Não havia razão para Ucker responier a tais perguntas. Absolutamente nenhuma. Ela não significava nada para ele e Ucker era um homem orgulhoso. Jamais lhe pediria ajuda, ela sabia. Mesmo assim, ofereceu-a. Quaisquer que fossem as armas do Dr. Anderson, eram importantes para Ucker. E o terapeuta tinha que salvaguardar o senso de bem-estar do paciente. Por isso ela queria saber. Só por isso.
- Ucker? - Voltou-se para olhá-lo. - Posso fazer alguma coisa? Estou aqui para ajudá-lo. Não precisa responder, se não quiser. Mas, pode confiar em mim. Não trairei seus segredos.
Os olhos de Ucker escureceram.
- Sei disso. Esse é o seu problema, Dulce. Você dá muito, oferece muito. Você é uma terapeuta dedicada, mas, não é prudente manter-se tão aberta assim. As pessoas podem magoá-la. Eu poderei magoá-la.
Ela refletiu por um instante, antes de perguntar:
¾ Então, não confia em mim?
¾ Sim... não. Não é nada disso. Droga, acho que você deve saber. Depois, você vai descobrir o idiota que sou. A ameaça de Dan não representa nada... ou representa tudo. Envolve minha irmã Annie. Estou mentindo para ela desde o acidente. Ela pensa que estou bem, completamente recuperado. Acredita que estou trabalhando há séculos.
Dulce inclinou a cabeça, sem entender direito a explicação.
¾ Por quê?
-Poi que não contei a ela? Por que se ela soubesse da verdade, viria correndo. Annie é... - Ele abriu os braços e encolheu os ombros. - Annie è família. Ela tem uma grande família. Cinco crianças maravilhosas. Annie é o protótipo do verdadeiro significado de lar. Calor, afeto, cuidados. Uma verdadeira mãezona. Se souber a verdade, ela pega o primeiro avião e aparece na minha casa. E se vier, traz...
¾ As crianças? - Dulce completou.
-E, muito mais. Fotos, lágrimas, solidariedade, abraços, canja de galinha, sorrisos... lembranças. Ela traz à tona muitas lembranças. Todas as lembranças.
-Você não suporta, não e? - Dulce queria aproximar-se dele, enlaçá-lo pela cintura e oferecer-lhe tudo o que ele se negava a receber da irmã. Com esforço, manteve-se à distância. - Você não suporta nada disso, não é, Ucker?; Família, lembranças.
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um pai perfeito
Hayran KurguSinopse: Charles precisa de um pai... Alguém para levá-lo à feira cultural. Alguém que não tenha medo de monstros. Alguém que também ame sua mãe e a faça feliz. Mas não será fácil encontrar o pai perfeito. Por isso, Charles fez uma lista... ...e Chr...