Ucker saiu e antes de entrar no carro olhou para trás. Dulce estava encostada na soleira da porta, toda olhos, cabelos cor de mel, suavidade. Ela era uma mulher incrivelmente forte, que não permitia que a vida a abatesse, ou que algo a detivesse. Então, por que a aparência de um flor bela e frágil arrancada do galho? Por que a impressão de que precisava de alguém para protegê-la? E por que diabos ele se pegava querendo correr para ela, tomá-la em seus braços, prometendo protegê-la com a própria vida. Prometendo ser seu eterno guardião, mesmo sabendo que ele não era o homem indicado para esse papel?
Dulce fechou a porta. A luz foi apagada. Mas Ucker continuou ali parado, olhando para a casa ainda por muito tempo antes de entrar no carro.
Era noite de lua cheia. Uma noite iluminada, brilhante. Perfeita para um passeio.
Entretanto, Ucker só conseguia visualizar a imagem do menino descansando calmamente entre lençóis estampados com dinossauros. Ainda ouvia a voz preocupada de Ucker.
Ela estava sozinha. Ela era sozinha. Dulce não tinha ninguém para ajudá-la a cuidar do filho doente. Ninguém com quem compartilhar as preocupações. Nem marido.
Ucker estremeceu. Não era fácil admitir, mas, ele fora assim com Joanna. Um marido ausente. Um homem envolvido demais com o trabalho, ocupado demais para parar e oferecer ajuda.
Respirou fundo, resignado. Não podia fazer mais nada com relação à Joanna. Infelizmente, não havia como mudar o passado.
Tampouco poderia ajudar Dulce. Não podia. Era impossível, inimaginável.
Naquele momento, ela só precisava de uma babá de sua absoluta confiança. E, essa era uma questão que somente ela poderia resolver. Ninguém poderia decidir por ela. Ninguém. Muito menos ele, o homem que contestava, que discutia, que a beijara, aproveitando-se de um instante de vulnerabilidade.
Enquanto dirigia, Ucker não podia evitar de lembrar-se de outra criança, de outra mãe ansiosa. Um dia, ele e Joanna haviam levado Amy para a sala de emergência. Amy agarrara-se ao pescoço dele, repetindo desesperadamente "Tenho medo, papai. Tenho medo", enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto pálido.
Claro, não era a mesma coisa. Charles iria para um bem equipado centro infantil e não para uma sala de emergência. Não, não era a mesma coisa. Exceto pelo fato de Charles ser uma criança doente, mais suscetível ao medo do que o normal.
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um pai perfeito
FanfictionSinopse: Charles precisa de um pai... Alguém para levá-lo à feira cultural. Alguém que não tenha medo de monstros. Alguém que também ame sua mãe e a faça feliz. Mas não será fácil encontrar o pai perfeito. Por isso, Charles fez uma lista... ...e Chr...