Capítulo 39

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A serva encara os olhos de Cássia que segura sua respiração, o suor se acumulava na nuca graças a um calafrio que insistiam em surgir, era medo de ser descoberta? Não poderia, ela já havia enfrentado batalhões, criaturas assustadoras, passado por treinamentos exaustivos, uma simples serva humana não poderia colocar medo nela, muito menos a possibilidade de ser descoberta, com toda certeza era outra coisa, a mulher analisava cada canto de seu rosto - . Serva 2 - Realmente não me lembro de você... Mas está impecável, é o que importa.

Ela passa para a próxima e depois a próxima, enquanto isso Cássia está sem entender nada, completamente zonza e confusa, é aliviada, mas não por não ter sido descoberta, já que ela não estava sentindo medo algum como bem sabia. A serva líder toma novamente a frente e aponta para cada uma, as indicando para ficarem em um lado diferente do galpão, quando Cássia é selecionada ela apenas obedece ficando mais atrás, por fim se lembra de suas duas companheiras, olha em volta e não as vê em lugar algum, um temor apreensivo surge, então duas garotas de mãos dadas param ao seu lado, todas viradas para frente, a que estava encostada em seu ombro parece calma, quanto a outra está retraída, Cássia não sabe quem não são e não se importa, porém, a ousadia de encostar em seu ombro diante daquela situação é desagradável, por fim a mais calma sussurra.

Serva Estranha - Mais calma? - Cássia não responde, decide ignorar a garota - . Serva Estranha - Quando alguém fala com você é de bom-tom responder, ou vai me dizer que os elfos não aprendem o básico de educação? - Os olhos de Cássia se arregalam, a serva que havia a avaliado não havia mencionado a palavra elfo, Cássia achava que por alguma sorte do destino a mulher não havia percebido suas enormes orelhas características, o que seria algo estranho de se pensar parando para analisar bem, mas aquela jovem mencionou o fato como se não fosse nada de mais - . Cássia - Quem é você? Serva Estranha - Desculpe, não houve tempo para informar o plano, precisei agir rapidamente, mas não imaginei que vocês duas fossem ficar tão abaladas, já esperava isso da galho seco, mas não de você. Cássia - Snel ? Snel - Em fim você compreendeu. Cássia - Se você tinha essa carta na manga, por que não usou antes? Snel - É uma ilusão simples, não dura muito, eu não sabia quanto tempo ficaremos aqui, não dava para arriscar, mas devido à situação tive de improvisar. Cássia - Por quanto tempo vamos ficar parecidas com humanas? Snel - Depende, eu estava bem cansada, tenho certeza que recitei tudo corretamente. Cássia - Quanto tempo? Diga de uma vez. Snel - Eu não sei, normalmente dura dez minutos, mas como eu disse, eu estava cansada, uns 6 minutos talvez. Cássia - Por quanto tempo ainda vamos ter de esperar? Snel - Crio outra distração? Cássia - Melhor não, isso poderia chamar muita atenção para nos.

Cássia percebe de canto de olho que todo o nervosismo de Rassvet ainda perdurava, passa o braço por trás de Snel puxando Rassvet calmante para ficar entre às duas que seguram sua mão, por fim a garota sai do seu transe e olha ao redor, sua respiração por fim se normalizar aos poucos.

Rassvet - Mesmo depois que você mostrou confiar em mim eu não fiz nada para confirmar que você estava certa. Cássia - Não se cobre, até eu fiquei extremamente nervosa, fiquei tão consciente da situação que ela pareceu durar horas na minha mente. Rassvet - Por que você sempre demonstra suas fraquezas para mim? Cássia - Só quero mostrar que qualquer um pode cometer erros, não importa quem seja ou quão experiente for, só não foque demais nisso, não esqueça o que viemos fazer.

A serva líder pigarra em voz alta.

Serva líder - Muito bem! Senhoritas, as selecionadas foram escolhidas, sigam Margarete até a mansão, algumas serão dividas em grupos três para limpar os cômodos, e outras irão servir o Conde, dito isso as que não foram escolhidas me acompanhem.

Cássia respira aliviada.

