capítulo 94

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Passaram-se os dias e, contrariando as expectativas, Ucker não conseguia es­quecer Dulce.


Ele voltara a trabalhar no hospital. Via Dulce, com freqüência, sempre à distância. E, em todas as vezes que a via, entrava em pânico.


Lá estava ela de novo, no final do corredor que ele e Dan Anderson entraram. Dulce conversava com Bill Neely, um ortopedista alto e loiro. Provavelmente, con­versavam sobre algum paciente.


Porém, a famigerada lista insistia em dançar diante dos olhos de Ucker. Alto. Cabelos amarelos. Médico.


Talvez, ela estivesse conversando sobre um paciente. Talvez, não. Dulce procurava um homem disposto a construir uma vida com ela e Charles. Ele não poderia culpá-la por estar à procura do Sr. Ideal.


- Ucker? Você está aqui, Ucker?


A voz de Dan Anderson penetrou em seus ouvidos. Franzindo as sobrancelhas, voltou-se para o amigo.


- Desculpe. Perdi alguma coisa?


-Sim, você não ouviu nada do que eu disse... pela décima vez em dois dias. Olhe, Ucker, por que não vai falar com a moça? Está na cara que você está preo­cupado com ela.


-Com Dulce? Que absurdo, Anderson. Dulce é uma ótima pessoa, uma mulher forte, uma profissional ex­celente. Aliás, você mesmo me disse isso quando a mandou para mim.


-Realmente, ela é uma mulher forte, competente, e milhares de outros adjetivos maravilhosos. Mas, se não está preocupado, por que cerra os punhos sempre que algum homem se aproxima dela?


Ucker contraiu os maxilares. Não sabia que era tão transparente.


- Bobagem.


-Bobagem, é? Você fica parecendo um lutador de boxe. E, não me venha com a desculpa do problema nas mãos. Acho que teremos problemas se você não tirar sua bela terapeuta de sua mente e concentrar-se na cirurgia da Sra. Wyndham.

um pai perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora