capítulo 63

89 7 1
                                    


Assim deveria ser o futuro pai de seu filho. O homem com quem ela passaria seus dias e noites. A perspectiva provocou-lhe um arrepio na espinha. A imagem de Ucker surgiu diante dela, fazendo-a lembrar-se do tre­mor que sentira quando ele a tocara, quando a beijara. Ucker era tão alto, tão forte, e quando ele a abraçara, sentira-se protegida, envolvida pela vontade de apro­fundar aquele abraço.


Entretanto, o homem da lista não era Ucker. Não queria que fosse. Tampouco Charles. Seu filho deixara isso bem claro. Certamente, Charles a perdoaria se ela acrescentasse algumas palavras à lista, por sua conta. Porque, naquela noite, ela precisava de algo mais. Precisava sentir-se segura.


Pegando a caneta de novo, ela escreveu: Baixo. Pa­recia ridículo, hilário, mas era algo que solidificava a imagem do homem. Baixo, cabelos pretos e olhos castanhos. Um homem que não tivesse medo de nada, que não fosse médico. Decididamente, esse homem ja­mais poderia ser Christopher Uckermann.


Uma súbita onda de alívio caiu sobre ela. Deixou o papel sobre a mesa, apagou a luz e deitou-se no sofá.


As primeiras luzes da manhã encontraram-na ainda acordada. Passara a noite tentando dormir, tentando visualizar um homem de estatura baixa, cabelos pre­tos, olhos castanhos, que a amasse, que amasse seu filho, que ficasse com eles para sempre. Queria encon­trar esse homem, queria vê-lo em seus sonhos.


Amanhecera e, no entanto, nem o sono, nem o sonho haviam chegado. E o único homem que povoara seus pensamentos naquelas longas horas de insônia tinha olhos verdes, cabelos loiros e... era alto

um pai perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora