A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)

Capítulo 8

Uma garota jovem, aparentando ter uns dez anos de idade no máximo, está num quarto enorme e bem iluminado, cheio de decorações e móveis extravagantes, ela está deitada numa cama enorme que parece caber uns três adultos, a cama é alta e luxuosa, possuindo um dossel (nota: armação de madeira forrada ou não com tecido, sendo altas com fins de proteção ou ostentação). Ela aparenta estar dormindo profunda e tranquilamente, mas não é esse o caso, uma serva está ao seu lado enxugando a sua testa, a sua expressão é de aflição, mas ela tenta se controlar e continuar com os seus cuidados.

Serva M - Quando será que o doutor irá chegar? Para a minha sorte o Duque Gilbert não está, a minha cabeça rolaria, ou talvez não? Ainda que ele estivesse, não sei se ele se importaria com a saúde dela. Bem no fim das contas, a culpa por ela estar assim é minha.

Outro servo bate à porta.

Serva M - Finalmente, ele deve ter chegado!

Ela sai apressadamente, segundos depois de alguns segundos a garota acorda num rompante agitada erguendo um dos braços como se tentasse alcançar algo, ela grita. 

Cristiane - Cuidado!! - A sua expressão se torna confusa e assustada -. Cristiane - Cuidado? Quem precisa ter cuidado? - Ela escuta um zumbido e a sua cabeça dói, ela coloca a mão na têmpora, depois de uns segundos ela olha para cima sem compreender a onde está, após se erguer ela olha em volta.

Cristiane - Onde eu estou? - Na sua mente vem a última memória a qual se lembra, uma garota parada no meio da estrada - . Cristiane - Onde ela está? Que lugar é esse? - Ela vai até à beirada da cama com dificuldade, como se o seu corpo estivesse rígido, ela sente dor ao se mexer, com alguma dificuldade ela consegue se levantar, olha em volta confusa e curiosa - . Cristiane - E de quem é esse quarto assustadoramente grande, extravagante e rosa? Espera? - Ela passa a tocar em si mesma - . Cristiane - Eu não tinha morrido? - Ela toca a sua garganta- .Cristiane - Por que a minha voz está tão fina? - Ela ergue as mãos diante do seu rosto - . Cristiane - E por que as minhas mãos estão tão pequenas? Eu devo ter sofrido um acidente e não ter morrido, estou alucinado devido à medicação? Só pode ser isso. - A sua mente volta a garota da sua lembrança - . Cristiane - Espero que aquela garota, Juliana? Esse era o nome, esteja bem, eu tenho quase certeza que consegui empurrá-la, ela deve ter sofrido só alguns arranhões enquanto eu estou em coma.

Após mais alguns passos ela cai, já no chão ela toca as pernas e tudo no quarto parece maior do seu ponto de vista, ela tenta se levantar algumas vezes e depois de algumas tentativas consegue, por fim começa a explorar o quarto.

Cristiane - Até que faz sentido eu sonhar ou alucinar com um lugar assim, eu vivia desenhando cenários assim, aliás, aonde vi um quarto parecido com esse? E a quanto tempo devo estar em coma? Horas? Dias?

Ela vai até a penteadeira e fica de joelhos no assento do banquinho se inclinando em direção ao espelho.

Cristiane - Onde eu vi esse rosto? Não consigo me lembrar... Talvez seja apenas parecido com alguém que eu conheço?

Ela volta a admirar o quarto com mais atenção, se senta no banquinho e volta a encarar o espelho com um sorriso largo.

Cristiane - Até que é uma criança fofa.

Ela aponta para o reflexo.

Cristiane - Com certeza irá se tornar um mulherão, vai arrasar corações.

Ela se levanta e passa a tocar tudo e olhar cada canto.

Cristiane - Parece tudo tão real, nunca tive um sonho tão vívido, ou será que todos os sonhos são assim e temos aquela impressão de névoa só quando acordamos? Independente disso eu vou aproveitar, mas tenho certeza que nunca tive um tão detalhando.

Ela passa a tocar em seus braços e beliscar.

Cristiane - Consigo até sentir, deve ser efeito de um coma prolongado.

Ela nota uma faixa no tornozelo, ela se senta no chão, retira a faixa e revela um corte cicatrizado.

'' Cristiane - Por que isso está enfaixado? Se já está curado? Não consigo entender o significado desse sonho, será que tem algum?''.

Então ela segura a cabeça sentindo uma forte dor, uma lembrança vem a sua mente.

Essa jovem garota estava descendo uma enorme escadaria de uma mansão ao lado de sua serva que segurava uma bandeja com um bule e uma xícara, a garota a chama de lenta e diz que ela tinha pedido para tomar chá em outro lugar e não no seu quarto e agora estava tendo que se deslocar para uma mesa ainda não preparada e também ameaçava a serva dizendo que ela seria chicoteada por ser tão descuidada ao pentear seu cabelo, ela reclama que ainda está sentindo sua cabeça doer de tão forte que Mia o nome ao qual ela acabou de chamar pelo nome, havia puxado a escova, Mia se defende falando que ela tomou todo o cuidado possível e tinha certeza que havia sido delicada. A jovem garota der repente tropeça na barra de seu vestido que até então estava segurando enquanto descia, mas havia soltado por se sentir tonta, ao cair atinge Mia que estava dois degraus abaixo, a lembrança termina.

Cristiane - Por que tive essa lembrança?

Porém ela não tem muito tempo para pensar sobre essas coisas, a porta do quarto abre e a serva segura a porta e um homem entra.

Mia - Como lhe explicava, ela não acorda há quase duas semanas.

Os dois ficam abismados vendo a garota sentada no chão.

Mia - Senhorita Lavínia?!   

'' Cristiane - Lavínia? Mas esse é o nome da vilã da história criada pela Dreamer? Espera! É isso, o rosto me lembra ela, então estou alucinando com uma versão mini da vilã? Mas porquê.''

Doutor - O que é isso? Ela não estava supostamente desacordada? Mia - Ela estava! Por favor, a examine! Doutor - É claro que irei fazer isso, sua estúpida! Agora saia!

Cristiane está fazendo uma expressão enfurecida com a petulância do homem.

Mia sai do quarto calmamente olhando para baixo para esconder seu rosto, o doutor a olha com um grande sorriso e faz um gesto para que ela o acompanhe até a cama.

'' Doutor - Eu não posso perder essa oportunidade, agora que o médico da família Gilbert está fora se eu cuidar bem dessa garota, cairei nas graças do duque e mesmo que ela esteja bem, eu só preciso fingir e exagerar seus sintomas...''