'' - Muito bem, só preciso ser colocada no grupo que serve, assim saberei a localização do Conde, independente de quem fique comigo, irei me livrar delas e procurar as outras duas. ''

O pequeno grupo de servas seguem a tal Margarete até a entrada dos fundos da mansão, são colocadas em uma fileira lado a lado, Margarete para diante delas que estão juntas e para a sorte de Cássia, Margarete aponta seu dedo as indicando como um grupo, isso faz com que às três respirem aliviadas.

Margarete - Vocês três ficarão encarregadas da sala de reuniões. Cássia - Sala de reuniões? Não iremos servir? Margarete - Não precisamos de tantas servas para essa tarefa, as selecionadas já foram escolhidas.

'' Cássia - Vou ter de improvisar. ''

Cássia - Onde exatamente ela fica? Margarete - Ainda não aprendeu onde ficam as acomodações da mansão? Acho que você não será admitida desse jeito. Cássia - Por acaso fica perto do escritório do conde? Margarete - Nem pense em se aproximar do conde! Cássia - Estou justamente querendo saber para não entrar na sala errada e irritá-lo. Margarete - Nesse caso muito bem, vou explicar com precisão, preste bastante atenção.

Às três já estão no corredor se encaminhando para o escritório do conde.

Snel - Não acredito que foi tão fácil. Cássia - Ficará complicado em breve. Snel - Não é só entrar no escritório? Cássia - Você não estava prestando atenção quando a Margarete estava selecionando as servas, certo? Snel - Admito que estava mais olhando a decoração, nunca vi uma casa tão grande. Cássia - Achei que conhecesse bem o lugar. Snel - Por fora sim. Cássia - A questão é que em alguns minutos algumas servas virão para trazer algo para o Conde comer, precisamos tomar o lugar delas, e por estarmos na mansão vai ser mais difícil de escondê-las, após deixá-las atordoadas. Rassvet - É só deixá-las na sala de reuniões para onde fomos designadas. Snel - Quem diria que alguma coisa inteligente sairia da sua boca.

Elas se posicionam no corredor e fingem limpar enquanto esperam as outras servas, que não demoram a aparecer, sem nenhuma dificuldade elas conseguem nocautear as mulheres e levá-las para a sala de reunião, essa se mostra uma tarefa complicada para Snel, elas as colocam sentadas nas cadeiras como se estivessem descansando.

Snel - Coitadas, quando forem encontradas vão ser demitidas. Rassvet - Que diferença faz o destino da vida dessas humanas? Snel - Impiedosa! Entendi. Rassvet - Os humanos se preocupam assim conosco? Que todos tenham um destino terrível. Snel - Falando assim parece até eles. Cássia - Chega de conversa, o conde está esperando.

Cássia empurra o carrinho e as outras duas levam as bandejas que tiveram de ser limpas ao caírem quando as servas foram incapacitadas. Elas param diante da porta e batem, recebem a permissão para entrar e Rassvet abre a porta para que o carrinho entre empurrado por Cássia seguida de Snel que fecha a porta, o Conde está de pé, de costas olhando para a janela admirando o entardecer, Cássia se aproxima coloca a xícara na mesa e serve o chá adicionando um pouco de mel, retire a bandeja com os doces e os posiciona ao lado da xícara.

Conde Dragut - Você é muito habilidosa... Cássia - Obrigada senhor. Conde Dragut - ... Para quem não tem experiência servindo. As três paralisam, Cássia olha para a faca de prata no carrinho usada para passar geleia na torrada e estende seu braço para alcançá-la, Snel percebe e parece não aprovar a situação, Rassvet segura a bandeja contra o próprio corpo e um nó surge em sua garganta. - Conde Dragut - Não precisam ficar tão apreensivas, e senhorita... - O Conde se volta para elas e se senta em sua cadeira diante de sua mesa, Cássia está diante dele segurando com bastante força a faca a erguendo na direção do conde. - Conde Dragut - ... Ou deveria dizer senhora? Não precisa dessa faca, acredito que não foi para isso que veio até aqui. - O Conde está calmo olhando para Cássia que aponta a faca para seu pescoço - .

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora