. As palavras ordens do médico não me intimidam, Ucker.


Ele não conteve o riso.


-     Pode ser. Porém, sei que existem outras palavras que a incomodam e muito. Por exemplo. Centro infantil. Você não gosta de deixar seu filho lá, não é mesmo?


Lentamente, ela soltou a respiração. Apoiou os co­tovelos na mesa e passou os dedos pelos cabelos.


-     Não é um lugar ruim, não. Tem brinquedos e jogos. Os funcionários são amigos e competentes.


Sim, era um lugar agradável, mas não deixava de ser uma ala de hospital. Charles assustara-se. E cho­rara, chamando por ela. Seus soluços perseguiram-na durante o dia inteiro.


-Já estive lá algumas vezes - Ucker afirmou. - Eles se esforçam muito para proporcionarem con­forto às crianças. E uma solução prática para uma criança doente.


-É exatamente o que venho repetindo para mim mesma. E, nem será por muito tempo, felizmente. Menos de uma semana. Segunda-feira, Charles já estará em condições de ir para a pré-escola. E, no período da tarde, ele ficará com Mandy. Ele se sente seguro com ela.


Esticando o braço, Ucker tocou-lhe o queixo com a ponta do dedo.


-     Você é uma boa mãe, Dulce. Não precisa sentir-se culpada. Não há mais nada que se possa fazer.


Quando a sessão terminou e Ucker levantou-se para sair, viu-se forçado a passar ao lado do sofá. Olhou para a criança adormecida.


O urso de pelúcia estava entre as almofadas, longe do alcance de Charles. Ucker sabia que o menino procuraria pelo bicho quando acordasse.


Sem hesitar, pegou o urso, depositando-o ao lado de Charles. Sentindo a pelúcia roçando em seus dedos, o menino entreabriu os olhos.


¾ Já vai? - ele perguntou com voz embargada.


-Já - Ucker assentiu. - Agora, durma. Descanse bastante para poder tomar conta da mamãe. Ok?


¾ Ok, doutor. Até amanhã.


¾ Até amanhã... Charles.

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