Ucker chegou com rosas. Muitas rosas vermelhas. Da cor das faces de Dulce quando ela se inflamava, ou se embaraçava. Fora seu primeiro pensamento quando chegara à floricultura. Comprara as rosas porque prometera a Dulce. Porque as flores o faziam lembrar-se dela. Porque uma mulher como Dulce deveria receber flores... sempre. Não porque ele estava tentando conquistá-la. Ou dizer lhe algo especial. Não faria isso, mas, mesmo assim...
- Apenas uma lembrança - explicou, entregando-lhe as rosas vermelhas, assim que Dulce abriu a porta. - E, claro, por gratidão. - Sorriu meio sem graça. - Por suportar-me, por não me virar as costas, por não ter batido em meu rosto, quando deveria ter feito isso.
É isso aí, Ucker, advertiu a si mesmo. Vá com calma, sem complicações.
- São para comemorar o fim da terapia. - Ela repetia o que ele dissera tantas vezes.
Dulce estava certa. Era exatamente o que eles deveriam fazer naquela noite. Comemorar o fim da terapia. Celebrar o tempo que haviam passado juntos e o fato de não serem mais obrigados a conviver tempo algum. Porque ela fizera seu trabalho muito bem. Porque ele trabalhara arduamente.
Entretanto, uma hora mais tarde, no parque de diversões, Ucker perguntava-se o porquê daquele passeio parecer tudo, menos uma celebração.
Por causa de Dulce, ele admitiu. Ela estava tão bonita, parada ao ar livre, com os cabelos esvoaçantes. O short branco e a blusa cor de jade ressaltavam as curvas do corpo delgado. Ela transpirava sensualidade... e, ele nunca mais a veria assim.
Obrigando-se a desviar o olhar, voltou-se para Charles que se divertia entre os brinquedos do parque. Quando, por fim, Dulce chamou Charles para irem embora, o menino protesto.
-É cedo ainda, mamãe. Quero brincar mais um pouco.
-E cedo, mas ainda tenho que dar algumas instruções a Ucker. O que acha de tomarmos sorvete em casa?
Ucker olhou-a, surpreso. Não esperava voltar para a casa de Dulce. Imaginava que as despedidas aconteceriam no parque mesmo. Num local público, onde ele não correria o risco de dizer ou fazer coisas das quais poderia arrepender-se, depois.
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um pai perfeito
Fiksi PenggemarSinopse: Charles precisa de um pai... Alguém para levá-lo à feira cultural. Alguém que não tenha medo de monstros. Alguém que também ame sua mãe e a faça feliz. Mas não será fácil encontrar o pai perfeito. Por isso, Charles fez uma lista... ...e Chr...