17

1.5K 160 18
                                    

Arthur

Definitivamente eu não quero mais entrar para o clube de Celibato. Eu estou perdidamente apaixonado, o único problema é a idade.

Marjorie é o nome da mulher por quem estou apaixonado, ela tem 35 anos. Ela é tia de um amigo meu, estamos conversando a quase dois meses. Marjorie é tão inteligente, intelectual, tímida e perfeita, uma grande escritora.

- Arthur, por que está me olhando desse jeito? - Marjorie me encarou.

Eu finalmente criei coragem para chamar ela pra tomar um sorvete.

- Nada, só estou pensando em algumas coisas.

- Você é diferente dos outros garotos da sua idade, todo centrado, e cavalheiro. Suas mães devem ter muito orgulho de você. - Fiquei envergonhado com o elogio.

- Minhas mães são as mulheres mais incríveis que já vi na minha vida, devo tudo a elas. Bom, e agora que te conheço um pouco mais, sei que você é incrível também.

Começamos a andar em direção ao parque, que estava meio vazio.

- Eu li um dos seus livros, e me apaixonei. - Falei meio sem jeito.

- Qual deles?

- Segredo de uma noite de verão.
(Peguei no google, mas tem cara de que é muito bom. Então vão ler cornos)

- Meu primeiro livro de romance. Não sabia que você gostava de ler romances.

- Passei a gostar depois que te conheci.

Paramos em frente a uma árvore e sentamos na grama.

- Então, quer alguma dica sobre livros ou coisa do tipo? Estranhei você me chamar para tomar um sorvete.

- Hã.. é que assim, eu só queria conversar com você. - Como eu iria dizer a ela que estou apaixonado?

- A tudo bem, mas eu acho que você deveria ter saído com seus amigos ou sei lá.

- Você é uma ótima companhia. - Soltei um sorriso.

- Arthur, me fala o que você realmente quer? Quer que eu escreva um poema pra alguma garota, ou algo do tipo?

- Na verdade eu queria recitar um poema que eu fiz. - Ela sorriu e me fez derreter. - É o primeiro que eu faço, nunca mostrei para ninguém.

- Que ótimo, ficarei lisonjeada em ouvir um poema seu.

- Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo.
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo ter nos braços teu corpo delicado,
ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza, ficar na terra e humanamente amar. - Terminei de recitar o poema e meu coração palpitava com tamanho nervoso.

- Nossa... eu.. Uau - Ela ficou meio sem palavras.

Pela primeira vez na minha vida eu tomei atitude e beijei ela. Sim, eu senti os lábios dela precisando nos meus, senti o quão doce e saborosos são.

- Espera, Arthur... eu acho que você se confundiu. - Ela disse com os olhos fechados.

- Eu não me confundi. Eu gosto de você, e não sabia como falar isso, sem você me achar um pateta.

- Arthur, você é um menino de 17 anos e eu sou uma mulher adulta que já viveu muita coisa. O que acha que suas mães fariam se soubessem que você está com uma mulher de 35 anos?

- Eu sei o que é melhor para mim, e minhas mães respeitam minhas escolhas, livre de qualquer julgamento ou preconceito.

- Arthur...

- Por favor, me da uma chancezinha.

- Você é apenas um garoto, quem me garante que você não é como os meninos da sua idade, que fica com várias garotas?

- Você mesma disse que eu sou um garoto diferente. - Rebati.

- Mas, o que as pessoas vão dizer...

- Eu não ligo, só sei que estou completamente apaixonado por você.

- Eu sou velha, Arthur. - Marjorie está colocando dificuldades em tudo.

- Isso não me importa. - Grudei nossas bocas novamente, ela correspondeu o beijo me deixando provar a língua dela.

- Eu não quero problemas, Arthur. Nós podemos até nos envolver, mas se uma das suas mães não permitir nosso envolvimento, eu vou respeitar a decisão delas.

- Isso quer dizer que você vai me dar uma chance?

- É isso. - Ela respondeu sem graça.

Eu abracei a cintura dela, estou muito feliz, como eu nunca estive.

- O pessoal da minha família vai a uma inauguração de uma boate, se quiser me acompanhar... - Falei com medo da resposta dela.

- Balada não é o tipo de coisa que eu curto, e também sua família pode não gostar de me ver com você.

- Se você não gostar eu te levo pra casa, e quanto a minha família, eu já disse que eles são liberais.

- Ta bom, mas não vou ficar muito tempo. - Marjorie é incrível.

- Vou poder te beijar lá? - Eu tenho que saber o que ela quer.

- Não me beija na frente deles não, acho que eu ficarei desconfortável. - Ela fez careta.

- Tudo bem, mas pelo menos vou pegar na sua mão.

- Por que você é assim todo fofinho? - Marjorie perguntou me deixando envergonhado.

- É que eu fui criado no meio de mulheres. E eu gosto de ser respeitoso e fazer com que se sintam bem a vontade.

- Você é um gentleman. - Marjorie abraçou meu pescoço e eu sorri pela forma que ela me chamou.



 - Marjorie abraçou meu pescoço e eu sorri pela forma que ela me chamou

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Pra quem não conhece, essa é a Marjorie. Uma das minhas crushs, perfeita e maravilhosa.

Quebrando Barreiras Onde histórias criam vida. Descubra agora