A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)

Capítulo 14

Na mansão principal dos Gilberts uma jovem usando um vestido delicado de cabelos cor de mel em um tom mais claro, aparentando ter seus doze anos está junto de um garoto mais novo usando um terninho cinza, seus cabelos são quase da mesma cor da garota com a diferença que é mais escuro sentado diante dela em uma mesinha de chá vazia, ao lado dos dois de pé a uma serva de orelhas pontiagudas e seu cabelo é curto e amarelo como as pétalas de um girassol, o garoto parece mais contido e a garota parece serena, ambos possuem livros, a garota folheia o seu enquanto o menino o tem em seu colo fechado com uma das páginas marcadas, um pouco mais atrás guardando a porta, outra serva com suas roupas de empregada justas em seu corpo alto, forte e cheio de cicatrizes e de um olhar sério, a serva élfica é mais delicada e de postura elegante.

No corredor diante da porta dessa sala, uma serva alta de cabelos escuros, bate a porta que se abre, ela entra empurrando um carrinho com xícaras de chá, um bule, bolos e doces variados, ela coloca as xícaras na mesinha e serve o chá, a serva élfica que a olhava desconfiada desde que entrou assim como a serva forte, faz sinal para ela deixar o carrinho próximo à mesinha que ela se encarrega de servir, a serva de cabelos pretos não diz nada e apenas faz um gesto com a cabeça de positivo, se curva antes de sair, porém, a serva élfica decide para-lá colocando a mão em seu ombro.

Uriana -Espere! Eu nunca a vi nessa mansão! Onde está Magda? Ela é quem deveria fazer esta tarefa. Selene - Me chamo Selene, fui admitida recentemente, eu trabalhava no anexo, mas fui transferida, Magda foi Chamada por Gerda a empregada chefe. - Ao escutar isso a expressão de Cecília a garota na mesinha de chá oscila por um segundo se tornando inquieta, olhando para essa serva Selene que fita sorridente Uriana a serva élfica, mas voltasse para o seu livro novamente, enquanto isso Lean o garoto parece sorrir um pouco olhando para Selene - . Uriana - Não fui informada sobre isso, falarei com Gerda mais tarde sobre isso. Selene - Como desejar, agora se me permite acredito que seja melhor me retirar para dar privacidade aos jovens mestres. - Ela se curva novamente e sai, segundos após a porta ser fechada, a empregada forte fala em fim - . Bereta - Isso foi descuidado, mandar uma novata para junto dos jovens mestres. Uriana - Eu irei averiguar isso, não se preocupe e não permitirei que algo semelhante se repita.

Selene fica do lado de fora ao lado da porta, Bereta percebe sua presença e abre a porta perguntando o que ela está fazendo e Selene apenas responde que acha que deveria esperar por possíveis novas ordens, Bereta a olha seriamente por alguns segundos e por fim assente, fecha a porta e volta para a sua posição de guarda.

'' Bereta - Se ela estiver por perto ficará mais fácil ficar de olho. ''

Os dois jovens são servidos quanto aos doces. Selene se inclina próxima à porta para escutar tudo o que pode vindo da sala de chá. - '' Bereta - Garota insolente, mas tipos como ela são comuns, eu irei à ala das empregadas corrigir esse seu comportamento, pode esperar garota. '' - . O silêncio é finalmente quebrado por Lean.

Lean - Você acha que a mamãe e o papai irão demorar a voltar? Cecília - Quem sabe? Eles sempre estão ocupados, seja na capital ou nas terras do ducado, mas sinceramente você os quer de volta? Lean - Você não? Cecília - Eu os amo, e sei que eles nos amam, mas o ar fica tão pesado com eles aqui, me sinto como uma boneca, mas agora pela primeira vez em dias não me sinto tensa. Lean - Você acha que o Yvan gosta da gente? Cecília - Eu não sei, eu realmente não sei, mas Lean, eu gosto de você, a mãe e principalmente o papai, não é o suficiente? - Ao dizer isso Cecília oscila um pouco sua voz, Lean não percebe, mas as empregadas sim - . Lean - E a Lavínia? - O rosto de Cecília que até então estava sereno, muda, ela franze o cenho e sua voz suave muda - . Cecília - Não precisamos falar sobre ela! Lean - Por que não? Ela é nossa irmã! - Cecília vai ficando cada vez mais irritada e sua voz se alterando - . Cecília - Ela é perigosa! - '' Selene - Perigosa? Não posso discordar dessa afirmação... '' - . Cecília - Esqueça que ela existe!. Lean - Você não acha que ela se sente sozinha naquele lugar?. Cecília - Ela não sente nada! Vamos parar de falar sobre ela.

'' Selene - As coisas são piores que eu pensava, essa será uma missão difícil.''

Cecília arfa, Lean se retrai mais ainda e para de falar sobre qualquer coisa, sua expressão fica um pouco triste, Cecília percebe e se sente culpada, mas volta a folhear seu livro ignorando, ela sabe que não está errada, ela já sentiu essa vontade de se aproximar de seus outros irmãos, principalmente Lavínia, ela sempre quis ser confidente de sua irmã, porém todas às vezes que tentou demonstrar o mínimo de afeto ou interesse foi traída, ridicularizada e maltratada, ela não quer isso para Lean.

'' Selene - Tenho uma ideia do quadro geral, agora preciso decidir o que fazer a seguir... ''

Bereta abre a porta bruscamente e Selene cai para dentro do quarto ficando de quatro diante dela que está irritada enquanto Selene apenas fica sem graça, todos os outros ficam surpresos e tomam um susto.

Uriana - Sua insolente! - Uriana grita tão alto que todos voltam sua atenção para ela - . Uriana - Escutando atrás da porta?! Berata! Pegue-a!!! - Quando Bereta se vira para Selene, esta já não está mais caída no chão, Bereta olha em volta desesperada, mas Selene não se encontrava em lugar algum - . Uriana - Use sua habilidade! Bereta - Já estou usando! Não consigo senti-la!

Selene que já está distante segurando a barra do uniforme enquanto corre.

'' Selene - Essa segunda ferramenta é incrível. ''

Um colar cintila saltando de seu pescoço com o movimento brusco através das roupas de Selene.

Uriana - Como assim? Isso é impossível... Não tenho escolha, fique aqui, cuido dos jovens mestres, eu irei rastreá-la, minha habilidade é mais refinada! Bereta - Como ordenar!

Uriana sai correndo de dentro do quarto como o vento, enquanto isso os jovens, Cecília e Lean estão acuados no canto do quarto, os dois correram e ficaram abraçados devido à forma que suas servas agiram perante a estranha.

Lean - Por que elas estão assim? Cecília - Não deve ser nada além de um mal-entendido, você sabe como essas duas exageram. - Lean parece ficar mais calmo - . Lean - Tem razão, espera que essa serva Selene seja perdoada e fique bem.

Selene já está em outro corredor quase virando para entrar no próximo andando tranquilamente, quando do outro lado antes dela virar Uriana surge correndo, Selene se vira para ela e sua expressão é zombeteira. - '' Selene - Ela é extraordinária, já conseguiu me encontrar mesmo com o colar?'' - . O que deixa Uriana mais irritada, Uriana percebe um acessório brilhante no pulso de Selene que antes estava escondido pela manga de sua roupa.

Uriana - O que é isso? Espere! Além de bisbilhoteira você é uma ladra?!

Selene acena para ela e vira no corredor seguinte, Uriana lança uma magia de vento em seus pés o que a lança em linha reta cortando o ar enquanto corre, quando ela vira para o mesmo corredor não encontra nada além de outra serva mais baixa e jovem que limpava um vaso, Uriana toca bruscamente o braço da jovem a puxando para junto de si extremamente nervosa e irritada.

Uriana - Você viu uma outra criada passar por aqui? L - Aiaiaia! Eu não vi ninguém! Estava apenas limpando! A senhora precisa de ajuda?

'' L - Por que todos gostam de me puxar bruscamente?"

'' Uriana - O que eu faço? Tem muitos quartos nessa mansão e ela pode estar em qualquer um, ou pode te já ter fugido, eu senti traços de mana vindo dela e já os decorei, não posso alertar a segurança ou a responsabilidade irá cair nas costas de Gerda ou no capitão da guarda, o duque não costuma ser gentil nem com seus servos mais leais... Droga! Só me resta tentar rastrear aquela mana enquanto eu me lembrar dela. ''

Uriana - Não preciso de nenhuma ajuda! Continue o seu trabalho.

Quando Uriana se vai e a jovem está sozinha, sua expressão de dor vai mudando enquanto ela esfrega o braço e por fim muda para o tédio.

L - Acho que não vou mais poder usar aquele rosto...