Por um instante, Dulce colocou-se no lugar de uma paciente sob os cuidados de Christopher. A idéia provocou-lhe um arrepio na espinha. Essa reação deixou-a contrariada. Afinal, perdera a conta dos pacientes do sexo masculino que atendera e a terapia nunca ultrapassara dos limites clínicos. E, no entanto, de repente, lá estava ela com pensamentos perigosos envolvendo Christopher apenas porque ele tinha olhos sedutores e voz aveludada.
Jogou a parafina no container para esquentá-la. Para puxar assunto, disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça.
-Nunca trabalhei com alguém ligado à medicina. É um pouco...
-Irritante? - Ucker interrompeu-a num tom de satisfação.
-O termo é bem adequado - admitiu ela, erguendo a mão num gesto vago no ar. - Olhe, doutor, já atendi altos executivos, membros do clero, muitas pessoas que irradiavam autoridade, e, no entanto, nunca me causaram o menor problema. Um médico, porém, pode tornar-se um grande problema. Somente um de nós dever exercer o comando, porque a fisioterapia é um misto de cuidados e controle. Como uma cirurgia, imagino. Se tentar interferir no meu trabalho, poderá prejudicar-se, causando danos irreparáveis a você mesmo.
Fitando-o, notou um brilho rebelde nos olhos dele.
- E, por favor, não se atreva a afirmar que suas mãos já estão irremediavelmente prejudicadas - ela o avisou com o dedo em riste. - Se você for o médico que todos dizem que é, então, saberá que não é verdade. Desde o início, você se recusou a submeter-se ao tratamento adequado e, tanta teimosia só contribuiu para retardar sua recuperação. Se insistir em ameaçar de alguma forma sua recuperação, eu... bem, quem sabe? Posso perder a cabeça e brigar com você. Nesse caso, ambos estaremos em maus lençóis. Entendeu o problema?
Dulce se exaltara e, de repente, percebeu que estava inclinada sobre ele, que a olhava com as sobrancelhas erguidas.
- É sempre assim tão inflamada em relação ao seu
trabalho, srta. Saviñón? Ou sou eu quem a deixa assim?
Ela abriu a boca, mas, por não saber o que falar, fechou-a rapidamente. Não pretendera ter se exposto tanto diante dele. Mesmo sendo extremamente dedicada ao trabalho, não era dada a discursos apaixonados. Nem ameaçadores. Na verdade, permitira que ele visse que a irritara e isso a embaraçara.
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um pai perfeito
FanfictionSinopse: Charles precisa de um pai... Alguém para levá-lo à feira cultural. Alguém que não tenha medo de monstros. Alguém que também ame sua mãe e a faça feliz. Mas não será fácil encontrar o pai perfeito. Por isso, Charles fez uma lista... ...e Chr...