Capítulo 40

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No galpão nos fundos da mansão, uma das servas que fica para limpar do lado de fora da mansão está organizando o lugar, tentando arrumá-lo, quando um ruído parecido com um craquelar surge ao fundo do galpão, ela não percebe inicialmente, porém o ruído se repete e desta vez chama a sua atenção que se volta para a direção de onde vem o barulho, após se aproximar um pouco, nada se escuta, ela se vira para voltar para os seus afazeres e novamente o ruído só que mais perceptível desta vez, suas pernas tremem de medo, porém sua curiosidade é maior, e com passos cuidadosos ela se aproxima, ela pigarra alto perguntando se tem alguém naquele lugar, não obtendo resposta ela se aproxima mais um pouco e dessa vez ela escuta um gemido fraco, ela percebe que o barulho vem da parte de trás de alguns caixotes, ao olhar com cuidado ele encontra sacas vazias sobre um monte de feno espalhado, o medo vai tomando conta, ela ergue seu braço na direção de uma das sacas, até que outro gemido alto vindo debaixo de um deles que se meche, ela cai para trás com o susto, desta vez ela se deixa tomar pelo pavor se ergue e sai correndo daquele lugar, tropeçando e levantando algumas vezes, debaixo da saca surge uma das mulheres que foi nocauteada antes, colocando a mão na parte de trás de sua cabeça, pois uma dor forte e latejante insiste em ficar a deixando incomodada e um pouco tonta. Ela esfrega os olhos tentando se recordar de como chegou ali, ela pisca algumas vezes até que o lugar toma ao seu redor toma forma, olhando para trás ela encontra mais duas sacas como a que estava em cima dela, se levantando com dificuldade e cambaleando ela vai até elas, e as retira, encontrando suas companheiras ainda desacordadas, ela então se recorda de entrar no galpão e vir para a parte de trás até que figuras disformes surgiram do teto e o resto é um branco total.

Serva - Espera? O que eram aquelas coisas? Eu fui? Eu, fui? Atacada? Espere! Eu fui atacada! Eu preciso informar isso para a empregada chefe imediatamente.

O conde Dragut termina o seu chá, Cássia ainda está de pé diante de sua mesa erguendo sua faca para ele que não parece em nada assustado.

Conde - Você deve ser a tal ''Isobel'', presumo, uma das suas companheiras deve ser sua ''filha'', Joseline, correto? Cássia - Como sabe de tudo isso? Conde - Como exatamente você planejava me convencer de alguma coisa entrando na minha casa desta forma? Já aviso que o uso da força seria ineficiente, eu sou uma pessoa muito orgulhosa, a teimosia corre no meu sangue. Cássia - Não respondeu minha pergunta. Conde - A senhorita está empunhando uma faca contra mim, então ninguém aqui está satisfeito, agora gostaria de se sentar? Ou prefere continuar de pé para prosseguirmos com a nossa ''negociação''. - Cássia larga a faca em cima do carrinho, puxa uma das cadeiras diante da mesa do conde e se senta, ela olha para trás e com um gesto de sua cabeça Snel vai até Rassvet segura sua mão e as duas vão se sentar em um pequeno sofá lateral diante de alguns documentos no canto da sala - . Cássia - Vai me responder agora? Conde - Por que não me conta antes o motivo da sua visita? Cássia - Pois bem, apenas quero que me permita levar alguns moradores de Tussen de volta para as suas terras natais. Conde - Respondendo a sua pergunta de antes, o capitão Estevan me mandou uma carta informando sobre você, Elias ficou de olho, quando ele supostamente saiu e Tussen continuou a observar, a senhorita deve ter ficado descuidada por não percebê-lo, ou posso dar os créditos as habilidades dele, mas deve ser encantadora para Petras confiar tão rapidamente em você. Cássia - Descuidada? Eu pareço do tipo que toma algum tipo de cuidado? Conde - Antes de continuarmos, poderia por favor desfazer essa magia de ilusão? Eu gostaria de olhar nos verdadeiros olhos de quem está diante de mim, vendo essa magia, acredito que Snel tenha lhe acompanhado até aqui.

'' Snel - O conde é bem sagaz como sempre, eu refiz essa magia duas vezes desde que entramos na mansão ''.

Snel faz um gesto com as mãos mesmo antes de Cássia dar qualquer consentimento e a magia é desfeita, Cássia fica surpresa não só pela percepção do conde, mas por Snel acatar tão rapidamente a ordem do Conde.

Conde - Você parece surpresa, não sabia que eu conhecia uma de suas companheiras? É verdade que nunca pude recebê-la apropriadamente em minha casa ou qualquer dos companheiros dela, mas ainda assim, já havia me encontrado, ou isso não tinha passado pela sua cabeça. Cássia - Imaginei que Petras o conhecia, principalmente para me aconselhar encontrá-lo, mas não sabia que conhecia tantos feéricos. Conde - Você deve realmente possuir algum dom para conseguir isso dele. Cássia - Se sabia que eu vinha eu gostaria de ter tido uma recepção melhor, ou pelo menos ter um pouco mais de facilidade, me esgueirar assim não parece lá muito apropriado. Conde - Infelizmente isso não é possível, todas às vezes que me encontrei com qualquer feérico tive de fazer de forma discreta. Cássia - Pelo que me parece, o senhor parece ser do tipo favorável à nossa causa, então não consigo imaginar o porque precisaria recorrer a algo assim. Conde - Acredito que sabe da existência dos remanescentes dos planos do Marquês Elijah Kretin, não podemos dar nenhum tipo de brecha, esse é um dos motivos para mudarmos a localização de Tussen, mas você irá entender assim que eu der mais detalhes. Cássia - Se está ciente de tantas coisas e é tão precavido, não deve ser difícil de entender como me sinto e por que vim fazer esse pedido. Conde - Antes disso, Snel você poderia marcar um encontro comigo e Petras? Diga que desta vez é na região catorze, ele entenderá, peça para que ele me espere. - Snel se levanta e se prostra - . Snel - Como desejar Conde.

Ela vai até à janela, abre e salta sumindo em alta velocidade deixando para trás uma imagem de si mesma como um rastro turvo.

'' Cássia - Ela estava mesmo se segurando ''.

Cássia - Ela parece respeitá-lo, nem parecia a mesma garota que estava me acompanhando até aqui. Conde - Você deve entender bem o que é esse sentimento, tendo em vista que a tantas pessoas a respeitam. Cássia - Do que está falando? Conde - Vamos parar com esse teatro agora que ela saiu, como prefere ser chamada? Baronesa? Baronesa Cássia? Comandante? 

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora