A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)

Capítulo 51

Germano perde a compostura e vocifera, ao ponto de gotas de saliva serem visivelmente espalhadas pelo ar.

Germano - COMO ASSIM A MINHA COMIDA É SEM GRAÇA? PIRRALHA ESTÚPIDA! - Ele praticamente rosnava enquanto falava, Lavínia, por outro lado, se mantém passiva, Natali parece acuada pela alteração do homem, ela aperta as pontas de seus dedos inquietamente como forma de tentar manter a calma, Salomé está tão calma quanto sua Senhorita, Lorna também aparenta um leve nervosismo, seu corpo está rígido - . Germano - COM QUEM PENSA QUE ESTÁ FALANDO?! Eu já fui um chef renomado! - '' Salomé - Não me lembro de ter ouvido falar sobre ele '' - . Lavínia - E você? Sabe com quem está falando? E da forma que está agindo? - Lavínia o responde com um tom normal, mas um olhar cortante. '' Lavínia - Ele é mais orgulhoso do que imaginei '' - . Germano - Sei exatamente com quem estou falando! Com a vergonha dos Gilbert's! Salomé - Já chega! Lavínia - Acalme-se, não precisamos nos exaltar... - Ela fala olhando para Salomé - . Lavínia - Você parece ter queixas, senhor Germano, em vez de gritar porque não me explica com calma o porquê de sua reação? Germano - Espera mesmo que eu aceite essa serva inexperiente em minha cozinha? Ela nem deve saber a diferença entre as facas! - Com extrema dificuldade e quase engolindo as palavras, Natali busca forças para falar - . Natali - Na, na ver-DA-da-da-DE, eu já, já tra-baLHEI-em- uma co-O-o-zi-zi-ziNHA, por, por Um-tEMpo. Lavínia - Nesse caso não existem motivos para a sua recusa. Germano - Essa mulher não irá entrar em minha cozinha! Lavínia - Devo lembrá-lo que se trata da minha cozinha. Germano - Sua? Não quer dizer da Baronesa? - Germano fala com desdém, Lavínia ignora o comentário - . Lavínia - Eu já decidi o que faremos, Natali, faça um prato, e vamos experimentar, se ela se mostrar apta, você terá de admitir que ela é capaz e terá de aceitá-la. Germano - Eu tenho minhas dúvidas se ela saberá preparar até algo simples, mas veremos.

Já na cozinha, Lavínia olha ao redor, Natali está de pé diante da bancada, suas mãos tremem, o suor escorre por sua nuca, mas ela está esperando as ordens da senhorita, mesmo com medo, algo impele a continuar, mesmo que suas pernas queiram tirá-la dali, para o mais longe possível, Lavínia percebe os sinais demonstrados por Natali, o olhar de Lavínia é quase clínico.

'' Lavínia - Será possível? Estou imaginando coisas? ''

Lavínia - Natali, prepare algo simples com os ingredientes existentes na cozinha, faça o mesmo Germano, mostre do que é capaz, iremos provar e decidir a partir do sabor. Natali - Si-sim, seeen-NHo-rita Gilbert - Natali para, respira, e fala de uma só vez - . Natali - Não irei desperdiçar essa chance! Germano está ao lado de Natali, enquanto Natali encara o nada à sua frente, tentando manter o corpo firme, seus punhos estão cerrados - . Germano - Aproveite o quanto pode, essa será a única vez que irá tocar nesses utensílios, eu irei demonstrar as verdadeiras características de uma refeição de qualidade.

Diante de um espaço pequeno no canto reservado de uma bancada da cozinha Natali está de pé analisando os ingredientes, seu rosto está gotejando e escorrendo e suas mãos tremendo, ela fecha os olhos com força tentando mandar o nervosismo para longe, ao lado dela e outra bancada, um pouco mais distante Germano observa a cena de canto de olho com um sorriso aberto, sentindo que esta situação ridícula iria chegar ao fim, mesmo que ele ficasse parado.

'' Natali - Vamos! Eu preciso fazer o que a mamãe me ensinou para me acalmar... - Ela cruza os braços tocando a ponta dos dedos em suas costelas, começa a inspirar de forma ritmada novamente, segurar o ar, expira de olhos fechados, o faz no ritmo das batidas de seus dedos contra seu corpo - . Vamos de uma vez! Eu queria tanto uma oportunidade e quando uma surge, vou estragar tudo? Eu não posso aceitar isso! Um prato, só preciso de um... Vai ser fácil, eu consigo, eu consigo... Eu só preciso me concentrar parte por parte. ''