Capítulo 10

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Mia está sentada em uma carroça tomando uma carona, vindo de uma pequena cidade aos pés de um morro onde fica a mansão onde serve, esta cidade faz parte do território central do ducado, ela está triste e cansada pensando nas ordens absurdas que recebe da jovem dama que serve dia após dia e pensando nos absurdos futuros (Ela se lembra de limpar o chão com uma pequena escova usada para esfregar cavalos enquanto a senhorita ri e depois suja o chão de propósito, da senhorita colocando insetos nas coisas de Mia e rir de sua cara, dela colocar fogo nas poucas roupas boas de Mia, de usá-la como montaria, de quebrar vasos e botar a culpa em Mia etc...), ela desce da carroça se despede e passa a subir o resto do trajeto sozinha, irritada pensando no que sofre nas mãos de sua senhorita acaba jogando com força as sacolas com os vestidos que foi buscar para a megerinha.

Mia - Eu não aguento mais !!! Já sei, eu vou beber veneno!!!

Ela começa a rir como uma louca desvairada, e puxar seus cabelos, até que uma mulher encoberta por uma capa surge atrás dela.

Cartomante- Não é pra tanto minha jovem.

Mia pula de susto caindo sentada no chão, a voz da mulher é rouca como de uma idosa.

Mia - Quem é você?! E você me viu agora a pouco? Não conta pra ninguém que eu larguei as sacolas!!! Cartomante - Não se preocupe, eu jamais faria algo assim, eu sou uma vidente, eu posso te ajudar se você me contar o que a aflige. Mia - Eu não acredito nessas coisas, e eu sei que você não vai fazer isso de graça. Cartomante - Você é muito esperta, a consulta é de graça a solução que custará um pouco. Mia - Então não, obrigada. Cartomante - Tem certeza, você parece bem desesperada, quer continuar sofrendo assim pro resto da vida? Ou prefere arriscar uma solução, ainda que seja uma farsa? Que mal pode fazer, só irá perder uns trocados no pior dos casos. Mia - Acho que você tem razão, eu vou te contar.... Ainda que se de fato fosse uma vidente, você já deveria saber sem eu precisar explicar nada. Cartomante - Não questione o meu método.

Alguns minutos depois.

Cartomante - Eu entendo qual o seu problema, eu tenho uma poção que pode tornar qualquer pessoa mais gentil, basta algumas gotas. Mia - Eu duvido que isso funcione.

Mia se levanta, se limpa, pega as sacolas e com passos firmes vai embora.

Mia - Adeus! Cartomante - Quando precisar de mim, estarei no fim dessa estrada.

Mia volta para a mansão e quando encontra a senhorita Lavínia, esta percebe as roupas amassadas e faz uma expressão assustadora.

Lavínia - O que fez com meus preciosos e novos vestidos, vou te fazer sofrer pelo resto do dia...

As lágrimas de Mia já começam a verte. Momentos depois ela está colocando suas economias diante da cartomante e pegando a poção.

Cartomante - Você não irá se arrepender... Mia - Eu espero.

A noite Mia está servindo o chá da senhorita.

Lavínia - Mais rápido sua lesma.

Mia retira o frasco que estava escondido em suas roupas, e despeja algumas gotas da poção .

Lavínia - Que demora! Uma tartaruga seria mais rápida!

Ela coloca mais algumas gotas.

'' Mia - Um pouco a mais não deve fazer mal''

E por fim, serve Lavínia.

Lavínia - Seu único talento é fazer chá, mas nem isso você conseguiu hoje, está com um gosto ácido e amargo.

No mesmo dia do acidente da escadaria, Mia estava inquieta enquanto tomava conta da senhorita Lavínia que dormia profundamente, sua respiração era fraca.

Mia - Quando o duque irá mandar uma resposta, ou o médico? Devo desistir e tentar outra coisa? Não conheço a região muito bem, preciso de ajuda.

Ela estava saindo do quarto, retira a poção do bolso.

Mia - Tudo culpa sua... Não! Tudo culpa daquela mulher! Ela precisa resolver essa situação.

Mia procura pela mulher no mesmo lugar de antes, mas não a encontra, no dia seguinte procurar em outros lugares, nos povoados do ducado, e em um acesso de raiva joga a poção em um beco escuro, ela dá a descrição da mulher, mas não encontra nada, quando voltava passa pelo beco e sente um cheiro horrível, ao entrar, encontra gatos e ratos mortos, ela fica assustada, um deles tinha restos da poção no focinho, ela corre de volta à mansão e se joga na beirada da cama segurando as cobertas da senhorita e apoiando a cabeça na beirada da cama de joelhos, se derramando em lágrimas e soluçando.

Mia - Isso não pode acontecer! Por favor não se vá, eu cometi um erro! O pior dos piores e se você morrer eu nunca vou conseguir me perdoar, eu não me importo de ser maltratada, eu sempre entendi o porque da senhorita ser assim, estando sozinha nessa casa onde ninguém se importa com a senhorita, eu tentava me importar, eu não ligava para o que a senhorita fazia ou achava que não, mas agora eu de fato não ligo, eu só quero que você acorde.

Ela se levanta, enxuga suas lágrimas, beija a testa da senhorita.

Mia - Eu não vou desistir!

Ela corre e sai do quarto determinada, descobrindo através de um servo a existência de um médico relativamente competente em um dos povoados do ducado.

Agora Mia estava aos pés de Cristiane terminado de contar como tudo aconteceu, Cristiane fica um pouco tonta, ela cambaleia e se apoia na cama.

Mia - Senhorita! - Mia se aproxima erguendo seus braços na direção de Cristiane - . Cristiane - Se afaste! - Grita ela em um rompante que ela mesma se assusta, Mia fica assustada e para der repente, Cristiane olha para baixo escondendo seu rosto enquanto Mia sorri forçadamente. Mia - Entendido senhorita, eu devo tê-la assustado. Cristiane - Me deixe sozinha pois preciso pensar. - Mia se curva e sai. - Já sozinha no quarto - . Cristiane - As coisas neste sonhos estão ficando cada vez mais complicadas... Sonho? É um sonho, não é? Tende de ser... Ou o que, a verdadeira Lavínia morreu e eu assumi seu corpo? Não! Mil vezes não! Algo assim não é possível! Mas que droga está acontecendo?! - Tomada pela raiva ela bate com força o braço na coma.

Suas pernas fraquejam e quando ela cai sua mão bate na bancada ao lado da cama, derrubando a jarra de água e a quebrando, cortando a mão de no processo, Cristiane pressiona a mão por causa da dor, der repente sua expressão muda para de assustada ao avistar todo aquele sangue, Mia corre entrando no quarto e usando suas roupas para parar o sangramento, Cristiane estava em estado catatônico, Mia grita por ajuda enquanto Cristiane ergue sua cabeça olhando Mia nos olhos que fica sem entender o porquê daquela expressão apavorada enquanto lágrimas escorrem pelo rosto de Cristiane, ela ergue uma das mãos pressionando seu rosto em uma tentativa de consolá-la.

Cristiane - Não é um sonho? Não é?

Mia fica confusa, sem saber o que responder, só sente que a garota a sua frente precisa dela, então encosta sua testa na cabeça de Mia, enquanto usa sua mão para acariciá-la.

Mia - Tudo ficará bem, senhorita, eu prometo. 

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora