Em um quarto pequeno, mas com alguns poucos móveis de qualidade, um chiffonier, uma cômoda de seis gavetas, com um espelho pequeno acoplado na parte de cima, um copeiro, um tipo de armário, com gavetas inferiores e com uma pequena parte superior de duas portas para guardar os vestidos em cabideiros, uma arca, uma cama de solteiro um pouco maior com um dossel, uma bergere, um tipo de poltrona estofada perto da cama, todos pintados de branco, com exceção da bergere que possuía um estofado rosa chamativo, o quarto tinha uma decoração bonita com uma tinta de um tom salmão nas paredes e um pequeno lustre no teto que se encontrava apagado, o lugar era iluminado por velas em pequenos castiçais espalhados para trazer um pouco mais de conforto, sentada na bergere estava Rosália e deitada em sua cama Mia, que dormia profundamente, seus olhos estavam inchados e roupa abarrotada.
'' Rosália - Ela enfim dormiu, e me soltou, claro, apenas após chorar bastante... '' - Rosália olha ao redor do quarto - . '' Rosália - Raramente uso esse quarto, eu não gosto de toda essa ostentação, fora que a maioria dos servos irritantes acabam vindo me procurar para resolver problemas que não estou interessada '' . - Em sua mente vem o rosto de Persia que causa arrepios em sua espinha - . '' Rosália - Principalmente ela... '' - Analisando mais profundamente a situação de mais cedo, que caiu em seu colo - . Rosália - Mas o que a deixou nesse estado? Será que eu posso fazer alguma coisa para ajudar? Eu teria esse direito? - Ela arfa exausta - . Rosália - Mas foi ela que me procurou... acho que eu poderia ser um pouco invasiva...
Ela se levanta, apertando nervosamente os dedos contra a palma de sua mão, fechando com força os punhos, ela respira - . Rosália - O que diabos estou fazendo? Pensar muito nunca foi o meu forte, sou uma mulher de ação. - Ao passar ao lado da cama, o rosto sereno de Mia chama a sua atenção, seu corpo se move naturalmente ao ponto de sentar na beirada, a verdade, é que cada parte dela sempre a hipnotiza, ela passa suavemente as costas de seus dedos no rosto de Mia, roçando, ela não consegue tirar os seus olhos dela, praticamente nunca consegue, quando ela não está em seu campo de visão, está em sua mente - . Rosália - Me pergunto, quando exatamente você me enfeitiçou?
A mente de Rosália vaga para alguns anos no passado, antes de se tornar uma empregada, para uma memória onde ela está atrás de um balcão de madeira, seu cabelo é longo, está amarrado com um pedaço de tecido velho, ainda assim, bonito, um estampado de flores, ela usa um avental de couro, uma calça marrom, larga, botas pretas, uma camiseta verde simples abotoada, de mangas curtas, em cima do balcão tem uma prancheta de madeira com folhas porosas de baixa qualidade, amarradas com um barbante a prancheta, através de furos na parte superior, ao lado, um lápis improvisado feito de carvão, nos fundos da loja, nas paredes e nas prateleiras há vários potes, panelas, facas, alguns de metais, alguns de madeira, barro e outros materiais, ela rabiscava algo na folha quando o lápis quebra, ela estala sua língua de raiva - . Rosália - Que ótimo, já não temos muitos, e os poucos que temos vivem quebrando... - Ela rosna com raiva e bate na bancada, depois se vira para trás, gritando para alguém nos fundos - . Rosália - Edwing! Onde você guardou os lápis de carvão? - Um homem, um pouco mais baixo, forte, de barba e cabelos curtos e grisalhos, usando também um avental de couro, todo sujo, com um pó escuro sob a pele e roupa, aparece por uma porta nos fundos, limpando suas mãos com um pano velho, ele usa goggles, óculos de proteção, os seus são feitos de cobre, amarrados a tiras de couro, Rosália os observa com certo interesse, Edwing retira os óculos, limpa as lentes, funga um pouco, pigarra - . Edwing - Acredito que o seu irmão os tenha guardado... Rosália - Mas que dia perfeito, nunca vou encontrá-los. - Ela arfa silabicamente em um tom longo e frustrado - . Edwing - Pare de ser tão resmungona, vai espantar os clientes... - Rosália ri debochadamente fazendo um gesto com as mãos para indicar o lugar vazio - . Rosália - Não se preocupe, com o nosso sucesso eu duvido que nossos amados clientes fiéis, vão nos abandonar. - Em um tom brincalhão com um sorriso largo, ele responde - . Edwing - Talvez tivéssemos mais se você fosse um pouco mais gentil. Rosália - Talvez tivéssemos mais se você me deixasse ajudar a terminar as encomendas e os pedidos em vez do incompetente do meu irmão. - Ela responde cruzando os braços com extrema indignação, ele arfa, nitidamente cansado - . Edwing - Já falamos sobre isso, eu não posso ir contra uma ordem do seu pai... Rosália - Prefere ver esse lugar as moscas e a beira da falência? - Edwing bufa de raiva, aquela conversa ocorre quase que diariamente - . Rosália - Eu sou muito melhor. Edwing - Eu sei. Rosália - Sou mais esforçada. Edwing - Eu também sei disso. Rosália - Meus trabalhos são muito mais bonitos, detalhados e eficientes. Edwing - Disso não tenho dúvidas. Rosália - Os clientes amam os meus projetos - Ela levanta a prancheta indicando o seu desenho de uma cadeira cheia de detalhes entalhados - . Edwing - São os mais belos que já vi. Rosália - Ainda assim... Edwing - Preciso treinar o seu irmão para herdar esse lugar. Rosália - Eu aposto que em menos de seis meses nas mãos dele, esse lugar fecha as portas. Edwing - Acredita que ele vai conseguir fazer durar tanto? - Os dois se olham por uns segundos e caem na gargalhada - . Rosália - Posso pelo menos usar os óculos de proteção? Edwing - Estão sujos. Rosália - Melhor ainda, já que não posso mais trabalhar lá atrás, posso pelo menos fingir. - Ele bufa, vai até ela, entrega os óculos, quando ela se vira para voltar a sua prancheta e tentar desenhar com o pedaço de carvão que sobrou, ele retira um lápis de corpo acinzentado até a ponta, de seu bolso, sua cor é bem escura, quase queimada, toca em seu ombro - . Edwing - Pode ficar com o meu. - Rosália se vira, ela demonstra espanto - . Rosália - Mas esses... Edwing - Você pode usar, você merece, mas não conte para o Vincent. - Edwing se retira levando consigo o pedaço de lápis que pertencia à Rosália '' Rosália - Não acredito que ele me deu esse lápis... um lápis feito de pedra vulcânica, e não é de um vulcão comum, mas um onde é impregnado com magia... pelo menos é o que ele vive se gabando, por isso ele não quebra... o que me faz pensar, como foi moldado? E é verdade, nunca vi esse lápis diminuir de tamanho... Segundo Edwing um velho homem o deu, após concluir um trabalho. ''
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A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)
FantasyCristiane, uma ilustradora que havia passado por muitas mudanças nos últimos anos na sua vida, morre ao tentar salvar uma garota que ela estava seguindo e percebe que transmigra na história de um jogo de universo expandido que ela é muito fã. Ela to...