Capítulo 29

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Uma menina aparentando ter cinco anos, de pele como bronze, orelhas pequenas e pontudas, e olhos como um âmbar escuro se despedia da sua mãe sorridente que tinha um tom de pele mais escura que a dela e corria descalça em direção a beirada lamacenta de um rio a alguns metros dela, havia um elfo forte atrás da mãe da menina que carregava toras enormes que sorria para a garota que ao vê-lo de longe sorriu de volta, ela falava aos quatro ventos que seu pai era o homem mais forte que existia, porque era o que ele falava e que nada poderia machuca-la enquanto ele estivesse por perto para protegê-la, ela falava isso para um menino de pele clara e idade próxima que a esperava e respondia saber disso, pois ela falava constantemente a mesma coisa sempre que tinha oportunidade, o pai da garota mesmo de longe escutava tudo e gargalhava, o menino segurava a sua mão enquanto os dois corriam alegremente, juntamente de outras crianças de pele clara, escura, amarelada, cinza ou avermelhada, humanas, gnomos, élficas, anões e halflings, crianças de idades, raças, formas e tamanhos diferentes, que riam, cantarolavam, algumas gritavam, outras eram mais silenciosas, algumas batiam em objetos, outras seguravam bonecos de pano, palha ou madeira, todas felizes, e a garota de olhos âmbar ia à frente do grupinho os guiando sem rumo, sendo a mais agitada, via-se de longe vários adultos trabalhando e meio aos campos, colhendo de uma lado a outro, alguns pescavam no rio e outros lavavam as suas roupas as batendo e esfregando contra rochas grandes, lisas e ovais, a mãe da pequena se junta a outras mulheres a beira do rio um pouco mais a baixo que falavam de forma amigável demonstrando a sua proximidade, uma mistura de raças e cores, vivendo em harmonia num pequeno vilarejo cercado por árvores, pedras e o rio que ficava de um dos lados do vilarejo, as hortas eram protegidas por uma cerca baixa de galhos para evitar que fossem pegas por roedores, haviam armadilhas espalhadas do outro lado da cerca, e a alguns metros ficava um bosque que apesar de denso não parecia abrigar nenhum perigo, o pai da garota colocava as toras diante de sua pequena casa de pedra e segurava seu machado afiado para abri-las uma a uma, a fim de produzir lenha.

Na entrada do vilarejo estava um jovem mais velho que as outras crianças, descansando recostado sobre uma cerca mais alta, em meio ao cantar dos pássaros e farfalhar das folhas e galhos que estavam a mercê do vento, se escuta der repente um trotar pesado, o jovem assustado se ergue atento, passado alguns segundos nada se escuta, acreditando ter imaginado ele vira-se para entrar no vilarejo, porém o seu corpo sofrer um solavanco e depois ele sente um ardor lacerante, ao olhar para baixo uma lança atravessava seu peito, ele cai num baque de lado já sem vida, na horta os outros continuavam o seu trabalho, porém um deles avista ao longe fumaça vindo da direção das casas e alerta os seus companheiros que voltam os seus olhos para a mesma direção, alguns correm para averiguar, as crianças no rio param de correr e parecem ficar assustadas, um dos mais velhos diz não ser nada, que provavelmente algum distraído colocou fogo onde não devia, as crianças parecem se acalmar, a jovem de pele de bronze olha para cima e avista algo estranho e aponta, quando a mais velha olha para o céu tem o seu olho atingido por uma flecha que atravessa sem dificuldade sua cabeça, e mais duas em sequência atingem o seu peito, ela cai para trás morta, a garota fica em choque, inúmeras outras flechas caem como chuva, algumas em chamas, muitas pessoas são atingidas, todos se desesperam e correm desordenadamente, do outro lado do rio homens montados em cavalos trajando armaduras e lanças surgem, e da direção do vilarejo surgem outros cercando todos os moradores, alguns estando sob a terra segurando lanças, espadas e escudos, alguns moradores tentam lutar e derrubar os cavaleiros, seus corpos atingem o chão através do peso de golpes pesados de lanças, espadas e martelos longos com corpos de metal que rapidamente se tornam rubros, as casas e plantações são queimadas com óleo.

A menina de olhos âmbar logo pensa em seu pai e desesperada passa a gritar por ele, que surge rapidamente segurando seu machado banhado em sangue, ele vai na direção dela derrubando qualquer soldado humano que tentava impedi-lo, a garota sorri aliviada e se lembra das palavras de seu pai, ela nunca havia duvidado dele, na sua presença se sentia segura e acolhida, então entre o caminho dos dois surge um cavaleiro usando uma armadura diferente das outras, essa possua adornos nos ombros, ele não usava elmo e tinha uma capa vermelha, sua espada era alongada para combinar com o tamanho do homem que era maior que os outros que o seguiam, ele faz um gesto indicado que lutara sozinho, o pai da garota estava ofegante e bufando de ódio, por ver seus amigos e vilarejo perecer tão rapidamente, sua motivação era sua família, ele não queria perder-los, e aquele humano seria apenas mais um que ele derrubaria, o pai da garota avança em fúria e o cavaleiro desvia sem dificuldade, apesar do tamanho ele é rápido, ele golpeia a perna de seu adversário causando uma profunda laceração, ate aquele momento a garota nunca havia visto seu pai perder para ninguém, muitos bandidos tentaram saquear o vilarejo no passado, mas nunca conseguiam, animais em fúria eram parados por ele, mas agora, seu pai sangrava e aquele humano desviava de seus golpes com movimentos lentos e precisos, o pai da garota da outro golpe que é facilmente defendido pelo cavaleiro que o acertado com o punho, seu punho metálico se torna vermelho e a garota vê seu pai tombar para o lado e ter seu peito perfurado, ele cospe sangue e rangendo os dentes seu olhar ainda é furioso, mas se torna melancólico ao olhar para sua filha, que expressava espanto e horror, o cavaleiro corta a cabeça do elfo em um movimento rápido, as pernas da menina sedem, ela coloca a s mãos na cabeça e grita sem conseguir acreditar, proferindo repetidas vezes que aquilo não pode estar acontecendo, o cavaleiro se vira para trás, o menino se coloca na frente mesmo com medo, o cavaleiro apenas vai embora.

A Vilã Quer Salvar A Santa (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora