Ótimo. - Ele espalmou a mão para inspeção. Jamais confessaria que quando ele e Dan pegaram a Blazer, seu corpo ficara banhado de suor, que praticamente obrigara-se a sentar-se ao volante. E, uma vez sentado, ficou longos minutos imóvel, ofegante e com a cabeça apoiada no rolante.
Dan sugerira que ele deveria praticar por algumas semanas, acompanhado de um terapeuta.
Ucker não suportava a idéia de mais alguém em sua vida. Ainda nem terminara seu tratamento com Dulce. Fechara os olhos, colocara o cinto de segurança e dera a partida. Não fora às mil maravilhas, mas conseguira dirigir. Chegara à casa de Dulce, inteiro e sozinho. De alguma maneira, voltaria para casa. Dulce não imaginava o quanto lhe custara não olhar para o banco do passageiro vazio, para não lembrar-se do acidente e de tudo o que perdera.
Ou, talvez, imaginasse, sim. Seus olhos ainda revelavam preocupação, cuidado. Essas emoções fluíam naturalmente de Dulce como gotas de chuva escorrendo pela vidraça.
¾ Ótimo - ela disse simplesmente. - Isso significa que você está um passo mais próximo.
¾ Mais próximo?
- Da recuperação. De retomar sua carreira, sua vida.
Mas, ele nunca retomaria sua vida. Nunca mais. Nunca sonhara com isso. Tampouco queria.- Vamos. - Ele estendeu-lhe a mão. - Sei que está ávida para começar a sessão de tortura, depois do tanto que já discuti com você hoje. Vamos. Faça-me sofrer, Dulce.
Os olhos dela estavam perigosamente claros quando ela pegou nas mãos dele. Ele a provocara de propósito, só para ver seus olhos faiscarem. Qualquer coisa era melhor do que um olhar preocupado, aborrecido. O olhar que realmente torturava-o por fazê-lo imaginar como seria a vida com uma mulher como Dulce. E, tudo o que não deveria era permitir-se aquele tipo de pensamento.
- É tortura que você quer, Uckermann? - ela perguntou, pegando as mãos deles nas suas. - Você quer tomar iniciativas sem antes consultar sua terapeuta? Pois bem. Mostre-me seus progressos. Hoje, você vai suar e contorcer-se. Você vai mostrar-me o que realmente pode fazer com suas mãos, doutor. Quero rever um pouco do homem que fazia mágicas na sala de cirurgia.
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um pai perfeito
FanfictionSinopse: Charles precisa de um pai... Alguém para levá-lo à feira cultural. Alguém que não tenha medo de monstros. Alguém que também ame sua mãe e a faça feliz. Mas não será fácil encontrar o pai perfeito. Por isso, Charles fez uma lista... ...e Chr...