51

2.5K 260 20
                                    

JENNA

Estou deitada na cama com a Emma abraçada a mim, decidimos que hoje vamos tirar o dia para passear com as crianças.

- Amor, você não acha estranho a Letícia ter ido embora ontem daquele jeito? - Emma falou de repente.

- Não sei, e não estou ligando pra isso.

- Acho que ela não ficou feliz de ouvir o Arthur me chamando de mãe. - A voz da Emma demonstrava o quão preocupada ela está.

- O Arthur reconhece a mãe de verdade, eu e você que cuidamos dele.

- Mas a Letícia é a mãe de sangue, eu sei que ela deve se sentir mal por isso. Eu não perdoou ela por ter feito aquilo com você, mas não vou misturar meu ódio com a vida e o psicológico do Arthur. Ele ainda é criança e pode ficar confuso.

- Você pode ter razão, oque sugere? -Me sentei na cama.

- Depois vou conversar com o Arthur, com jeitinho, vou explicar que ele deve chamar a Letícia de mãe, e não eu.

- Você não vai fazer isso, Emma. Nunca escondemos do Arthur que a Letícia é mãe dele, e se meu filho não gosta de chamar ela de mãe, a culpa não é nossa. Se ele prefere chamar você de mãe, é porque você cuidou dele desde sempre, e ele te ama, não é justo dizer pra ele não chamar você de mãe. Ele ainda é só uma criança. - Desabafei

- Tudo bem, vamos nos arrumar para irmos tomar café e acordar as crianças. - Senti a Emma se levantando da cama.

- Tenho certeza que a Ana Cecília vai dar trabalho para levantar. - Respondi me levantando da cama também.

- Essa menina está ficando terrível, não sei quem ela saiu puxando. - Emma falou e eu soltei uma risada.

- Amor a Cecília é a sua cópia, ela tem um gênio difícil igual ao seu. Sua mãe disse que ela é custosa igual você quando criança.

- Ela se parece comigo só no gênio ruim, porque fisicamente é a sua cara, nem tem como dizerem que não é sua filha.

- Pena que eu não posso enxergar meus filhos e você. - Falei meio triste.

- Vamos parar com esse assunto, e vamos logo para o banho. - Ela me puxou pelo braço e me arrastou até o banheiro.

[...]

- Cecília se você não comer tudo, não vai passear com a gente. - Emma falou em um tom de brincadeira.

- Claro que eu vou. A mamãe Jenna não me deixa para trás, né mamãe?

- Claro meu amor, nunca te deixaria para trás. - Respondi sem pensar.

- Ortega, eu vou te matar. Se ela não comer tudo, você me paga. - Eu já até imagino o meu castigo.

- Come direito moleque fresco, além da mamãe dar comida na sua boca, você ainda suja? - Cecília está de implicância com o Arthur porque a Emma está dando comida para o ele.

O fato é que ela implica com tudo e todos, semana passada ela chamou o Hunter de gazela e Chris de Doutor bonitão. Mas quem mais sofre nas mãos dela é o Arthur que sempre está com ela. Pior que a Cecília nem se importa por ele ser mais novo, ela implica até ele chorar.

- Arthur você é feio, feio, feio, o Arthur é muito feio. - Ouvi ela cantando.

- Cecília por favor, deixa seu irmão comer quieto, depois vocês brincam. - Emma falou tentando não gritar com a Cecília.

- Ele é muito fresco mamãe, vai ser fresco igual ao tio Hunter.

- Filha, é muito feio falar assim das pessoas. Você vai achar legal se alguém da rua chamar seu irmão de fresco? - Emma perguntou.

- Não mamãe, só eu posso chamar ele de feio e fresco. - Eu estava me segurando para não rir.

- Não queria atrapalhar, mas a Letícia está na sala e quer falar com vocês duas. - Ouvi a voz do meu sogro.

- Pai, tem como o senhor e a mamãe cuidar das crianças pra gente? - Emma perguntou.

- Sim filha, a gente cuida deles.

- Hoje não é o dia daquela libertina vir ver meu irmão.

- Filha, com quem você aprendeu isso? - Perguntei incrédula.

- Na escolinha, mamãe.

- Não repita mais aquela palavra, é feio. Agora fica com seus avós, agorinha voltamos. - Falei firme.

- Anão mamãe, o vovô é chato.

As vezes eu acho que essa menina não tem só cinco anos.

Emma pegou no meu braço, e fomos até a sala...


Quebrando Barreiras Onde histórias criam vida. Descubra agora