Capítulo 38

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É crepúsculo e Cássia, juntamente com Petras, Rassvet é uma jovem halfling estão se encaminhando para uma saída lateral do vilarejo que da para um bosque fechado de árvores baixas com frutos negros e alguns vermelhos entre os galhos, Petras fica ao lado da mureta que da para a saída antes das árvores e se despede.

Cássia - Muito obrigado por ter confiado em mim. Petras - Meus instintos nunca falham, eu sinto que você é uma boa pessoa, não preciso que me prove nada, agora tome cuidado. Rassvet - Não consigo acreditar que conseguimos enganar os humanos tão facilmente. Cássia - Chegamos recentemente ao vilarejo, o tal Elias não deve ter instruído os cavaleiros a ficarem de olho e nós corretamente, ou nem os instruiu, chamaria muita atenção, principalmente se entre os cavaleiros existirem novatos, ou pessoas não tão discretas assim. Petras - Isso é estranho, o capitão Estevan não é um homem descuidado. Cássia - Por sermos uma ameaça de natureza desconhecida, acredito que ele não possa se dar ao luxo de confiar em qualquer um para ficar de olho em nos, isso nos dá tempo. Petras - Tempo esse que não é muito, agora vá, a viagem será longa. Snel - Não estando comigo, é claro, se elas conseguirem me acompanhar. Petras - É claro Snel, deixem tudo com ela, que ela as levará rapidamente a mansão do conde Dragut. Cássia - Mas uma vez Petras, não tenho palavras para agradecê-lo o suficiente. Snel - chega dessa despedida melosa, está me dando ânsia de vômito. Rassvet - Eu concordo com a nanica. - Snel saca uma adaga e segura Rassvet pelo colarinho tão rapidamente que ela só percebe o que está acontecendo tarde demais - . Snel - Quer morrer? - Rassvet tenta pegar sua própria arma escondida, mas Snel a saca de suas costas - . Snel - Procurando por isso? - Snel devolve e pula para o lado ficando com a coluna levemente curvada para frente para se abaixar um pouco e começa a correr em meio a essas árvores - . Snel - Vamos de uma vez. - Petras enfim se retira e depois de olhar brevemente para o amigo, Cássia e Rassvet precisam ficar de quatro para se locomoverem - . Rassvet - Dá pra ir mais devagar, não temos o privilégio de sermos tão baixas quanto você. Snel - Você tem coragem, eu admito, ou é apenas imprudente. Cássia - Pode ser coisa da idade também, essa aqui é do tipo que amadurece rápido. Rassvet - Calem-se, e vamos, não estávamos com pressa?

Depois de um bom tempo elas passam por um riacho cheio de pedras, sobem e descem lugares íngremes, passam por um pasto quase todo o trajeto correndo, Snel na frente sorrindo debochadamente, olhando para trás de vez em quando diretamente para a cara de Rassvet que sempre tenta se mostrar imparcial, mas quando Snel se volta para frente sempre revela sua verdadeira face cansada, já Cássia acostumada de uma vida inteira de batalhas e esforço não sente nenhum dificuldade, finalmente Cássia e Snel param ao chegarem a uma estrada.

Snel - Seremos cautelosas daqui para frente, o melhor seria esperar algum comerciante passar para pegarmos carona e nos escondermos entre as mercadorias, mas isso levaria tempo. Cássia - E não saberíamos se algum deles aceitaria, ou se apenas aceitaria para nos denunciar. Sne - De fato, estamos do lado humano e a maioria não é lá muito receptiva. - Cansada e minutos atrasada, Rassvet chega ofegante - . Snel - Veja quem nós temos aqui... E então garotinha, está tendo dificuldades? Rassvet - Vai a merda. Snel - Pelo visto as minhas pernas curtas são mais rápidas e resistentes do que esses dois galhos secos aí, sua amiga aqui pelo menos conseguiu me acompanhar. - Cássia não queria participar daquele jogo infantil, mas a atmosfera não deixava espaço para isso - . Cássia - Eu não poderia ir na frente, não sei o caminho. - Mesmo ofegante, Rassvet dá um sorriso largo e malicioso, Cássia lhe entrega um cantil - . Rassvet - Pelo visto você não é a mais rápida... Tripinha. Snel - Veremos, quando tivermos tempo, agora aos negócios, vamos dar a volta e entrar por trás da mansão do conde. Rassvet - Por trás do quê? Eu não vejo nada. Snel - Por que paramos bem antes, naquela direção fica Standvanzaden, o vilarejo central das terras do conde, em uma das extremidades fica a mansão. Cássia - Que localização horrível, além do mais, será fácil assim? Basta entrar por trás? Snel - Eu não disse que seria fácil, bem, o vilarejo enorme que está mais para cidade é murado, muros enormes de pedra, além do que, nos fundos da mansão fica o quartel dos cavaleiros da família Dragut, precisamos despistá-los, e depois invadir a mansão sem sermos notadas, em você até que confio, mas na perninha de galhos secos? Tem certeza que quer levá-la? Cássia - Ela consegue. - Ainda ofegante, Rassvet olha para Cássia surpresa, ela não imaginava que Cássia confiava tanto assim nela, ela se ergue se recuperando de vez dando a entender que está pronta, ela quer corresponder às expectativas da mulher a sua frente - . Snel - Que olhar sério... Não vou mentir. até eu estou confiante, vamos então. Cássia - Mas por onde vamos? Snel - Sairemos da estrada e daremos a volta seguindo um riacho escondido, onde nos banharemos, depois de umas pedras, mas algumas subidas e um bosque, chegaremos nos fundos da mansão, já aviso que não será fácil escalar aquele muro, não só por ser alto, mas ele é bem escorregadio. Rassvet - Não tem ninguém vigiando? Snel - Não aquela parte, já que dá direto para o campo de treinamento dos cavaleiros, ninguém é maluco o suficiente pra invadir por ali. Rassvet - E porque do banho? Snel - Os cães, aliás eu trouxe um perfume normalmente usado pelas cervas, o cheiro é fraco, mas deve enganar os pulguentos.

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora