Capítulo 26

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Cinco anos atrás, o duque estava em meio a uma região que havia sido um campo de batalha a alguns dias, ele estava em sua tenda escrevendo cartas para enviar ao imperador sobre o sucesso no controle da rebelião, quando por fim termina um de seus homens de confiança ainda trajado em sua armadura de cavaleiro entra.

Willian - Está tudo pronto senhor, conseguimos capturar até o último dos remanescentes. Noah - Eu não consigo compreendê-los, por que continuar com essas rebeliões, a guerra já acabou, os territórios foram conquistados, que diferença faz para esses plebeus quem está no controle das terras? Willian - Bem senhor, é difícil desistir da própria casa. Noah - Está do lado deles Willian? Eu poderia interpretar esse comentário como traição. Willian - Não é isso senhor, apenas consigo entender suas motivações. Willian - Não fale sobre sua empatia em voz alta novamente, a pessoa errada poderia escutar e sua cabeça não ficaria por muito tempo sobre seus ombros.

O duque se levanta de sua cadeira, coloca o seu enorme casaco, pega seu cachimbo, e os dois partem até o final da colina onde a tenda se encontrava, a região é coberta por inúmeras árvores não possuindo descampados, a algumas regiões com poucas árvores e outras que foram derrubadas recentemente pelos cavaleiros para a montagem de suas tendas.

Noah - Bem, vamos ver esses arruaceiros de perto.

Eles andam em meio a inúmeros soldados, alguns apostos, alguns descansam, há enfermarias ao ar livre preparadas, há pessoas sentadas no gramado com as mãos e pés acorrentados, todas usam roupas simples, alguns trajando armaduras de couro que mal protegem alguma coisa, eles foram colocados em pequenos grupos separados vigiados por soldados, estão sujos e feridos, ao longe enormes fogueiras queimam corpos de pessoas mortas, algumas das pessoas amarradas choram, outros parecem furiosos e alguns têm um olhar perdido, eles foram obrigados a ficarem com seus rostos voltados para baixo, há crianças também, mas foram separadas dos adultos, elas também estão acorrentadas por seus pés e mãos, a maioria chora por seus pais, mas há aqueles com um olhar perdido, traumatizados pelas mortes, alguns olham para as pilhas sendo queimadas, indicando que talvez seus entes queridos estejam naquele meio.

Willian - O senhor consegue acreditar que esse pequeno vilarejo deu tanto trabalho ao ponto de precisarmos de tantos soldados? Noah - Foi como você disse Willian, eles estavam motivados, e veja os seus rostos, suas expressões são furiosas, ainda que derrotados, eles não desistiram, fora a nossa desvantagem no terreno, com tantas árvores, não conseguimos mover grandes destacamentos, enquanto eles conheciam a região. Willian - O que faremos? Quero dizer, qual será a punição que receberão? Noah - Normalmente a maioria, se não todos seriam executados. Willian - Normalmente senhor? Noah - O imperador quer fazer diferente, a maioria desses homens são camponeses, ainda assim lutaram muito bem, e apesar da péssima qualidade da maioria das armas, algumas eram muito boas, sabe o por que Willian? Sabe como? Willian - Eles receberam ajuda! Noah - Mas duvido que irão entregar quem os ajudou, para terem resistido tanto, lutado tanto, só conseguimos descobrir onde as armas estavam escondidas por termos um mago conosco, mesmo após capturamos alguns e os torturado até a morte, eles não entregaram informação nenhuma, matá-los não nos dará resposta. Willian - Eles irão para as minas de magicita? Willian - Também, alguns irão se permitido continuar a viver na região, afinal de contas não podemos dispor mão de obra para cuidar dessa região ou fazer os reparos, as ervas cultivadas nessa região são especialmente boas na fabricação de medicamentos não dá para desistir dessa região. Willian - E quanto aos líderes e suas famílias? - Willian diz isso olhando para uma direção onde estão as jaulas com algumas poucas pessoas amordaçadas e amarradas - . Noah - Quanto a eles, eles são perigosos demais para ficarem soltos, o imperador me disse para deixar a decisão por minha conta, estou pensando nas possibilidades e talvez eu tenha uma ideia. Willian - Por isso mandou chamá-lo? Noah - Ele tem idade o suficiente para presenciar esse tipo de coisa, e nada melhor para testá-lo do que isso.

