Quebrando Barreiras

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EMMA

Três da manha e eu acordo ouvindo um chorinho fino, tenho certeza que é do Arthur. Eu me levantei da cama e fui até o quarto da Ana Cecília.

Minha sogra tinha providenciado um berço para o pequeno, ela comprou algumas coisas ontem, o essencial, mas amanhã vamos ao shopping comprar o resto das coisas.

Olhei para minha filha e ela dormia tranquilamente, fui até o berço do Arthur e ele estava inquieto e chorando, provavelmente sentindo saudades dos braços quentes da mãe, que não pensou um segundo antes de trocar ele por dinheiro.

Eu verifiquei e a fralda estava seca, ele provavelmente está com fome. Peguei ele nos braços e fiz um pequeno carinho. Fui caminhando com ele até meu quarto e me sentei na cama, ele parou de chorar mas começou a sugar a mãozinha com bastante força.

Eu ainda estou produzindo leite, mesmo minha filha não mamando. Quando Cecília completou 10 meses, não quis mamar em mim, agora ela só toma leite direto da mamadeira. Minha dúvida no momento é se eu devo ou não amamentar o Arthur, ele é tão pequeno para dar a mamadeira. Minha sogra até tentou fazer ele mamar na mamadeira, mas ele só mamou um pouquinho.

Aquela vagabunda não pensou nele, ele ainda é pequeno e precisa do Leite materno para crescer forte.

Ele começou a resmungar mais uma vez, e eu pedi aos deuses para fazer ele ficar quieto para a Jenna não acordar.

- Vamos fazer um acordo, pequeno. Eu vou ter amamentar agora, e você fica bem quietinho para não acordar sua mãe, que tal? - Sussurei para ele. - Depois eu te levo ao pediatra, e vamos ver se não tem problema eu te amamentar.

Ele me olhava e parecia que ele estava entendendo tudo que falei. Então eu tirei minha blusa e puxei o sutiã para baixo, ajudei ele a achar o bico do meu seio, quando ele sentiu o sabor do leite, ele começou a sugar forte.

Ele estava com bastante fome, e eu olhando para ele, não consigo imaginar como a Letícia pôde largar o filho dela assim, ele é tão pequeno, tão lindo.

- Sua mãe vai se acostumar com você, pode demorar um pouco, mas vai. - Falei baixinho.

O pequeno continuou mamando, ele já estava com os olhos fechados, e mesmo mamando continuava resmungando baixinho. Chega ser engraçado o jeitinho dele.

- Que barulho é esse? Emma? - Jenna perguntou se sentando na nossa cama.

- Sou eu amor, estou aqui.

- Que barulhinho é esse?

-Eu estou amamentando o Arthur, ele estava com muita fome.

- O que? Por que você está amamentando esse menino? Minha mãe não comprou mamadeira e leite pra ele? - Ela pareceu irritada.

- Comprou amor, mas ele não quis muito. Ele é pequeno e está com fome, eu não posso deixar ele assim.

- Eu não quero saber, esse leite que ele está mamando é da nossa filha.

- Jenna, a Cecília não mama em mim desde os 10 meses. E eu ainda tenho leite, não vou deixar o pequeno com fome, ele é só um bebê e é seu filho. - O Arthur soltou meu seio e começou a chorar.

- Esse menino não é meu filho. Eu só tenho uma filha e ela se chama Ana Cecília.

- Amor, ele não tem culpa das coisas que a Letícia fez, ele não pediu pra acontecer.

- Não sei como você pode querer ficar com esse menino, ele é sinal de uma traição, eu te traí, isso é... Nem sei. - Ela se levantou da cama e pegou o travesseiro dela.

- Onde você está indo?

- Vou dormir no sofá do quarto da nossa filha. - Ela saiu andando devagar.

- Amor, não faz isso. - Eu pedi.

- Não faz você. Eu não quero ele perto de mim, e ele não é meu filho.

Ela nem me deu chances de argumentar nada, saiu do nosso quarto.

Olhei para o Arthur e parece que ele está sentindo a rejeição da Jenna. É como se ele entendesse tudo, o choro dele era desesperador.

- Não chora meu amor, sua mãe vai mudar de ideia, ela só precisa de tempo. Eu vou cuidar de você e da sua irmã, não precisa se preocupar, eu não vou te abandonar como a Letícia fez.- Falei embalando ele nos meus braços.