Uma cavaleira forte com cicatrizes antigas e algumas faixas em algumas partes do corpo se aproxima arrastando uma pessoa com um saco na cabeça, aparentemente uma jovem com as mãos amarradas nas costas, ela está suja e cheia de ferimentos pelo corpo.

Willian - Você deveria estar descansando e não patrulhando Bereta, o que seu pai vai dizer quando descobrir? Vai achar que o duque está te explorando, mas o que é isso? Bereta - Eu a encontrei tentando libertar alguns prisioneiros. Noah - Então parece que o seu trabalho não havia terminado Willian. Willian - Eu tenho certeza que fiz a contagem correta do número de moradores listados. Noah - Deve ser alguém de fora da vila que estava ajudando. Willian - Provavelmente alguém que tenha ligação com os mandantes misteriosos, ou apenas outras vilas próximas que se juntaram. Bereta - Mas isso não faria sentido senhor, deveríamos ter encontrado mais gente se fosse esse o caso. Noah - Pode ser só alguém ligado aos moradores. Bereta - Talvez isso ajude a elucidar.

Bereta retira o capuz da jovem revelando seus cabelos amarelos e orelhas pontudas.

Willian - Isso explica muita coisa. Noah - Não vamos tirar conclusões precipitadas, se Argos estivesse por trás disso, seus equipamentos seriam melhores, e teriam muito mais reforços. Bereta - Talvez só não quisessem chamar atenção senhor. Noah - E o quê? Criar uma situação cheia de desvantagens? Essa garota deve ser só uma pária entre seu povo. Willian - Ou ser aliada de algum dos outros reinos. Noah - Não vamos nos precipitar, não queremos entrar em mais uma guerra. Bereta - Eu posso investigar se quiser senhor. Noah - Você não é exatamente discreta, eu irei cuidar disso pessoalmente. Willian - O senhor chamaria mais atenção, seu rosto não é exatamente desconhecido. Noah - Então você pretende fazer isso Willian? Willian - Se me permitir senhor, eu gostaria de tentar. Noha - Resolveremos isso depois

O duque a observa bem, e nota uma magicita verde com um brasão esculpido em uma pulseira de madeira.

Noah - Uma pária bem importante. Willian - Descobriu algo senhor? Noah - Esse tipo de joia é usada entre os nobres feéricos, coloque-a junto dos líderes nas jaulas, vamos Willian, vamos receber meu filho prodígio, a essa hora ele já deve estar chegando com sua carruagem.

O duque espera em uma pequena estrada de terra juntamente com um destacamento de cavaleiros atrás dele, eles esperam por vários minutos, até que algumas horas se passam e eles continuam de pé.

Noah - Que audácia, fazendo seu pai esperar. Willian - Não se exalte duque, ele deve estar chegando. - Uma carruagem surge virando a estrada escoltada por cavaleiros - . Willian - Está vendo senhor, deu tudo certo.

Yvan desce da carruagem para cumprimentar seu pai.

Noah - Por que demorou tanto Yvan? Já deveria ter chegado a horas. Yvan - Perdão pai, mas eu tive de esperar. Noah - Esperar? Por quê? Quem veio com você?

Uma garotinha amedrontada desce da carruagem.

Noah - Cecília? O que está fazendo aqui? Esse ambiente não é para você! Yvan - Ela não foi a única? Noah - Como assim? - Outra garota de olhar afiado parecendo mais jovem que a anterior desce, o duque fica com um olhar sério e frio - . Noah - O que ela está fazendo aqui?

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora